Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Autárquicas 21: Entrevista a José Vaz Luís, candidato da CDU à União de Freguesias de Barco e Coutada (Covilhã)


Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro do Município a que se candidatam. João Vaz Luís é o candidato da CDU à União de Freguesias de Barco e Coutada, na Covilhã.

 

Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas e quais os pilares da mesma?
A motivação da minha candidatura á participar e defender uma gestão democrática da junta de freguesia, em defesa de um serviço público ao serviço da população. A criação da Junta de Freguesia de Coutada. Devolver a Junta de Freguesia ao povo da Coutada. Este é um processo que se deve iniciar em Janeiro de 2022. Os serviços básicos à população devem ser defendidos e terem uma gestão pública: emprego, água, saúde, ambiente, floresta, espaços e vias públicos.

O que considera ter de diferente relativamente aos outros candidatos?
Maior proximidade às pessoas. Sou um dos sócios fundadores do Centro Social da Coutada. É uma instituição fundamental na freguesia no apoio domiciliário e de cuidados básicos, que veio ainda evitar o isolamento muito vulgar nesta faixa etária, e que, já apoiou eventos culturais e desportivos. Para além disso contribuí activamente e várias vezes na organização da festa da Coutada em honra da Nossa Senhora da Saúde e do Mártir São Sebastião, tendo-a organizado um ano em que a equipa nomeada não aceitou o cargo, fazendo mais recentemente parte da equipa que organizou os festejos em 2017, 2018 e 2019. Há ainda a frisar que esta candidatura também foi motivada pelo projecto da CDU de desenvolvimento sustentável do concelho da Covilhã, através da candidatura à Câmara Municipal do Dr. Jorge Fael e à Assembleia Municipal com o Prof. Vítor Reis Silva que me garantem todo o conforto e um futuro de confiança também para o Barco e Coutada.

Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar a freguesia?
O emprego com a oferta de condições para a fixação e manutenção de indústria, é fundamental para o desenvolvimento económico local, tal como a agricultura e floresta. Natureza e ambiente terão a nossa atenção, fomentando a protecção, manutenção e diversidade. Desporto e cultura com a dinamização em conjunto com as associações locais actividades desportivo-lúdicas e culturais, uma melhor gestão dos equipamentos desportivos e a criação de praias fluviais. A nossa população, tal como a de qualquer país desenvolvido, é uma população
envelhecida. Haver condições mais favoráveis para a criação e o estabelecimento de famílias é uma das apostas.

Qual a análise que faz aos últimos quatro anos da freguesia?
Pouco se tem feito para a fixação de famílias. A falta de oportunidades de emprego e a desvalorização do património ambiental fez com que a população decaísse 10% nos últimos 10 anos, sendo mais acentuado nas zonas rurais, com uma redução de 17% na Coutada e no Barco. A manutenção e limpeza dos espaços públicos e vias de comunicação poderiam ter sido mais eficazes. A junta de freguesia recebeu verbas com a assinatura de transferência de competências que deveriam permitir assegurar esta rubrica. O apoio ao desporto e ocupação de tempos livres terá sido remetido para segundo plano, pelo que poderia ter sido encontrada uma solução mais eficaz que permitisse uma utilização mais permanente e facilitada dos equipamentos desportivos da freguesia.

Como olhar para os dados dos últimos Censos da freguesia divulgados em Julho pelo INE?
É possível UM FUTURO DE CONFIANÇA também para a União de Freguesias BarcoCoutada, apesar da redução da população que os censos de 2021 vêm demonstrar, passámos de 879 para 724 residentes, uma redução de 17,6%. É preocupante. Isto reflete a situação do estado da nossa economia e das condições de vida, também no Barco e Coutada. Sendo que há dois factores que contribuem a diminuição populacional: emigração e natalidade.

Falando de uma freguesia localizada num concelho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e a desertificação desta região?
A União de Freguesias recebeu e recebe, em 2021, por mês, à volta de €7.172,41 e irá receber do Orçamento de Estado a partir de Janeiro de 2022, com a transferência de competências da Câmara Municipal, um reforço de verba significativo (mais €27.000), ficará com receitas correntes mensais de €9.449,00, a partir de Janeiro de
2022. Acresce ainda a este valor as receitas do IMI urbano (1%) e do IMI Rústico (100%) e, ainda, a receita do CTT. Assim, a Junta da União de Freguesias tem de cumprir com as competências delegadas e oferecer serviços de qualidade às duas populações na limpeza urbana, espaços verdes, limpeza de bermas e valetas nos caminhos municipais, entre outras competências delegadas, tem um programa muito vasto de organização e estruturação para dar resposta às necessidades existentes. Para evitar o despovoamento é preciso apostar na criação de postos de
trabalho, apoiar a agricultura familiar, apoiar as micro e pequenas empresas e a reflorestação do território É urgente o apoio às estruturas potenciadoras de turismo (Minas da Recheira), o aproveitamento do Rio Zêzere enquanto espaço de lazer e travar a exploração de lítio na Argemela por empresas privadas e estrangeiras, que nos levam a riqueza e nos deixam problemas ambientais.

 

Fernando Gil Teixeira