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Ética em Bits: Os Desafios Morais da Era Digital
Deseja se destacar na tecnologia e inovação, sem comprometer os seus princípios éticos?
Vivemos em tempos de tecnologia rápida, e a inteligência artificial (IA) cada vez mais presente no nosso dia- a -dia. Nesse contexto, é importante questionar os princípios morais que regem a nossa sociedade e como eles estão relacionados com os novos progressos tecnológicas. Neste artigo, exploraremos os fundamentos2 sociais da moral e a sua articulação com a política e a inteligência artificial, abordando temas como liberdade/opressão, equidade/engano, lealdade/traição, autoridade/subversão e santidade/degradação na era digital, bem como os seus desafios éticos.
À medida que a Inteligência Artificial se entranha nas nossas vidas, surge a preocupação de que a nossa liberdade esteja em perigo. A tecnologia promete eficiência e comodidade, mas corre o risco de nos tornarmos escravos de sistemas panóticos que controlam as nossas ações e invadem a nossa privacidade. E aqui convém colocar a seguinte questão: Como podemos assegurar que os avanços tecnológicos não se tornem ferramentas de opressão?
A tecnologia também traz consigo a promessa de uma sociedade mais justa, na qual todos têm acesso igual a recursos. No entanto, devemos estar atentos aos enganos e manipulações que podem surgir neste contexto. A desigualdade persistente e a tendência algorítmica são exemplos de como a igualdade pode ser ilusória quando os sistemas tecnológicos são projetados com base em preconceitos e injustiças existentes. É importante questionarmos como podemos assegurar que a busca pela igualdade seja verdadeira e não um disfarce para perpetuar desigualdades e exclusões.
Num mundo cada vez mais conectado, a lealdade adquire novos significados. As redes sociais e a cultura da exposição constante levam-nos a questionar o que é ser leal e como isso se relaciona com a construção de relacionamentos autênticos. A traição online, seja com informações falsas ou invasão de privacidade, desafia a noção tradicional de lealdade. É importante refletir sobre como a tecnologia afeta a nossa lealdade e como podemos cultivar relacionamentos baseados em confiança e respeito mútuos.
Os avanços tecnológicos também têm o potencial de afetar a dinâmica de autoridade e subversão na nossa sociedade. A divulgação de dados/informações e o acesso a diferentes perspetivas podem questionar e desafiar estruturas de poder já estabelecidas. Ao mesmo tempo, a concentração de poder nas mãos de grandes empresas de tecnologia e o uso indevido da Inteligência Artificial têm causado preocupações quanto à manipulação e ao controle. Devemos de ter em mente que a tecnologia pode ser uma ferramenta eficaz para a subversão positiva, ampliando vozes marginalizadas e promovendo responsabilidade e transparência nas estruturas de autoridade.
A relação entre tecnologia e santidade é complexa. Enquanto alguns veem a tecnologia como uma ferramenta para alcançar um estado ideal, outros temem que ela possa nos degradar, tornando-nos escravos de nossos próprios dispositivos. É importante questionar como a tecnologia pode ser usada para promover a santidade verdadeira, que reconhece a dignidade humana, a inclusão e o bem-estar coletivo, ao invés de contribuir para a degradaçao da humanidade.
Em suma, a convergência entre valores morais e tecnológicos é um desafio ético na era digital. As ideias de liberdade/opressão, equidade/engano, lealdade/traição, autoridade/subversão e santidade/degradação ganham novos significados nesse contexto. Devemos ser críticos e responsáveis ao lidar com a tecnologia, questionando os seus efeitos na humanidade. Somente assim, podemos garantir de que os avanços tecnológicos sejam conduzidos com ética, proporcionando um futuro mais justo, inclusivo e humano.
Carlos M. B. Geraldes, PhD