Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Legislativas 2022: Entrevista a Jorge Azevedo, do Partido RIR por Castelo Branco


Ao realizarem-se agora as eleições para as Legislativas 2022 o Mais Beiras Informação decidiu, nas suas próximas edições diárias, dar especial atenção às candidaturas. Jorge Azevedo é a cabeça de lista do Partido RIR por Castelo Branco. 

 

1- Quais as principais alavancas para o desenvolvimento do distrito?

O RIR Reagir – Incluir – Reciclar considera que os pilares fundamentais de desenvolvimento do distrito de Castelo Branco passam pela aposta nos setores em que a região é particularmente forte, como são os casos do Turismo (por exemplo a Serra da Estrela, o Geoparque Naturtejo ou a rede de aldeias históricas), os têxteis na Covilhã ou da indústria do frio, em Castelo Branco.

Isto, sem esquecer o aumento da produção, marketing e comercialização de produtos endógenos como o mel, os queijos ou o bordado de Castelo Branco, entre muitos outros.

 

2- Despovoamento e desertificação: Quais as medidas e/ou plano estratégico para combater estas duas realidades?

São aspetos que nos preocupam bastante. Para o nosso partido é essencial manter no distrito os jovens que cá vivem e estimular o regresso dos que partiram para o litoral ou estrangeiro.

Para isso, precisamos de atrair para a região empresas localizadas nos grandes centros urbanos do país, através de apoios em termos de uma descriminação positiva ao nível fiscal, de preços reduzidos de terrenos e a outros níveis.

Agora que, com a pandemia, a questão do teletrabalho passou para a ordem do dia, o RIR defende medidas para incentivar os chamados nómadas digitais (pessoas que estão a fazer teletrabalho em Lisboa e Porto) a virem para a nossa região.

Sendo a reabilitação dos centros históricos das três cidades do distrito Castelo Branco, Fundão e Covilhã uma prioridade que assumimos, essa faixa de pessoas podem vir a habitar essas zonas revitalizando-as e assim conseguimos também aumentar a população e incrementar a economia regional.

Poderão também vir para o distrito jovens que aqui poderão criar e desenvolver pequenas empresas. Nesse sentido, temos de disponibilizar condições de vida mais atrativas com creches gratuitas para os filhos seja no setor público seja em parceria com os privados, uma melhor rede de transportes e de cuidados de saúde.

 

3- Qual será a vossa posição, quando no parlamento existirem votações, que ponham em causa o desenvolvimento do distrito e o partido seja contra? Vão seguir a ordem partidária ou votam a favor dessa proposta?

Os deputados que o RIR vier a eleger representarão obviamente o partido mas também os interesses das regiões que os elegerem. O RIR assume -se como um partido de bom senso, moderado e muito alicerçado nas gentes do nosso país com a sua diversidade e direitos.

Consideramos que não haverá essa hipotética oposição entre a defesa do distrito e as nossas votações. O partido defenderá sempre os interesses do distrito de Castelo Branco esse é um ponto de honra nosso e um compromisso que assumimos.

 

4- Quando é que a redução ou abolição das portagens deixa de ser uma miragem?

Para o RIR Reagir Incluir Reciclar, as portagens já deveriam ter sido abolidas há muito. Consideramos que é vital para o progresso da região a completa abolição das portagens da A23 que tem custos exorbitantes para as empresas encarecendo em excesso os seus custos de operação.

Por ouro lado, para os particulares é um fardo também insuportável. Há pessoas que gastam parte substancial dos seus vencimentos nas portagens para irem trabalhar isso é um travão grave ao desenvolvimento do distrito e da sua economia.

 

5- Quais os setores que consideram importantes impulsionar ou melhorar no Distrito?

Tal como indiquei anteriormente, a região tem produtos endógenos que têm de ser mais valorizados e alvo de ações de promoção mais abrangentes nos grandes centros urbanos do país e no estrangeiro.

O Turismo, os têxteis, a indústria do frio são áreas em que o distrito se destaca já, é necessário fortalecer estes setores mas sem esquecer outros aproveitando em particular os estudantes formados na universidade da Beira Interior e no Instituto Politécnico de Castelo Branco, a tal geração melhor preparada de sempre e que – boa parte dela- acaba por sair da região depois de concluídos os estudos.

Queremos trazer para o distrito empresas e instituições onde possam trabalhar e colocar ao serviço da região as suas competências e conhecimentos.

 

6- A falta de médicos é um problema grave, que tem abalado o distrito. De que forma estão a pensar agir para combater esta falta?

O RIR defende a melhoria da rede de cuidados de saúde do distrito de Castelo Branco, por um lado, para também por aí termos melhores condições para fixar e atrair jovens e, por outro, cuidar de uma população da região que é muito envelhecida.

Os médicos e outros profissionais de saúde têm de ter incentivos para puderem vir para regiões como a nossa. Há várias formas possíveis de o fazer. Uma dela poderá ser uma mais rápida ascensão profissional para todos aqueles que se instalarem em zonas do interior como o nosso distrito.

7- Que políticas pretendem acionar para combater a assimetria do país, dividido pela estrada EN2 (litoral do interior)?

O combate às assimetrias que subsistem no nosso país, é efetivamente uma das nossas preocupações centrais. Pretendemos que os portugueses do interior tenham as mesmas oportunidades de acesso a cuidados de saúde, educação e de emprego dos do litoral.

Defendemos a proteção dos nosso recursos naturais, através de medidas como o incentivo à agricultura biológica, respeitando a biodiversidade, o fomento da plantação de árvores autóctones e a generalização do aproveitamento da biomassa.

O programa eleitoral do Reagir Incluir Reciclar para estas eleições legislativas de 2022 é perentório ao preconizar o incentivo à criação de empresas e fixação das mesmas no interior do país.

Queremos igualmente a reativação de linhas ferroviárias que foram desativadas e abandonadas no interior, que tem de ter ráidos acessos ao litoral.

8- A regionalização tem estado na ordem do dia. Qual é a vossa posição quanto a este tema?

Somos defensores de uma regionalização que transfira para as regiões competências e atribuições que são melhor executadas ao nível regional do que a partir dos ministérios centralizados no Terreiro do Paço em Lisboa, mas sem que se crie uma panóplia de cargos políticos e estruturas burocráticas pesadas que encareçam o processo e lhe retirem virtualidades. Mas, não temos de estar à espera da regionalização sem nada fazer.

Pudemos desde já apostar numa descentralização de competências para as autarquias desde que essa transferência seja acompanhada do respetivo envelope financeiro. Não vale a pena fazê-lo se as autarquias não dispuserem dos meios financeiros devidos, se não o projeto não se implementa.

 

9- Tem-se falado muito em corrupção. De que forma pretendem trabalhar para batalhar esta realidade?

O RIR Reagir Incluir Reciclar defende a alteração do Código Penal no sentido do agravamento das penas em caso de crimes de colarinho branco, corrupção e trafico de influências.

Por outro lado, preconizamos que os crimes de sangue, violação, abuso sexual de menores e adultos, de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais não devem prescrever e devem ser cumpridos na íntegra.

Mesmo na área fiscal onde pugnamos para uma redução da carga fiscal sobre os portugueses consideramos essencial retirar da chamada economia paralela ou subterrânea rendimentos que têm de ser taxados de forma legal. Ao fazê-lo estaremos em simultâneo a combater a corrupção.

 

10- Como idealizam o futuro do distrito se vencerem as eleições?

Queremos um distrito de Castelo Branco mais justo, com igualdade de oportunidades para todos, mais desenvolvido e em que os habitantes da Beira Baixa tenham o mesmo acesso a condições de vida como os restantes portugueses das zonas mais desenvolvidas.

Um distrito que se destaque pela qualidade de vida, pela inovação empresarial, rejuvenescido e que tenha rápidos acessos quer ao litoral (por isso defendemos a rápida construção da estrada deque ligará a Covilhã a Coimbra) quer a Espanha, através do IC 31 via Monfortinho.

 

11- Aproveitando esta nossa entrevista, qual a mensagem que pretendem deixar aos eleitores?

O RIR é um partido desbloqueador do impasse político a que chegámos, que quer contribuir com soluções de bom senso para o conjunto do país e também para a população do distrito de Castelo Branco.

Vamos pugnar pelo desenvolvimento acelerado da nossa região para que todos aqueles que cá vivem possam ter uma vida com mais oportunidades aos mais diversos níveis desde o emprego à educação, à saúde, a tudo aquilo a que têm direito, tal como quem vive nos grandes centros urbanos do litoral.