
Autárquicas 21: Entrevista a Daniela Correia, candidata do PS à freguesia de Verdelhos (Covilhã)
Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro do Município/Freguesia a que se candidatam. Daniela Correia é recandidata pelo PS à freguesia de Verdelhos, na Covilhã.
Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas e quais os pilares da mesma?
Esta candidatura deve-se sobretudo ao amor que tenho à minha terra e é também uma forma de agradecer o apoio e o reconhecimento do trabalho realizado ao longo do mandato por parte da equipa que me acompanhou a da população, em particular nos últimos dois anos em que tive a honra de presidir à Junta de Freguesia, após os acontecimentos relacionados com as desistências por todos conhecidas e que me levaram a assumir a presidência da autarquia.
O que considera ter de diferente relativamente aos outros candidatos?
Jovem, dinâmica, determinada, empenhada, proativa, com espírito de liderança e gosto de trabalhar em equipa. Estes anos à frente dos destinos da freguesia deram-me também experiência que quero continuar a colocar ao serviço da população de Verdelhos. Além disso, há já trabalho feito e no terreno a que é importante dar continuidade. Entendo que, por tudo isto, a par de um programa eleitoral ambicioso que temos para Verdelhos e de uma equipa preparada, esta é a candidatura que reúne as melhores condições para gerir os destinos da nossa freguesia, em prol do seu progresso.
Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar a freguesia?
Promover a qualidade de vida das pessoas através da criação de infraestruturas para a ocupação de tempos livres, potenciar o Turismo e a promoção turística da freguesia – que é uma aldeia de montanha, tem uma beleza extraordinária e características únicas –, e realizar melhoramentos no espaço público e nas vias de comunicação, entre outros. Em paralelo, queremos continuar com os projetos que estão no terreno e, também, manter uma relação de proximidade com as pessoas, para ajudar a resolver os seus problemas.
Qual a análise que faz aos últimos quatro anos da freguesia?
Como é público, o início do mandato foi adverso devido aos acontecimentos que culminaram com o pedido de demissão do anterior Presidente da Junta de Freguesia e à destituição do então Presidente da Assembleia, que obrigou a uma reconfiguração de toda a equipa. Isto levou a que a 25 de janeiro de 2019, com 25 anos, eu tenha assumido o cargo de Presidente da Junta de Freguesia de Verdelhos, o que viria a coincidir, escassos meses depois, com o início da pandemia. Chegada a pandemia, acabámos por adiar alguns projetos para nos dedicarmos ao que realmente importava naquele momento: a proteção e segurança da nossa população, sobretudo a mais sénior e vulnerável. Sou muito grata à equipa que se manteve firme comigo, que nunca fugiu às responsabilidades. Com muita determinação, fomos vencendo as adversidades, realizámos projetos e obras em colaboração com a Câmara da Covilhã e continuámos a desenvolver a freguesia de Verdelhos. O nosso trabalho está à vista de todos, queremos dar-lhe continuidade.
Como olhar para os dados dos últimos Censos da freguesia divulgados em julho pelo INE?
De acordo com os resultados preliminares divulgados pelo INE, a Freguesia de Verdelhos tem um total de 500 habitantes, sendo que entre 2011 e 2021 houve uma perda de 164 habitantes (-24,7%). Esta diminuição deve-se sobretudo ao facto de Verdelhos ser uma aldeia envelhecida, cuja taxa de natalidade é bastante reduzida e cujo fenómeno da emigração ainda continua bastante presente. No interior e em particular em freguesias pequenas como é o caso de Verdelhos, o desafio é grande. Temos de ser resilientes, não baixar os braços. Queremos, com a nossa visão estratégica para Verdelhos, dar o nosso contributo para a inversão desta realidade. Os autarcas das freguesias sozinhos não conseguem inverter esta situação, é preciso medidas do Poder Central.
Falando de uma freguesia localizada num concelho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e a desertificação desta região?
É preciso, de uma vez por todas, um novo olhar para o interior do país. Há anos que ouvimos falar da desertificação, os diagnósticos estão há muito feitos, mas a verdade é que tem faltado a implementação de medidas e iniciativas efetivas que travem esta sangria demográfica. Precisamos antes de mais criar condições para manter as pessoas e empresas que já cá estão e, por outro lado, criar incentivos e medidas realmente capazes de atrair e fixar novos investimentos, jovens e pessoas nos territórios de baixa densidade populacional, gerando mais empregos e novas oportunidades.
Fernando Gil Teixeira