
Entrevista com José António Santos, candidato à Câmara Municipal de Lamego
Com a ambição de devolver dignidade, ética e visão estratégica a Lamego, o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal apresenta uma candidatura assente na proximidade, na responsabilidade e no serviço público, revela em entrevista ao MaisBeiras informação. Afirmando-se como uma “alternativa credível à atual gestão”, o projeto propõe uma nova liderança para enfrentar o despovoamento, relançar a economia local e modernizar o concelho.
- Quais os motivos da sua candidatura às Autárquicas e quais os pilares da mesma?
A minha candidatura à Câmara Municipal de Lamego nasce da convicção profunda de que é tempo de devolver dignidade, ética e visão estratégica à governação autárquica. Lamego tem sido marcado por ciclos de má gestão, falta de transparência e oportunidades sistematicamente desperdiçadas. Não podemos continuar a adiar respostas que são urgentes e legítimas.
Lidero uma candidatura pelo Partido Socialista assente em valores inegociáveis como a honestidade, a responsabilidade, o rigor, a verdade e o serviço público. Acreditamos que só com uma governação próxima das pessoas, competente e centrada no bem comum, será possível construir um concelho moderno, sustentável e inclusivo.
Os pilares estratégicos desta candidatura são claros:
- O desenvolvimento económico local, com apoio aos pequenos empresários, agricultura, comércio e turismo sustentável
- A mobilidade e acessibilidade, com melhores transportes e infraestruturas planeadas para as pessoas
- Políticas sociais justas, com atenção reforçada à segurança, à saúde mental e à inclusão
- Transparência e participação ativa da população, através de fóruns temáticos e prestação de contas
- Uma Câmara desburocratizada e moderna, preparada para servir melhor e atrair investimento
- O que considera ter de diferente relativamente aos outros candidatos?
O que me distingue é a forma como encaro o serviço público: com verdade, com sentido de missão e com profundo respeito pelas pessoas e pelas instituições.
Sou um homem da terra, com experiência no serviço público e com um conhecimento concreto dos desafios e das potencialidades de Lamego. Esta candidatura não nasce de ambição pessoal, mas de responsabilidade e compromisso com a nossa terra. Não tenho dívidas a interesses, nem pertenço a lógicas de perpetuação no poder.
Apresentamos um projeto claro, estruturado e sério. Não fazemos promessas fáceis nem usamos discursos populistas. Apostamos na escuta ativa, na proximidade e na ética como base da ação política.
Acredito numa liderança que serve, não numa política que se serve. O que trago é coragem para tomar decisões difíceis, com justiça e com foco no bem comum.
- Quais os setores, áreas ou investimentos que considera importantes para impulsionar ou melhorar o município?
Lamego precisa de uma visão clara e de um plano de ação ambicioso mas realista. Estabelecemos prioridades assentes na escuta da comunidade e num diagnóstico rigoroso.
A economia local será uma prioridade. Vamos apoiar o comércio de proximidade, a agricultura e o turismo sustentável. A criação de um gabinete simplificado de apoio ao investimento e a eliminação de burocracias desnecessárias são medidas essenciais para revitalizar a economia e criar emprego.
A habitação jovem é outra área central. Não podemos continuar a assistir à saída dos nossos jovens. Vamos implementar programas com rendas acessíveis, incentivos ao empreendedorismo e parcerias com a ESTGL para promover estágios e inovação.
No plano social, reforçaremos as políticas de inclusão e apoio às famílias, idosos, jovens em risco e comunidades marginalizadas. O combate ao preconceito será uma linha transversal da ação.
Na mobilidade, vamos apostar num plano sustentável que promova o transporte público, a mobilidade pedonal e ciclável, e facilite o acesso aos serviços essenciais.
A educação, a saúde mental e a qualificação também serão prioritárias. Estaremos ao lado das escolas, das famílias e das instituições para promover o desenvolvimento humano e profissional.
Por fim, vamos modernizar a Câmara Municipal e reforçar a transparência. Uma autarquia que resolve, que respeita e que é parceira ativa do desenvolvimento de Lamego.
- Qual a análise que faz aos últimos quatro anos do município?
A minha análise é objetiva: foram quatro anos de gestão errática, sem estratégia, com falta de transparência e uma evidente degradação dos serviços e espaços públicos.
Foram anunciados milhões, desperdiçados milhões e acumulada dívida de milhões. Mas os problemas estruturais permanecem. As promessas não foram cumpridas. Os investimentos estruturantes não avançaram.
Assistimos a uma governação centrada na propaganda e desligada da realidade. As decisões foram muitas vezes tomadas sem escutar a população, as freguesias ou os próprios trabalhadores municipais.
Perdeu-se tempo, perderam-se recursos e perdeu-se confiança. E Lamego não pode continuar a pagar esse preço. Chegou o momento de fazer diferente. De governar com seriedade, com planeamento, com resultados. Lamego não precisa de mais espetáculo. Precisa de responsabilidade e competência.
- Tendo em conta que Lamego se insere num concelho do Interior, que políticas considera essenciais para combater o despovoamento e a desertificação da região? Onde estão as verdadeiras potencialidades de crescimento?
Mais do que esperar pelo Governo, temos de agir. Temos de assumir a nossa parte na transformação do território. O papel do Estado é fundamental, mas a mudança começa localmente, com liderança, visão e trabalho sério.
Exigimos do Governo o que é justo e necessário:
- Medidas concretas de apoio e proteção aos nossos vitivinicultores do Douro, que enfrentam sérias dificuldades num setor que é vital para a região
- Uma aposta firme no Ensino Superior e na Formação Profissional, com reforço da ligação entre a ESTGL e as empresas locais
- Linhas de crédito bonificadas para atrair investimento e reter talento num dos territórios mais esquecidos do país
- Uma ligação condigna da A24 ao centro urbano de Lamego, há muito prometida mas nunca concretizada
Contudo, as maiores oportunidades estão dentro de portas. Temos um património cultural e histórico único, uma identidade enraizada e uma ruralidade com enorme potencial de inovação.
Precisamos de políticas públicas locais que incentivem o empreendedorismo, a habitação acessível, a valorização da agricultura, a criação de emprego qualificado e a construção de uma marca territorial forte.
O Interior tem futuro, mas esse futuro exige coragem, competência e compromisso. E é isso que esta candidatura representa.