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Covilhã aplaude investimento na Linha da Beira Baixa e reivindica mais comboios


O presidente da Câmara da Covilhã aplaudiu o investimento no troço ferroviário até à Guarda, mas também reivindicou a criação de um serviço comercial que garanta ligação de 30 em 30 minutos, nas horas de ponta, naquele eixo.

Vítor Pereira apresentou a proposta ontem, durante a cerimónia que assinalou a reabertura da Linha da Beira Baixa no troço entre as cidades da Covilhã e da Guarda, que esteve encerrado 12 anos.

A sessão realizou-se na Covilhã, distrito de Castelo Branco, e contou com uma viagem entre as duas localidades, na qual participaram o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, o presidente das Infraestruturas de Portugal, António Laranjo, o presidente da CP, Nuno Freitas, bem como os autarcas da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, de Belmonte, António Dias Rocha, do Sabugal, António Robalo, e do presidente da Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela, Luís Tadeu.

Na sessão, Vítor Pereira lembrou a importância da reabertura deste troço, salientando que “é um novo capítulo para a mobilidade da região”, que se resume nas palavras “oportunidade, coletividade e esperança”.

“Numa região em que os serviços do Estado têm sido sucessivamente encerrados, a reabertura deste troço, 12 anos depois, é um sinal muito relevante. Simboliza que, afinal, é possível inverter a lógica de desenvolvimento a duas velocidades e que também as populações desta região poderão ser convocadas para o crescimento e desenvolvimento do país”, afirmou.

O autarca ressalvou ainda relevância desta aposta para a mobilidade, para a ligação a Espanha, para as exportações e também para a atração de novos trabalhadores, nomeadamente dos que podem ficar em teletrabalho.

Ainda assim, também deixou o alerta de que é preciso evitar que o serviço volte a encerrar por uma “alegada” falta de procura que tenha origem em serviços incompatíveis com a realidade profissional ou em preços “proibitivos”.

Nesse sentido defendeu que tem de ser implementado uma nova oferta comercial, que “se adeque às necessidades” e deixou o repto para que seja criada uma ligação de 30 em 30 minutos no eixo Guarda-Belmonte-Covilhã-Fundão-Castelo Branco, durante as horas de ponta, com passes mensais competitivos.

Aproveitou ainda a presença do ministro para recordar a reivindicação relativa à criação de uma ligação Intercidades direta com o norte do País, e em concreto com as cidades de Aveiro-Porto e Braga, bem como a concretização do investimento que permita reduzir o tempo de viagem entre a Covilhã e Lisboa das atuais três horas e vinte minutos para duas horas e quarenta minutos, em 2023.

O troço ferroviário da Linha da Beira Baixa entre as cidades da Guarda e da Covilhã, que estava fechado desde 2009, reabriu no domingo ao serviço comercial após obras de requalificação e de eletrificação.

Segundo informação disponibilizada pela CP – Comboios de Portugal, com esta reabertura passa a existir uma “oferta integrada” dos serviços Intercidades e Regional das Linhas da Beira Baixa e Alta.

Para incentivar a mobilidade regional no novo percurso, o preço aplicado nas viagens entre as duas cidades “é sempre de tarifa Regional, quer os clientes viajem em serviço Intercidades ou Regional”.

O investimento total no projeto de modernização do troço foi de cerca de 80 milhões de euros, incluindo projetos, expropriações e obras.