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Guarda: PSD considera que se deve “fazer uma profunda reflexão” e “começar a trabalhar”


O presidente da Comissão Política Distrital do PSD da Guarda, Carlos Condesso, afirmou hoje que o partido deve “fazer uma profunda reflexão” dos resultados das eleições legislativas e “começar a trabalhar” para criar uma alternativa credível.

“É tempo de a Comissão Política Nacional fazer uma profunda reflexão, fazer uma análise deste resultado a nível nacional e, depois de fazer esta reflexão, perceber qual é o caminho que se vai tomar”, disse Carlos Condesso à agência Lusa.

O líder distrital social-democrata da Guarda lembra que Rui Rio “já disse que não sabia como é que poderia ser útil ao PSD e ao país com esta maioria absoluta do PS, dando a entender que irá sair”.

Na sua opinião, “a partir de agora, o PSD tem de começar a trabalhar para criar uma alternativa credível, uma alternativa que se prepare para disputar já as próximas eleições”.

“Temos quatro anos em que o PSD tem forçosamente que se preparar, sob pena de passar por graves dificuldades naquilo que é a grandeza do PSD no país. E todos, os militantes, temos que dar o nosso contributo para que o PSD trabalhe muito para construir uma alternativa credível para Portugal”, sublinhou.

Carlos Condesso defende que o partido “tem que olhar agora para o futuro e os melhores do PSD têm que estar disponíveis para assumirem uma candidatura à liderança, caso Rui Rio saia já”.

“E o PSD tem bons quadros técnicos, tem gente de valor, que pode preconizar uma candidatura à liderança. Agora, tudo a seu tempo”, remata.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

No círculo eleitoral da Guarda o PS conquistou 45,10% dos votos e elegeu dois deputados, enquanto o PSD obteve 33,52% e elegeu um representante na Assembleia da República.

“O distrito da Guarda seguiu a tendência nacional dando uma grande vitória ao PS”, sublinha Carlos Condesso, desejando que os três deputados “façam um bom trabalho pelo distrito e por todos os cidadãos que aqui residem”.

O dirigente distrital do PSD diz que “agora têm que ser cumpridas as promessas feitas pelo PS”, porque “tem todas as condições” e “saiu reforçado nestas eleições para cumprir com aquilo que prometeu”.

Na saúde, aponta a realização de obras no Hospital Sousa Martins, o aumento do número de profissionais e a diminuição dos tempos de espera para consultas e cirurgias.

Nas acessibilidades, destaca “a grande promessa” que é a reativação da linha ferroviária do Douro entre Pocinho e Barca D’ Alva.

O PSD também quer ver cumpridas políticas públicas que “invertam o despovoamento” do interior e medidas para “alívio da carga fiscal”.

O PS ganhou em 11 concelhos do distrito da Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Sabugal, Seia, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa) e o PSD em três (Aguiar da Beira, Pinhel e Mêda).

Com estes resultados, o distrito ficará representado no parlamento pelos deputados Ana Mendes Godinho e António Monteirinho (PS) e por Gustavo Duarte (PSD).

Nas eleições de domingo, a que concorreram neste círculo 15 listas, estavam inscritos 145.852 eleitores e votaram 76.901, sendo a abstenção de 47,27%.

O Chega foi a terceira força política mais votada, com 7,95% dos votos, seguindo-se, em quarto, o BE, com 3,07%, e, em quinto lugar, o CDS-PP, com 2,21%.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

O PSD ficou em segundo lugar, com 27,80% dos votos e 71 deputados, a que se somam mais cinco eleitos em coligações na Madeira e nos Açores, enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer parlamentar.

A abstenção desceu para os 42,04% depois nas legislativas de 2019 ter alcançado os 51,4%.

 

Fonte: Lusa