Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Autárquicas 21: Entrevista a João Carvalho, candidato à Câmara Municipal de Trancoso, pelo PSD


Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro do Município a que se candidatam. João Carvalho é candidato, pelo PSD, à Câmara Municipal de Trancoso.

Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas?

Depois de oito anos de governação do Prof Amílcar Salvador, Trancoso é hoje um concelho apático, onde nada acontece, sem estratégia e liderado por um executivo no qual a maioria dos Trancosenses já não se revê. Tem sido uma governação autárquica orientada para uma gestão corrente pouco eficaz, apenas de manutenção, e mal, do existente. Não há nada de novo em Trancoso nestes oito últimos anos.

O atual executivo não tem hoje qualquer projeto de futuro, não teve e não tem uma estratégia que seja indutora de desenvolvimento e de fixação de pessoas, de criação de riqueza, como se comprova com os resultados preliminares dos Censos de 2021, recentemente divulgados. Estes revelam que Trancoso registou o seu pior resultado dos últimos 50 anos, constatando-se que na última década obteve uma perda de população de 14,8 % (menos 1.459 residentes), o que constitui o quinto pior resultado do distrito.

Existe hoje, uma necessidade de mudança. Trancoso precisa claramente de novas políticas e novos atores.

É com esse espírito que assumo a responsabilidade de liderar um novo projeto para Trancoso. Um projeto que pensa Trancoso de forma diferente, que pensa nas pessoas, que dinamiza a economia local, acolhe empresas e cria postos de trabalho.

Pretendo uma candidatura de mudança, com uma maneira diferente de fazer e pensar a política, mais participativa, com mais compromisso, mais abertura e mais transparência, com um novo modelo de governação.

Acredito liderar um projeto capaz de promover essa mudança. Encabeço uma coligação PSD-CDS/PP que é sinal disso mesmo, que não quer ser apenas uma aliança de partidos, mas uma plataforma que promova a participação política e cívica de todas as pessoas que queiram contribuir para um Trancoso diferente.

 

O que considera ter de diferente dos outros candidatos, para se candidatar a este mandato?
O conhecimento que tenho do concelho de Trancoso, das suas gentes, das suas potencialidades, dos seus pontos fracos, mas acima de tudo uma inabalável convicção de que é possível fazer mais e melhor por Trancoso, porque é Possível Trancoso ser um concelho mais atrativo para residir, trabalhar, visitar e investir.

 

Quais os setores que considera importantes impulsionar ou melhorar na região?

Tendo como base uma estratégia de desenvolvimento baseada nas características do território e na potenciação e valorização dos seus recursos, o programa que vamos apresentar aos eleitores tem como base duas prioridades fundamentais: a primeira passa pelas Pessoas com uma aposta efetiva na promoção da qualidade de vida para todos e ao longo da vida e no apoio às famílias, com a criação e implementação do Cartão Municipal da Saúde, que será um seguro de saúde para todos, gratuito para todos os Trancosenses, como complemento do SNS e que permitirá a todos os Trancosenses o acesso à prestação de cuidados de saúde de clinica geral, urgências, especialidades médicas e meios complementares de diagnóstico, de forma totalmente gratuita; a segunda prioridade concretiza-se com o reforço da Economia Local, através do fomento indispensável do crescimento económico e do emprego, das condições de atração empresarial e da valorização turística do concelho, mas também uma aposto sector primário, na produção, na valorização e no apoio à comercialização dos nossos produtos de excelência, vamos criar a marca TRANCOSO.

Teremos também um olhar diferente para o território, com mais coesão local, maior valorização das freguesias rurais e uma verdadeira revitalização do Centro Histórico de Trancoso, com a recuperação do edificado e na modernização do comercio existente. Mas também uma aposta clara em Vila Franca das Naves que será um verdadeiro polo urbano de excelência, e para todo o património cultural e natural existente no concelho, com todas estas medidas assentes num novo modelo de governação, apostando na modernização do modelo de gestão autárquica, na descentralização de competências e na promoção da participação política e cívica de todas as pessoas que queiram contribuir para um Trancoso diferente. Para melhor!

 

Nestes quatro anos que passaram, o que faria de diferente relativamente ao executivo Camarário vigente?

Temos tido nos últimos 8 anos um concelho apático, em que nada acontece, sem qualquer estratégia de desenvolvimento.

O executivo liderado pelo Prof. Amílcar Salvador não tem qualquer projeto de futuro, como se pode comprovar pela análise á revisão do PDM e com as intervenções realizadas nestes dois mandatos, que apenas se limitaram a obras de manutenção de alguns equipamentos já existentes, como sejam as efetuadas na Praça Municipal que continua na mesma, desde os anos 80 e na repavimentação obrigatória de várias estradas municipais todas elas com recurso na sua totalidade a empréstimos bancários.

Amílcar Salvador não conseguiu realizar a grande maioria das suas promessas eleitorais, apesar de boa situação financeira do Município e tudo o que foi feito de novo não funciona, encontrando-se concluídas há anos e sem qualquer utilização, como por exemplo Centro de Desenvolvimento Social, a juntar a tudo a isto é de lamentar o mau geral da maioria dos edifícios, dos jardins e equipamentos municipais, sem manutenção e alguns mesmo ao abandono, por desleixo e incúria do atual executivo socialista. A COVID-19 não justifica tudo.

Amílcar Salvador lidera hoje um executivo virado para o passado, sem futuro.

Desde logo, em contra ponto à atual gestão, vou apresentar um programa com uma estratégia que concentra um conjunto de medidas para uma verdadeira mudança, mobilizando todos os trancosenses para um ciclo de progresso económico, social, cultural e ambiental, de competitividade, eficiência, coesão e inclusão, e de defesa de um elevado padrão de qualidade de vida para todos.

Acredita que os recursos de que dispõe a Câmara são suficientes para fazer face às necessidades dos cidadãos que aqui residem?

Os recursos serão sempre escassos em face do muito que é necessário fazer. E Trancoso não é, naturalmente, exceção.
Defendo uma gestão pró-ativa do município na procura constante de soluções, programas e respetivos meios financeiros que tornem possível a fixação de novas valências e equipamentos no concelho, que possibilitem a fixação de pessoas.

 

Sendo um conselho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e desertificação?

São necessárias medidas de descentralização que vão ao encontro da verdadeira coesão territorial, que possam ser avaliadas e perdurar no tempo independentemente dos diferentes ciclos políticos.

Nomeadamente a transferência para as CIM de competências em matéria de planeamento sub-regional do plano e de gestão de equipamentos e infraestruturas da sua área de intervenção e consagrar um pacote fiscal em sede de IRS, IMI e IRC suficientemente atractivo de novos investimentos reprodutivos e criadores de emprego ou de deslocalização de atividades económicas para as regiões mais desfavorecidas, mas também transferência de organismos públicos situados no litoral e nos grandes centros para as regiões do interior, desde gabinetes especializados aos institutos públicos.

Não esquecendo que, sendo Trancoso um território de baixa densidade e com muita emigração, parece-me fundamental a criação de um enquadramento fiscal mais favorável ao investimento das empresas de portugueses no estrangeiro nas regiões do interior do país, bem como a introdução de incentivos fiscais para o regresso dos emigrantes que pretendam fixar-se definitivamente em Portugal, nomeadamente nos territórios do interior do país.

Que medidas pretende implementar para captar investidores para o concelho?

Medidas de promoção da economia, do emprego e do turismo, apostando no crescimento económico e na criação de emprego. Queremos criar mais e melhor emprego, promover a atração e expansão empresariais, contribuir para a valorização, diferenciação e sustentabilidade de Trancoso enquanto destino turístico de excelência, e para a animação do comércio local.

Medidas no acolhimento de empresas, uma vez que conosco a Câmara Municipal fará a aposta clara numa política de desenvolvimento económico e empresarial, centrada na geração de condições que favoreçam a criação e a atração de novas empresas, mas também a internacionalização, expansão e inovação das existentes, valorizando e apoiando todos os investimentos que tenham por base a transformação de produtos endógenos do concelho.

 

Como acha que deve a Câmara proceder, para procurar fazer face ao desemprego crescente na região?

Com a definição e desenvolvimento de uma política local promotora da dinamização da atividade económica do concelho, com a implementação de medidas de apoio ao investimento e à criação de emprego local, apoio ao empreendedorismo jovem, empreendedorismo +50 e também pela implementação de medidas de apoio ao investimento no âmbito do comércio tradicional.

Para materializar estas medidas pretendemos criar um conjunto de instrumentos de base municipal, com as respectivas dotações anuais financeiras, nomeadamente um regulamento de apoio ao investimento e criação de emprego do Município de Trancoso, um regulamento de incentivos à criação do próprio emprego no Município de Trancoso e um regulamento de incentivo ao comércio tradicional no Município de Trancoso.

 

Que conselho daria a um deslocado em busca de novas oportunidades no Interior?

Aconselho naturalmente todos os jovens e menos jovens a virem para o interior, considero que o interior do país é um território cheio de oportunidades e desafios, onde é possível ter uma elevada qualidade de vida. Trancoso saberá receber bem e prestar todo o apoio à deslocalização de todos aqueles que nos escolham como destino.