Autárquicas 21: Entrevista a José Matos, candidato independente à freguesia de Dominguizo (Covilhã)

Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro do Município a que se candidatam. José Matos é atual presidente e recandidato independente, com apoio do PS, à freguesia de Dominguizo, na Covilhã.

Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas e quais os pilares da mesma?

Recandidato-me à Junta de Freguesia do Dominguizo, candidatura essa independente, com o apoio do PS e cujo compromisso é continuar sempre a servir e a lutar pela freguesia do Dominguizo e seus habitantes. É necessário que continue a existir no Dominguizo uma força que se bata por resolver os problemas das pessoas, pelos melhoramentos na freguesia, com capacidade de trabalho, conhecedora dos assuntos e dos caminhos a percorrer para continuar a trazer sempre mais e melhor para a nossa aldeia. A equipa que integro é essa força! Força, coerência e prosperidade, assentes em pilares como a qualidade de vida, continuando a garantir e melhorar serviços e infraestruturas, saúde, apoio social e lazer para os seus habitantes; a educação, fator fundamental para promover a igualdade de oportunidades, fortalecer a cultura e os valores; e colaboração, com as Associações e Instituições da Freguesia, um trabalho conjunto em prol dos Dominguizenses.

O que considera ter de diferente relativamente aos outros candidatos?

O orgulho que tenho pela freguesia onde nasci e cresci, na qual tenho vindo a investir todo o meu trabalho e dedicação, sem excluir nada nem ninguém e sem outros fins que não sejam o bem servir da nossa aldeia, bem como a experiente equipa que integro, dão-me a força necessária para continuar este projeto, sempre a servir e a lutar pelo Dominguizo e seus habitantes. Ao liderar uma equipa empenhada, competente e embrenhada nestes assuntos como a que apresento, só nos poderá levar a bom porto, pelo bem de todos os Dominguizenses. O facto de conhecer melhor a realidade da freguesia, as suas gentes e as suas instituições, aliado ao estar acompanhado de uma equipa com provas dadas de trabalho, competência e conhecedora, coloca-nos numa situação privilegiada para continuar a defender o interesse público e para lutar pelos seus anseios.

Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar a freguesia?

Melhorar Espaços verdes/Equipamentos e continuar a impulsionar as áreas da Saúde/Apoio Social e Educação/Associativismo. Espaços verdes/Equipamentos: no próximo mandato pretendemos dar especial atenção à zona da praia fluvial, torná-la num espaço com a dignidade que merece e que se torne um local de destaque do Concelho, para regozijo dos Dominguizenses e que contribua também para trazer gente à nossa terra, importante para a dinamização do comércio local e divulgação da freguesia. Para isso, vamos fazer melhoramentos muito significativos, requalificar toda a área, criar uma zona balnear, zonas de apoio, espaços de atividade entre outros. Saúde/Apoio Social: garantir e melhorar serviços de saúde e suas infraestruturas, nomeadamente com a aquisição e requalificação de edifício degradado para posto médico e outros serviços de apoio; prosseguir com o apoio às famílias carenciadas e continuar a colaborar com todas as instituições de cariz social, garantindo uma melhor qualidade de vida e preservação da dignidade de todos os Dominguizenses. Educação/Associativismo: dar seguimento à colaboração com a Escola, Jardins de Infância e com as Associações e Instituições da Freguesia, nomeadamente prestar todo o apoio possível ao desenvolvimento sustentável das mesmas e estar sempre disponível para colaborar no apoio à resolução de problemas ou à realização de atividades, um trabalho conjunto em prol dos Dominguizenses.

Qual a análise que faz aos últimos quatro anos da freguesia?

A análise é sem dúvida positiva. Orgulhamo-nos de ter alcançado quase todos os objetivos a que nos propusemos, mesmo com as dificuldades agravadas pela pandemia que nos supliciou nos últimos 2 anos. Concretizámos as principais obras a que nos comprometemos, como a tão necessária substituição do Parque Infantil e a desejada e imprescindível casa mortuária. Para além disso, não descuramos os outros pilares importantes na freguesia como a educação, tendo sido investidos cerca de 100 mil euros na escola da Nossa freguesia, no muro de suporte, na requalificação do espaço interior e exterior, na renovação de mobiliário, compra de material didático, continuação do fornecimento de todo o material de desgaste para o seu funcionamento e ainda, conseguimos a desejada sala multiusos, com a colocação de um contentor por parte da CMC, totalmente equipado. Revalorizámos zonas degradadas com o mural “Farrapeira”, a construção do Largo António Ferreira e uma nova imagem do muro do adro da igreja. Renovámos o espaço de atendimento da junta de freguesia para maior conforto e facilidade de acesso a todos. Não descurámos a reparação de estradas e caminhos rurais, de realçar o caminho para a zona industrial do Tortosendo, nem negligenciámos a manutenção das diversas infraestruturas como são exemplos a pintura e melhoramentos na fonte velha e no cemitério e alargamento da Rua do Cardal. Apoiámos as instituições e associações da freguesia, que defendemos que desempenham um papel fundamental. Ajudámos e encaminhámos casos de necessidades socioeconómicas e prestámos auxílios a quem deles necessitou devido ao covid-19.  Ademais, apoiámos e organizámos atividades de âmbito cultural e comemorativo, por exemplo a “Semana Cultural”, festa de Natal das crianças, “Farrapeiros”, entre outros, infelizmente interrompidas nos últimos dois anos devido á pandemia, mas a que ansiamos voltar.  Recandidatamo-nos para fazer sempre mais pelo Dominguizo e tornar realidade novos projetos.

Como olhar para os dados dos últimos Censos da freguesia divulgados em julho pelo INE?

Com apreensão, pois ao exemplo das demais freguesias do interior perdemos algumas pessoas. Contudo, continuamos a ser possivelmente a aldeia do Concelho com mais crianças, o que nos dá esperança de um futuro mais promissor, em que não haja uma taxa de desertificação tão intensa como noutros pontos do interior. Temos para isso, de continuar a assegurar as condições necessárias para a fixação das pessoas, bem como dos seus descendentes, garantindo-lhes que tem acessos a todos os recursos básicos que necessitam para tal. nomeadamente escola, jardins de infância, infantário, serviços de saúde, cultura, desporto e recreio.

Falando de uma freguesia localizada num concelho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e a desertificação desta região?

Acredito serem necessárias mais políticas de incentivo à fixação de novas empresas ou estabelecimento de pequenos negócios, nomeadamente com o apoio a novos projetos, simplificar burocracias, melhorar as vias de acesso e reduzir os custos de portagens. Medidas estas que, por sua vez conduzem ao aumento da disponibilidade de empregos e por conseguinte à fixação de pessoas. Para além disso, aumentar a divulgação e promoção da qualidade de vida que se tem no interior, que não se tem nos grandes centros urbanos e diligenciar para a igualdade de oportunidades, tanto ao nível do acesso a serviços básicos, como é a saúde e a educação, como a nível cultural e económico, havendo uma aproximação da média salarial do interior com a do litoral.

Fernando Gil Teixeira