Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Autárquicas 21: Entrevista a João Ramos, candidato da CDU à freguesia de Dominguiso (Covilhã)


Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro do Município/Freguesia a que se candidatam. João Rogério Ribeiro Ramos é o candidato da CDU à freguesia de Dominguiso, na Covilhã.

 

Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas e quais os pilares da mesma?

Todos os Dominguisenses devem estar disponíveis para dar o seu contributo ao desenvolvimento da sua terra e à elevação do bem estar da população. É o que temos feito ao longo dos anos com a nossa intervenção e propostas. Valorizar os trabalhadores, a qualificação do espaço público, preservar o meio ambiente, o património natural e a defesa da gestão pública da água enquanto bem público acessível a todos. Estou inserido no projeto da CDU, de desenvolvimento do Concelho da Covilhã com a candidatura à Câmara Municipal e Assembleia Municipal dos camaradas Jorge Fael e Vitor Reis Silva que me garantem todo o conforto para um FUTURO DE CONFIANÇA, também para o Dominguiso.

 

O que considera ter de diferente relativamente aos outros candidatos?
A intervenção sempre atenta aos problemas do Dominguiso, a minha participação na vida sindical na defesa dos trabalhadores, no meio associativo, e a participação nas Assembleias de freguesia sempre que foi possível. A minha ligação ao projeto da Coligação Democrática Unitária (CDU) transporta para a minha candidatura princípios distintivos de todas as outras. Desde logo a nossa ação que assenta nas qualidades/características do TRABALHO,
HONESTIDADE E COMPETÊNCIA. Na honestidade e seriedade com o desenvolvimento de uma gestão criteriosa e de transparência na gestão pública, de recusa de benefícios ou aproveitamentos pessoais, de defesa do interesse público e rejeição de interesses económicos.

 

Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar a freguesia?
A Junta de freguesia tem como receita corrente do Orçamento de Estado (Fundo Financiamento das Freguesias) 33 649 € e irá receber da transferência de competências, a partir de Janeiro, a verba de 38 777 ,36 €, tem ainda cerca de 15.000 € em outras receitas. Um total de 87 426 que dá à Junta de Freguesia uma receita corrente mensal de cerca 7 285,5 €. Ora, não se justifica a existência de trabalhadores em situação precária, até porque, para cumprir com as competências delegadas, essencialmente ao nível da limpeza e manutenções várias, tem que ter pessoal com funções regulares. Melhorar a mobilidade na área urbana com a requalificação de passeios e piso de alguns arruamentos. Criar o parque de campismo, caravanismo e piscina praia. Apoiar o movimento associativo e outras instituições de apoio a jovens e idosos. Avançar, ainda, com a criação do museu do farrapeiro.

 

Qual a análise que faz aos últimos quatro anos da freguesia?
Uma desilusão para os Dominguisenses. Do programa apresentado em 2017 identifico cerca de 90% de obras e ações não concretizadas. A pandemia não justifica tudo, não justifica a falta de cumprimento do programa eleitoral e de obra, nem o apoio que deve ser dado no processo de vacinação dos mais idosos.

 

Como olhar para os dados dos últimos Censos da freguesia divulgados em Julho pelo INE?
É preocupante. O Dominguiso passou de 1119 para 1018, uma variação negativa de 9%. Mesmo assim, ficou abaixo da redução concelhia que foi de 10%. O Dominguiso continua, apesar de tudo, a ser procurado como local de residência e apresenta uma taxa de natalidade razoável. Mas temos que desenvolver politicas de atração e de fixação de população jovem com a oferta de serviços de apoio à infância, nomeadamente a creche pública e gratuita.

 

Falando de uma freguesia localizada num concelho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e a desertificação desta região?
Fixar a população através da criação de postos de trabalho nos serviços públicos, na agricultura familiar, no ordenamento e limpeza florestal, no apoio às micro, pequenas e médias empresas e na criação e instalação de empresas. Aproveitar o potencial turístico ao nível da paisagem, da etnografia, da gastronomia, e do usufruto dos recursos naturais, a ribeira e a água. Melhorar a rede viária possibilitando a deslocação em segurança de todos aqueles que vivendo nas freguesias rurais e trabalham nos maiores centros urbanos. Reforçar as politicas de mobilidade em transporte público com o apoio à redução tarifária com a introdução do passe intermodal (30 e 40 €) e acabar com as Portagens nas antigas SCUTS (A23, A25).

 

Fernando Gil Teixeira