Fronteira Portugal/Espanha poderá vir a gerar riqueza
António Costa mostrou-se convencido de que a fronteira entre Portugal e Espanha poderá vir a gerar atratividade e riqueza, como acontece com outras fronteiras da Europa.
“Poderemos, com muito trabalho, muita dedicação, muito investimento e muita persistência, fazer desta fronteira o que as outras fronteiras são nos outros países da Europa: as zonas mais atrativas, que mais geram emprego, que mais geram riqueza e que mais potenciam o desenvolvimento do território”, afirmou o primeiro-ministro, durante uma cerimónia em Vilar Formoso, na véspera de uma cimeira ibérica dedicada às regiões transfronteiriças.
Lembrando estar na véspera da cimeira luso-espanhola, que decorrerá em Valladolid (Espanha), António Costa frisou que se trata de “um momento muito importante” para o desenvolvimento das regiões transfronteiriças.
O primeiro-ministro disse que, se normalmente as zonas junto às outras fronteiras da Europa são as mais desenvolvidas dos respetivos países, “não é isso que acontece na fronteira entre Portugal e Espanha, desde o Norte, com a Galiza, até ao Sul, com a Andaluzia”. Isto porque “esta fronteira foi construída ao longo de séculos não como um ponto de ligação, mas como uma vala, uma muralha, uma barricada” para afirmar a independência, referiu, considerando que essa herança histórica hoje “já não faz sentido” para Portugal e Espanha.
“Não temos nenhuma razão para que esta fronteira continue a ser um ponto de separação e não passe a ser aquilo que é importante que seja: um ponto de união”, defendeu. Segundo o primeiro-ministro, para que isso aconteça, é preciso trabalhar em conjunto e, “ao longo de toda a fronteira, haver de um lado e de outro as boas condições para que ambos os países, ambas as regiões, todos os municípios, tenham uma dinâmica de desenvolvimento”.
“Nesta visão, esta região de fronteira deixa de ser a região com pior localização para o comércio internacional, mas passa a ser, seguramente, uma centralidade fundamental para o investimento no e para o mercado ibérico”, frisou.