
Seia: Marisa Matias assume que a política do Governo para o SNS não respondeu a problemas como a perda de especialidades no Hospital de Seia
No dia 12 de Janeiro a candidatura do Bloco de Esquerda às eleições legislativas deslocou-se ao Hospital Nossa Senhora da Assunção, em Seia, acompanhada da eurodeputada Marisa Matias.
Reuniu-se com a administração da ULS da Guarda. A perda de especialidades devido à falta de médicos especialistas é o principal problema do hospital, obrigando a um elevado número de transferências hospitalares. O exemplo da falta de técnicos analistas é o mais gritante, obrigando a transferência ao fim de semana e durante as noites para análises simples ao sangue ou urina.
Foi transmitido que existe vontade do conselho de administração de as ir recuperando, acabando assim com as várias deslocações até à Guarda. No entanto, apesar da vontade local de mudança, “também depende da política nacional e entendemos que o governo PS não deu resposta a estas necessidades”, sublinha a eurodeputada.
Esta relembra que, mesmo antes da pandemia, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “já tinha dificuldades estruturais que passam pela falta de recursos humanos, além de financeiros”, não sendo o Hospital de Seia exceção.
Tendo isto em conta, o Bloco de Esquerda apresenta propostas que assumem o compromisso de resolver os problemas sentidos no Serviço Nacional de Saúde através de:
– Reforço do investimento do SNS, nomeadamente no interior;
– Melhoria dos serviços públicos, principalmente nos serviços de saúde primária no distrito, dando resposta à falta de médicos de família e à falta de meios complementares de diagnóstico;
– Reforço e valorização de recursos humanos: médicos especialistas, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica e auxiliares de saúde.
Marisa Matias considera também fundamental que a Lei de Bases da Saúde, assente nas ideias de António Arnaut e João Semedo, saia do papel, “mas teima em não sair do papel por pressão dos privados e falta de vontade política”. Há “falta de organização, de vontade política e também de valorização do Serviço Nacional de Saúde”, considera.
Desta forma, a candidatura do Bloco de Esquerda defende que o SNS no interior não pode continuar a ser esquecido, sendo esta uma questão a nível nacional, e que é preciso dar resposta aos problemas da população local desde os serviços primários às especialidades. Tudo isto de forma a que populações como a de Seia e dos concelhos envolventes não tenham que estar fortemente dependentes do hospital da capital de distrito ou regionais, evitando entupir estes, podendo desse modo cuidar com maior proximidade a comunidade.