Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Legislativas 2022: Entrevista a Jorge Dourado, do Volt Portugal pela Guarda


Ao realizarem-se agora as eleições para as Legislativas 2022 o Mais Beiras Informação decidiu, nas suas próximas edições diárias, dar especial atenção às candidaturas. Jorge Dourado é a cabeça de lista do Volt Portugal pela Guarda.

 

1- Quais as principais alavancas para o desenvolvimento do distrito?

Com uma economia cada vez mais digital, um dos elementos chave para o sucesso das empresas será a qualidade da internet. É por isso que defendemos o investimento na internet de ultima geração para todo o Distrito, como forma de garantir às empresas segurança no desenvolvimento dos seus negócios a uma escala global.

Outra medida será criar condições para a fixação de pessoas no distrito.

 

2- Despovoamento e desertificação: Quais as medidas e/ou plano estratégico para combater estas duas realidades?

A atração e fixação da população no Interior estará sempre ligada à capacidade de criação de emprego.

Por isso, como já apontámos, a garantia de acesso à internet de última geração permitirá assegurar o estabelecimento e a fixação de empresas e trabalhadores na região.

A nova Ordem do trabalho abriu-nos outras perspetivas profissionais como são o teletrabalho e os nómadas digitais, que para levarem a bom termo a sua atividade profissional não carecem de estar nos grandes centros urbanos, procurando cada vez mais localidades com melhor qualidade de vida, quer em termos ambientais quer em termos de otimizar de uma forma mais eficaz os seus rendimentos.

 

3- Qual será a vossa posição, quando no parlamento existirem votações, que ponham em causa o desenvolvimento do distrito e o partido seja contra? Vão seguir a ordem partidária ou votam a favor dessa proposta?

O Volt Portugal difere dos outros partidos pois rejeitamos as dicotomias cegas de esquerda e de direita, não estando desta maneira presos a votos de mera índole ideológica ou partidária.

Todas as propostas serão votadas com base no seu conteúdo e no interesse relevante para a região, independentemente da ideologia ou cor de quem as apresente. Como tal, para o Volt, eu incluído, a orientação do voto terá sempre por base o alcance que privilegie o desenvolvimento do Interior.

O Volt tem na sua linha programática ideias objectivas orientadas para o desenvolvimento das regiões mais desfavorecias.

 

4- Quando é que a redução ou abolição das portagens deixa de ser uma miragem?

A introdução das portagens foi um acto com impacto nefasto sobre a vida das pessoas e das empresas da Região mas não é expectável que possam ser eliminadas num futuro próximo, tal como a fiscalidade sobre o carbono e os combustíveis fósseis.

Na nossa perspetiva a aposta forte deverá ser feita em transportes mais amigos do ambiente, como veículos elétricos ou a hidrogénio, estes sim isentos ou com benefícios consideráveis nos impostos e nas portagens.

Parece-nos também evidente que a aposta na afirmação nos Caminhos de Ferro deverá ser inequívoca dada a reconhecida qualidade dos Caminhos de Ferro modernos e de alta velocidade.

 

5- Quais os setores que consideram importantes impulsionar ou melhorar no Distrito?

Todos os sectores são de extrema importância para o Distrito com evidência especial para empresas tecnológicas e de cariz industrial.

O Distrito apresenta enorme potencial para a sediação de grandes empresas internacionais pelas suas características geográficas desde que apetrechado com as infraestruturas necessárias. Obviamente que não podemos descurar o
sector agrícola da região onde já se produzem alguns dos produtos mais nobres do país.

É fundamental que se apoiem consistentemente os empresários locais para que possam ter uma dimensão que lhes permita serem referências nos seus ramos de atividade.

 

6- A falta de médicos é um problema grave, que tem abalado o distrito. De que forma estão a pensar agir para combater esta falta?

A falta de médicos é um problema grave em todo o país e não apenas no Distrito da Guarda, sendo um enorme desafio para o SNS que carece de uma reforma profunda.

Na nossa opinião passará por haver hospitais melhor equipados com projectos de investigação que possam atrair massa crítica, mais bem remunerados e com benefícios fiscais evidentes, por forma a que seja atractivo sair dos grandes centros urbanos e radicarem-se no interior do país onde a qualidade de vida é melhor e dá azo a desenvolverem os seus projectos profissionais sem a pressão e o stress dos grandes hospitais.

Garantir melhores planos de carreira para estes profissionais será indubitavelmente uma forma de se fixarem na região. Talvez assim se possa evitar a emigração de médicos e enfermeiros de qualidade formados pelas nossas universidades e ser Portugal a beneficiar das suas competências.

Para que consigamos ter um SNS de qualidade temos de ser capazes de competir com as condições oferecidas. Quer pelos privados quer por outros países, aos nossos profissionais de saúde.

 

7- Que políticas pretendem acionar para combater a assimetria do país, dividido pela estrada EN2 (litoral do interior)?

Como já foi dito no decorrer desta entrevista, a melhor forma de combater estas assimetrias é criando as condições para que se instalem e desenvolvam novas empresas e novos negócios, viradas para o século XXI.

Tornar o Distrito mais atrativo para os grandes investimentos empresariais.

 

8- A regionalização tem estado na ordem do dia. Qual é a vossa posição quanto a este tema?

O Volt defende a Regionalização como motor de desenvolvimento de todo o território, aproximando as estruturas de decisão política do cidadão e desta forma contribuindo para o combate à abstenção, para uma maior coesão territorial e o aumento da eficácia e da eficiência dos serviços públicos.

A Regionalização é um vector de especialização económica, que contribui para solucionar problemas estruturais de produtividade e competitividade da economia portuguesa, ao permitir libertar o potencial criativo da região, actualmente constrangido pela concepção centralizada das políticas públicas.

 

9- Tem-se falado muito em corrupção. De que forma pretendem trabalhar para batalhar esta realidade?

A corrupção é um dos males maiores das sociedades menos desenvolvidas, que é potenciada pelo campo fértil de leis pouco claras, viciadas em lacunas e propícias a interpretações dúbias.

Nesse sentido, é necessário reforçar o combate à corrupção através de uma legislação mais objectiva e mais clara, com menos escapatórias e penas mais severas.

É fundamental equipar as polícias de investigação bem como os tribunais, dos recursos necessários, humanos e tecnológicos, para enfrentarem este combate de uma forma mais eficaz.

Passa também pela simplificação das regras processuais e pela promoção de uma real e efetiva independência por parte da magistratura em relação ao poder político.

 

10- Como idealizam o futuro do distrito se vencerem as eleições?

A Guarda é um Distrito cheio de tradições e de costumes, o que é uma herança cultural, e não queremos que sejam esquecidos.

Ao mesmo tempo, não queremos um Distrito que viva apenas do passado. Antes, queremos que a Guarda seja um Distrito virado para o futuro e para isso temos de começar a trabalhar hoje nas infraestruturas necessárias para que venha a ser num futuro próximo um polo preferencial de concentração de empresas sobretudo das Áreas Tecnológica, Serviços e Industrial.

Acreditamos que poderemos tornar o presente mais prometedor e atractivo, e o futuro poderá ser mais risonho.

 

11- Aproveitando esta nossa entrevista, qual a mensagem que pretendem deixar aos eleitores?

Desde o início do séc. XXI tivemos Governos coligados ora à Esquerda ora à Direita.

Temos assistido a constantes guerras ideológicas, com a Esquerda sempre a rejeitar as medidas da Direita e vice-versa.

Vimos Governos de coligação a colocar as ideologias e os seus interesses partidários e corporativos à frente dos interesses do país e das pessoas, o que é inaceitável e lamentável.

Vimos Governos incapazes de dar resposta aos verdadeiros problemas da sociedade e a desperdiçarem recursos sem fim em projetos ocos e bacocos, inevitável e recorrentemente falidos, favorecendo e protegendo grupos corporativos e caciques da política. É notório o mau uso dos apoios externos e o caminho acelerado para um país cada vez
mais na cauda da Europa.

O Volt é um Partido moderno, Europeu e Federalista, que rejeita extremismos e populismos cegos, que não alimenta famílias corporativistas alimentadas à custa do erário público através de esquemas e ligações de duvidosa legalidade.

É por isso que, dia 30 de Janeiro, chegando o Volt ao parlamento, estaremos disponíveis para falar com o vencedor das eleições, seja o PS ou o PSD no sentido de procurar entendimentos que salvaguardem inequivocamente os interesses das populações.

Acreditamos que a estabilidade é essencial para uma governação saudável e reformista, que garanta a utilização correta dos fundos externos em projectos de utilidade inquestionável e que sejam uma mais valia duradoura para os cidadãos, para o país.

É importante que as políticas desenvolvidas garantam o crescimento económico, o bem estar e a qualidade de vida a todos os portugueses.

Privilegiamos o enriquecimento de todos, uma Sociedade assente numa Classe Média/Alta erradicando de vez a pobreza das famílias portuguesas.