
Covilhã: fábrica cria sofá inovador feito de desperdícios têxteis
A empresa J. Gomes, de reciclagem de fibras têxteis, na Covilhã, desenvolveu um projeto inovador com a designer Anna Resei, da Áustria, de criação de um sofá feito a partir de desperdícios têxteis. Até a estrutura do sofá foi feita com restos de material.
A estrutura exterior que dá forma ao sofá por exemplo, foi feita com restos de ferro que sobram da montagem das máquinas pela empresa, com uma unidade no Canhoso. Além disso, a roupa que já não é utilizada e as sobras da indústria estão a ser trituradas agora também para o tecido e enchimento, trabalho esse que está a ser feito na fábrica do Tortosendo.
A proprietária, Catarina Gomes, informou que a empresa trata anualmente um milhão de toneladas de fibras têxteis, que desta forma não vão parar a aterros ou incineradas, e é uma defensora forte da economia circular e na sustentabilidade ao trabalhar com este tipo de materiais, surgindo daí esta ideia de criar um material totalmente diferente baseado nesse tipo de materiais.
A ideia do sofá surgiu na sequência de uma residência realizada no âmbito da Trienal Internacional de Design da Covilhã, onde a peça está agora exposta. Esta ideia e este trabalho vem já dentro de uma estratégia mais abrangente que a empresa tem estado a desenvolver nos últimos anos. Por exemplo, a J. Gomes tem espalhadas pela cidade caixas para recolha de roupa estragada, as Reuse Box, que aliás recolheu material que foi usado por exemplo neste sofá depois de triturado.
“A estrutura convida a múltiplas formas de sentar ou reclinar e o núcleo é formado por rolos horizontais de tecido, cada um com um diâmetro diferente, criando uma superfície dinâmica que se adapta ao número de pessoas que nela descansam”, explicou à agência Lusa a designer responsável pelo design de produto, Anna Resei.
Neste momento, a empresa J. Gomes emprega 30 pessoas e Catarina Gomes prevê que dentro de cerca de um mês a segunda linha, em fase de testes, esteja a operar, o que implica a contratação de mais cinco a dez pessoas, depois de em 2022 um incêndio ter destruído uma das unidades.