
Covilhã: “Verão no Centro Histórico” com Samuel Úria e B Fachada
O “Verão no Centro Histórico” está de regresso à Covilhã e realiza-se entre os dias 04 a 25 de agosto, sempre às sextas. A 6ª edição deste evento, organizado pelo Município da Covilhã, continua a unir história, património e teatro ao melhor da nova música nacional e local.
O destaque da edição deste ano vai para a estreia em concerto na Covilhã de dois dos mais celebrados artistas da nova vaga da música portuguesa dos últimos 20 anos: Samuel Úria e B Fachada.
Após o sucesso das edições anteriores, com as visitas guiadas encenadas mais participadas do país e dando a conhecer à Covilhã novos projetos musicais, o “Verão no Centro Histórico” tem como objetivo levar as pessoas para a rua, em grandes noites de cultura no coração da cidade.
As noites do “Verão no Centro Histórico” começam com a sempre didática e divertida visita guiada encenada pela atriz Joana Poejo, seguida de concertos ao ar livre, gratuitos, em locais improváveis e emblemáticos do centro histórico da Covilhã.
As visitas encenadas (21h30) começam e terminam no local dos concertos, que têm início às 22h15.
A programação musical do festival inclui os seguintes nomes:
SAMUEL ÚRIA – 4 DE AGOSTO (junto à Garagem de São João)
Singular na língua materna, singular nas melodias e singular na relação com o público, aos poucos se gerou o culto, consagrando Samuel Úria como um dos mais interessante cantautores do século XXI português.
Com uma proveniência marcada pelo rock’n’roll e pela estética low-fi, Samuel Úria tem ganho notoriedade desde 2008, altura em que, entre edições caseiras e concertos em que apenas se acompanhava pela guitarra acústica, se nos deu a conhecer.
Sempre ligado à editora FlorCaveira, o trovador de Tondela lançou um punhado de discos e EP mas aquele que pode ser considerado o seu primeiro álbum, “Nem Lhe Tocava”, surgiu em 2009. Jacinto Lucas Pires escreveu: “em verdade vos digo, Samuel Úria é tão bom que devia ser proibido.” A Time Out Lisboa chamou-lhe “a mais impressionante estreia dos últimos 10 anos”, o Ípsilon afirmou que o “abençoado” Samuel “acerta sempre”, o Expresso reconheceu a “língua em estado de graça” e a Blitz viu no músico o “tiro certeiro na fuga à normalidade”.
Disco após disco, os elogios da crítica e os concertos pelos melhores palcos do país cimentaram a sua posição no nosso panorama artístico. A par de prestações ao vivo vibrantes e inesquecíveis, Samuel Úria destaca-se entre pares pela singularidade no uso da língua materna e pelo talento na composição de canções. Colaborou já com Manel Cruz, Márcia, António
Zambujo, Miguel Araújo, Ana Bacalhau, Ana Moura, Clã, Benjamim, Cláudia Pascoal, HMB, Selma Uamusse, Francisca Cortesão e David Fonseca, entre outros.
“Canções do Pós-Guerra” é o seu último álbum e foi considerado pela generalidade da crítica como um dos melhores discos de 2020. Apontado como o disco mais confessional de Samuel Úria, tal como em registos anteriores, ou ainda mais, as suas composições confrontam-nos connosco próprios, algo que só as “canções eternas” têm a capacidade de provocar.
Mas este concerto na Covilhã, ainda que marcado por “Canções do Pós-Guerra”, tem ainda o propósito de conduzir o público numa viagem à criatividade de Samuel Úria, num percurso que terá um pé nos seus trabalhos anteriores e em que terão óbvio destaque temas que fazem do “trovador das patilhas” um dos mais importantes músicos em Portugal – “Lenço Enxuto”, “É preciso que eu diminua”, “Fusão” ou “Teimoso”, são obrigatórios.
Samuel Úria é seguramente um dos talentos maiores da composição em língua portuguesa e, com a sua excelente banda, estreia-se finalmente em concerto na Covilhã, na primeira noite da 6ª edição do “Verão no Centro Histórico”.
B FACHADA – 11 DE AGOSTO (Rua Dr. Almeida Eusébio, junto ao Tribunal do Trabalho)
Na música popular portuguesa do século XXI não há outra figura como B Fachada, o nome artístico de Bernardo Fachada, compositor, multi-instrumentista, produtor. Desde 2007 tem-se notabilizado por um espantoso ritmo de edições, através do qual frequentemente subverte o cânone e baralha as expetativas.
Entre formatos físico e digital, lançou cinco EP, três mini álbuns e sete registos de longa-duração (da discussão das questões de moral associadas ao universo infanto-juvenil de “B Fachada é Pra Meninos” ao manifesto de pop que foi “Criôlo”, passando pelo homónimo de 2014, criado com recurso a samples burilados e programações barrocas, chegando a 2020 e à obra-prima “Rapazes e Raposas”). Entre 2009 e 2012, fez também parte da banda Diabo na Cruz, com a qual percorreu o país de lés a lés. Ainda em início de carreira, o realizador Tiago Pereira dedicou-lhe o documentário “Tradição Oral Contemporânea”. Com Minta e João Correia lançou uma versão integral do álbum “Os Sobreviventes”, de Sérgio Godinho, com quem já atuou ao vivo.
Dividiu igualmente palcos com Dead Combo, Lula Pena, Manel Cruz, Manuela Azevedo, Márcia, Norberto Lobo, Nuno Prata ou Samuel Úria. Fez primeiras partes para Kurt Vile e Vashti Bunyan. Tocou ocasionalmente fora de portas, em Berlim, Barcelona ou Praga, mas nunca foi ao Brasil, onde possui uma dedicada legião de fãs.
Apresentou-se nas mais emblemáticas salas de espetáculo portuguesas, mas muitos recordam com mais carinho as atuações divulgadas em cima da hora, em inesperados espaços que continuamente esgotam para testemunhar o ato de comunhão em que se transformaram os seus concertos.
B Fachada só está interessado em questionar convenções no seu próprio tom, no seu próprio tempo, nos seus próprios termos. O único e inimitável B Fachada estreia-se em concerto na Covilhã a 11 de agosto, na segunda noite do “Verão no Centro Histórico”.
BEATRIZ PESSOA – 18 DE AGOSTO (Rua Pedro Álvares Cabral, junto ao Auditório Municipal)
Beatriz Pessoa é uma das mais promissoras vozes da nova geração da música portuguesa e faz também a sua estreia em concerto na Covilhã.
Editou o primeiro EP, “Insects”, em 2016, ao qual se seguiu “EP II” em 2018.
Em 2021 lançou o primeiro álbum de originais, “Primaveras”, gravado no Brasil, no Rio de Janeiro, ao lado de músicos que partilham o palco com Gilberto Gil e Rubel. Escreveu para intérpretes tão diversos como Cristina Branco, DJ Glue e, mais recentemente, Margarida Campelo, e para espetáculos de teatro. Em 2022 co-criou, para o festival Big Bang, no CCB, o
espetáculo “À Procura de” e participou na atuação de Maro com a canção vencedora do Festival da Canção, na Eurovisão, em Turim.
“PRAZER PRAZER” é o segundo longa duração da cantora e compositora portuguesa, editado a 3 de março de 2023 (ed. Discos Submarinos). Um conjunto de canções escritas em português, com a identidade firme no cruzamento da música portuguesa e brasileira, onde a sonoridade pop com traços indie, a bossa nova e a MPB dão as mãos. O álbum conta com
produção e direção artística de Marcelo Camelo e cumpre a promessa de uma parceria há muito desejada. Um enlace entre os sons de ambos os lados do atlântico, numa união de afinidades que fluem organicamente na construção de uma paisagem musical comum a Portugal e Brasil em direção a novos (e solares!) horizontes. São 10 faixas originais, a maioria assinada por Beatriz Pessoa e Marcelo Camelo, com colaborações de Ana Cláudia, Mallu Magalhães, Margarida Campelo, Momo e Wado.
Assim, são múltiplos os motivos de interesse e entusiasmo para marcar presença na noite de 18 de agosto, na Rua Pedro Álvares Cabral (junto ao Auditório Municipal e às escadinhas do castelo).
ENTRE PORTAS – 25 DE AGOSTO (Largo Nossa Senhora do Rosário)
Nascido no contexto da atividade fervilhante e dinâmica da CISMA – Associação Cultural, Entre Portas é um promissor projeto coletivo que surge no âmbito do Porta 4 – Estúdio, sediado na Covilhã.
Tudo começou com tertúlias musicais, numa sala de estar, entre guitarras, canções, amigos, poesia, partilha, descoberta e cocriação. Assegurado por Margarida Geraldes na voz, Sebastião Pereira na guitarra portuguesa e guitarra elétrica, João Ventura na bateria, Daniel Real no teclado e synths e Diogo Pinto no baixo, o Entre Portas surge igualmente apoiado por vários
instrumentistas da Covilhã ou com raízes na região, que contribuem para uma maior riqueza musical. Os arranjos, produto da desconstrução de temas, onde o fado, as mornas, sambas, bossa nova, pop, folclore e jazz andam sempre interligados, reflete a simbiose de influências de cada um dos seus membros, bem como dos convidados, apostando na diversidade de estilos e sonoridades, sem nunca esquecer a sua essência, o seu valor musical e o respeito pelas harmonias originais e pelos respetivos autores.
No concerto que encerra a 6a edição do “Verão no Centro Histórico”, juntam-se aos músicos do Entre Portas um conjunto de convidados que irão contribuir para um momento musical único e a não perder, que incluirá versões surpreendentes de temas de artistas que participaram nesta e em edições anteriores do “Verão no Centro Histórico” da Covilhã.
A Câmara Municipal da Covilhã convida todos os covilhanenses e quem visita a juntarem-se às noites mais divertidas do verão na Covilhã!