Autárquicas 21: Entrevista a Catarina Vieira, candidata à Freguesia de Viseu pelo BE
Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro da Freguesia a que se candidatam. Catarina Vieira é candidata pelo Bloco de Esquerda à Junta de Freguesia de Viseu.
Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas?
Enquanto houver pelo que lutar, enquanto houver o que mudar, a gente vai continuar (temos uma equipa extraordinária de homens e mulheres prontos a trabalhar para o bem comum). Tenho força e vontade para que o meu contributo para a melhoria da freguesia de Viseu também seja através da política formal.
O que considera ter de diferente dos outros candidatos, para se candidatar a este mandato?
A diferença são as convicções pelas quais sempre lutei quer a nível associativo quer enquanto deputada municipal do BE. Tem de haver alternativa, pluralidade (daí “A diversidade que faz falta”) e mudança na Junta de Freguesia de Viseu. A isto junta-se um programa participado e bem definido para dar resposta aos problemas e anseios da população.
Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar na região?
Uma freguesia inclusiva implica uma habitação pública acessível, mobilidade, respeito pelo ambiente, valorizar e classificar o património, como a Mata do Fontelo, os edifícios de Arte Nova e interiores, e o espólio do Mestre Malho.
Que análise faz aos últimos quatro anos da Freguesia?
A prioridade nunca foi as pessoas e as suas necessidades. Deixa-se destruir património, fazer atentados ambientais e urbanísticos, e arruinar o comércio tradicional.
Acredita que os recursos, que a Junta dispõe, são suficientes para fazer face às necessidades dos cidadãos que aqui residem?
Se os recursos não são suficientes, o papel de Presidente da Junta é, também, reivindicar as verbas necessárias. Segundo o actual presidente, tudo estará bem na freguesia pois, para além da bajulação ao executivo camarário, não faz qualquer reivindicação nas sessões da Assembleia Municipal.
Sendo uma Freguesia situada no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e desertificação?
Viseu sofre de despovoamento no centro histórico. O seu crescimento desordenado e sustentado em bairros pouco apelativos e desumanizados fez-se à custa do abandono das aldeias. A especulação imobiliária impede o arrendamento na freguesia e só poderá ser combatida com oferta de habitação pública. A criação de berçário e creche públicos, e de Centros Cívicos Comunitários Intergeracionais dariam condições para casais com filhos se fixarem na freguesia e para que as pessoas mais velhas não se vissem obrigadas a ir para lares, inclusivamente, de outros concelhos. O Governo deve acabar com as portagens e requalificar o IP3, implementar a ferrovia e o regresso de serviços encerrados, aplicar uma regionalização democrática e não uma municipalização de competências.
Que medidas pretende implementar para captar investidores para a freguesia?
A freguesia de Viseu é maioritariamente de comércio e serviços. O problema é que o comércio tradicional foi, e continua a ser, preterido em relação às grandes superfícies. O despovoamento do centro da cidade é uma barreira para possíveis investidores na freguesia.
Como acha que deve a Junta de Freguesia proceder, para procurar fazer face ao desemprego crescente na região?
A junta tem de dar o exemplo no combate à precariedade e na defesa de condições dignas de trabalho, não só com quem nela trabalha, mas também para quem trabalha para ela. Deve promover empregos qualificados, bem remunerados e com políticas amigas do ambiente.
Que conselho daria a um deslocado em busca de novas oportunidades no Interior?
Daria as boas-vindas a quem decidiu escolher Viseu para viver e dir-lhe-ia que a sua participação activa na vida da freguesia nos enriquecerá a vários níveis.
