
Autárquicas 21: Entrevista a António Freitas, candidato da coligação “Juntos Fazemos Melhor” à freguesia da Boidobra (Covilhã)
Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro do Município/Freguesia a que se candidatam. António Freitas é o candidato da coligação “Juntos Fazemos Melhor” à freguesia da Boidobra, na Covilhã.
Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas e quais os pilares da mesma?
A razão da minha candidatura visa contribuir para uma mudança na freguesia, que a torne numa freguesia do Séc. XXI, uma freguesia mais dinâmica, onde as pessoas sintam proximidade com os eleitos, com quem os pode ajudar no dia a dia. O ser presidente de junta é garantir aos boidobrenses que estamos presentes e partilhar com eles a vida na freguesia. Garantir que tenham mais e melhor acesso à saúde, aos cuidados e atividades físicas regulares em todas as faixas etárias e sobretudo que crie condições económicas e sociais para a fixação dos jovens. Uma freguesia onde a tradição e o futuro convivam em harmonia, onde o turismo possa ser uma resposta e uma realidade, uma freguesia onde a participação dos boidobrenses seja realmente de e para todos.
- O nosso programa assenta em vários pilares como a Área Social, a área Cultural onde inclui o Desporto e Lazer, a Educação, a Economia e a Modernização Administrativa, o Ambiente, o Associativismo e o Turismo.
O que considera ter de diferente relativamente aos outros candidatos?
Tenho o prazer de viver e trabalhar na freguesia, o que me permite conhecer a realidade local como ela é, e não apenas, através de filtros partidários ou institucionais. Por outro lado, tendo responsabilidades diretas no associativismo da Freguesia, e com provas dadas, na criação de valências e inovação na oferta desportiva e social, é evidente que faço questão de colocar esse conhecimento que fui adquirindo ao dispor dos boidobrenses. Ao conhecer as reais competências que a Junta de Freguesia tem e irá adquirir a partir de 2022, não nos conformaremos com a atual gestão de interesses pessoais, familiares e eleitorais. Temos várias propostas concretas e com impacto real na freguesia, na vida dos Boidobrenses, assim como nas coletividades e aos seus projetos. Serei um Presidente de Junta presente, próximo e disponível. Batalharei sempre por uma maior ligação e conexão entre os locais e realidades da freguesia, da mais urbana e industrial à mais rural, não esquecendo a importância que o Cimo do Povo (centro da freguesia) deve ter na vida da Freguesia.
Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar a freguesia?
A nossa visão para o futuro da Boidobra assenta em pilares como a Área Social, a área Cultural onde se inclui o Desporto, Lazer e Educação; Por outro lado é preciso olhar com outros olhos para a Economia da Freguesia. No que toca à Junta de Freguesia, é fundamental apostar na Modernização Administrativa e em mecanismos facilitadores da participação dos Cidadãos. Porém considero que é no Ambiente, no Associativismo e no Turismo, que assentam as bases de um futuro sustentável para a Boidobra, onde a Juventude tem que ser chamada a participar ativamente e desenvolver todas as potencialidades da nossa Freguesia. Mais que as obras e melhorias necessárias em várias infraestruturas que teimam em adiadas de mandato para mandato, com a conivência, cobertura e complacência da Câmara Municipal, é necessário modernizar os setores e serviços da Junta de Freguesia por forma a aproximar a mesma daquilo que são as mudanças sociais a que temos assistido, transformando-a numa freguesia do Séc. XXI. Quanto às obras é necessário exigir que se façam o mais rapidamente possível!
Qual a análise que faz aos últimos quatro anos da freguesia?
Nos últimos quatro anos, fui a única e verdadeira oposição ao poder estabelecido. Graças à nossa intervenção e pressão, o executivo passou representar, de facto a freguesia e a levar as questões da freguesia à Assembleia Municipal, honrando assim o lugar para o qual foi eleito. Apresentámos soluções e conseguimos que algumas fossem implementadas a ferros. Mantivemos uma oposição forte, clara e objetiva, o que, como se pôde observar, nunca foi bem aceite por parte de quem governou nestes quatro anos. O balanço é positivo mas com a certeza de que ficou muito por fazer e de que a Freguesia merece mais e melhor. É altura de ultrapassar o conservadorismo reacionário que o poder comunista incutiu na forma de atuar, mantendo não só as fórmulas e procedimentos, hoje, totalmente ultrapassadas. Chegou a altura de apresentar soluções inovadoras e de futuro. E juntos vamos fazer, efetivamente, melhor!
Como olhar para os dados dos últimos Censos da freguesia divulgados em julho pelo INE?
A Boidobra, graças é sua realidade suburbana, não foi das que perdeu maior população, ao contrário de outras, tendo beneficiado, ainda que artificialmente, das pessoas que, por questões económicas, deslocaram as suas residências para a freguesia. Sendo esta uma das freguesias da área urbana da Cidade da Covilhã, a quarta maior, torna-se necessário garantir que seja mais que um mero dormitório da Covilhã, e dar-lhe o ritmo e a importância que merece nessa matéria, exigindo à Câmara Municipal o respeito e investimento necessários para esse efeito, por forma a assegurar que as pessoas aqui se fixam por aqui terem trabalho, família e Vida.
Falando de uma freguesia localizada num concelho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e a desertificação desta região?
Importa efetuar um trabalho sério na criação de realidades atrativas e válidas para que as pessoas decidam e optem não sair – as que já cá vivem – e ter a capacidade de atrair pessoas, não só do concelho e da cidade da Covilhã, mas de todo o pais e do estrangeiro. É preciso criar novos polos empresariais e criem emprego na freguesia. As entidades públicas centrais e locais não podem acomodar-se com o facto de termos o maior empregador do Concelho na nossa freguesia. É necessário promover, inovar e potenciar novas atividades e empregos que permitam diversificar e melhorar as ofertas de emprego que garantam que as pessoas queiram vir viver para o interior e para a Boidobra. É neste aspeto essencial garantir a oportunidade aos jovens para que possam realizar colocar em marcha os seus sonhos que criem aqui os seus projetos e as suas raízes familiares e profissionais, por forma aqui se queiram fixar e se mantenham, no futuro, na nossa freguesia. Da nosso parte, é essencial (re)qualificar as zonas habitacionais, contribuindo para um maior sentido de pertença entre a população e as realidades da freguesia. Temos consciência que em algumas áreas, a freguesia terá que fazer um investimento muito grande nos próximos anos e que deve ser muito bem aproveitado, mas é preciso fazer muito mais. Da parte do Governo, o que se exige é não só a aposta em trazer pessoas para o interior, porque é um desígnio com o qual já convivemos, mas sobretudo dar e criar melhores condições a quem cá vive no sentido de melhorar a sua vida, aproximando-a dos níveis do litoral. A aposta no Turismo é muito importante porque reforça a identidade e damos a conhecer a nossa história, permitindo que pessoas de fora possam deixar valor financeiro na freguesia e região, mas não chega. Assistimos claramente a uma falta de planeamento das políticas para o Concelho a médio/longo prazo que poderá fazer com que o nosso esforço seja em vão, não criando mão de obra qualificada para as reais necessidades e fazendo com que a juventude não queira ficar por falta de oportunidades e apoio. Este sim é o maior perigo que corremos neste momento. Se continuar a falta de entendimento e trabalho entre as instituições caminharemos para a completa desertificação do nosso Concelho e desta Região.
Fernando Gil Teixeira