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Diretor: Paulo Menano

Basta(va) uma bola para criar magia! por Vítor Santos


O Vítor era o miúdo mais traquina da Zona da Sé. Não havia dia nenhum em que não se metesse em sarilhos. A tia Lili, uma senhora já com uma certa idade, tomava conta dele enquanto os pais estavam a trabalhar.

Para variar, o Vítor não cumpriu as ordens da tia Lili e ela pô-lo de castigo… Sentado numa cadeira da sala, lá estava o Vítor sem autorização para se mexer ou falar! Mas ninguém o podia impedir de sonhar, usar a sua imaginação e inventar uma história.

Hoje está um lindo dia para dar um passeio, vou ver se encontro algum amigo lá fora para jogar à bola. À medida que se embrenhava nas ruas não via nenhum amigo para jogar, mas olhava admirado para as iluminações natalícias das casas e árvores. Eram grandes e coloridas, pensava! Então algo lhe chamou deveras a atenção. Estava longe, era uma bola vermelha e brilhava como uma Bola de Natal.

“Mas que coisa será aquela?”, pensava o Vítor, enquanto se aproximava um pouco mais. Estava decidido, ele queria aquela bola. Não importava como ia consegui-la.

O Vítor estava decidido a subir à árvore. E assim fez. Entretanto, uma pernada onde se sustentava quebrou e ele caiu. Magoou-se um pouco, mas não queria desistir e pensou para si: “Não prestei atenção onde pus os pés… Vou subir com mais cuidado!

Decidido, resolveu tentar outra vez. Nesse momento, quando nada o faria prever, começou a cair uma chuva muito forte seguida de trovões. Estava quase a conseguir quando, de repente, se ouviu um enorme relâmpago e um raio muito brilhante caiu sobre a macieira, mesmo junto a ele. O Vítor apanhou o maior susto da sua vida e, de novo, caiu da árvore.

Estava quase a desistir, mas eis que a chuva abrandava e o Vítor não conseguia parar de imaginar como aquela bela maçã vermelha devia ser deliciosa e suculenta. Por isso, mais uma vez se decidiu a subir. Depois de analisar a situação com cuidado, decidiu que o melhor seria subir com uma corda e assim fez. Mas o Vítor não estava mesmo com sorte e, no meio da subida, a corda partiu-se e ele caiu pela terceira vez…

Já eram obstáculos a mais. Veio-lhe a ideia de que, se calhar, não conseguia subir ao cimo da macieira porque a maçã devia ser mágica e não queria ser colhida. Pensou e repensou e decidiu que só lhe restava mais uma hipótese: ir buscar uma escada para subir. E se bem o pensou, melhor o fez… Depois de colocar a escada, subiu e, sorrindo, comentou:

– Com a escada parece tudo mais fácil, acho que desta vez consigo!

Finalmente chegou ao cimo da árvore. Muito contente, exclamou:

Valeu a pena o trabalho que tive. – E colheu a fruta.

Vitorioso, desceu e foi para casa. Pelo caminho, pensava no que a tia Lili lhe dissera: “Vitinho, os obstáculos existirão sempre na vida das pessoas. Lutar e tentar vencê-los é o verdadeiro desafio.

A imaginação ergue voo, desliza pelo ar e cria mundos inteiros… tudo graças a uma simples bola!

Votos de um Feliz Natal.