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Diretor: Paulo Menano

Municípios evocam defesa da liberdade e dedicação à causa pública de Jorge Sampaio


Várias câmaras municipais manifestaram ontem o seu pesar pela morte do ex-Presidente da República Jorge Sampaio, realçando, entre outras coisas, o seu percurso na defesa da liberdade e da democracia e a dedicação à causa pública.

Jorge Sampaio, que morreu em Lisboa após duas semanas internado devido a dificuldades respiratórias.

“Recordá-lo-emos como um homem bom e enaltecemos o serviço público prestado ao longo da sua vida”, escreve a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, enquanto o município de Gouveia recorda as visitas de Sampaio em 1997 e 2002 e as receções calorosas e afetuosas que lhe foram proporcionadas.

O município do Sabugal evoca o antigo Presidente como “figura ímpar da política portuguesa e de grande capacidade profissional ao serviço da liberdade e da igualdade”.

O Fundão decretou luto municipal, endereçando condolências à família e amigos.

O Centro de Estudos Ibéricos (CEI), com sede na Guarda, lamentou a morte de Jorge Sampaio e presta “sentida homenagem e reconhecimento” ao antigo Presidente da República que esteve no lançamento da primeira pedra do projeto.

Numa mensagem partilhada na rede social Facebook, o CEI “lamenta o falecimento do antigo Presidente da República Jorge Sampaio e presta-lhe sentida homenagem e reconhecimento”.

“Foi durante a Sessão Comemorativa do Oitavo Centenário da Guarda, a que [Jorge Sampaio] presidiu, em 27 de novembro de 1999, que [o ensaísta e filósofo] Eduardo Lourenço lançou o desafio para a criação do Centro de Estudos Ibéricos”, lê-se.

O CEI acrescenta que “a ideia, que Jorge Sampaio desde logo incentivou, tornou-se realidade e, dois anos mais tarde, em novembro de 2002, o antigo Presidente da República lançava a primeira pedra” do projeto.

“Jorge Sampaio havia de regressar à Guarda e ao CEI em 2010, por ocasião das comemorações do X Aniversário do Centro, onde partilhou com Eduardo Lourenço a alegria pela concretização do projeto”, termina.

 

Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.

Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996-2006).

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.