Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Autárquicas 21: Entrevista a Rui Amaro, candidato independente à União de Freguesias de Peso e Vales do Rio (Covilhã)


Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro do Município a que se candidatam. Rui Amaro é o atual presidente e recandidato independente do movimento “Unidos pelo Peso e Vales do Rio” à União de Freguesias de Peso e Vales do Rio, na Covilhã.

 

Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas e quais os pilares da mesma?

Voltamos a ser candidatos porque temos um projeto a Doze anos que começou em 2013. Fizemos até agora dois mandatos. No primeiro criámos laços entre as duas freguesias depois da reforma administrativa de 2013 que criou esta União das Freguesias de régua e esquadro. Foram quatro anos de 2013 a 2017 muito difíceis a nível financeiro. Conseguimos criar os alicerces que nos permitiram fazer várias candidaturas e realizar várias obras no segundo mandato de 2017 a 2021 com um investimento total de cerca de 265.000,00€. Esperamos agora que os eleitores da União das Freguesias nos continuem a apoiar e nos permitam realizar as obras que idealizámos e projetámos para o final deste ciclo autárquico. Se formos eleitos vamos fazer um mandato de grande apoio às crianças e aos idosos com o reforço dos ATL e com o apoio às IPSS das duas freguesias bem como ao projeto CUIDAR EM CASA do qual somos parceiros desde a sua criação e que tão bons resultados está a dar.

 

O que considera ter de diferente relativamente aos outros candidatos?

A primeira e mais óbvia diferença é o facto de ter as minhas raízes nesta união de freguesias, tal como a minha equipa. Somos destas terras, sentimos o que a restante população sente, sofremos com os mesmos problemas, as mesmas dificuldades. Pertencemos a este povo. E não somos candidatos à procura de números. Somos candidatos à procura de continuidade, de desenvolvimento e bem-estar para todos.

 

Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar a freguesia?

Temos vários projetos em andamento que vão ao encontro das necessidades das populações nas áreas da saúde, apoio social, educação, cultura, entre outras. Posso falar, por exemplo, do projeto do Mercado Local de Produtores, um investimento a rondar os 80.000,00€, que visa, muito genericamente falando, criar sustentabilidade, promover a proximidade entre os produtores locais e os consumidores sensibilizando para um consumo consciente, informado e ecologicamente responsável de produtos de alta qualidade. Posso também falar do projeto do Centro Interpretativo do Brulhão, um investimento a rondar os 200.000,00€, que tem como principal missão a preservação dos valores materiais e imateriais ligados à vida rural, tendo como tema central esta iguaria gastronómica. Posso ainda falar da requalificação de diversas ruas históricas, do alcatroamento de ligações fundamentais nas freguesias, da melhoria das acessibilidades com a colocação de um elevador no edifício da Junta de Freguesia de Vales do Rio. Temos muitos projetos ambiciosos, muito trabalho já começado e ao qual queremos dar continuidade.

 

Qual a análise que faz aos últimos quatro anos da freguesia?

Foram 4 anos de grandes realizações, de concretização de diversos projetos, como, por exemplo, a criação do Centro de Atividades do Peso comparticipado não só pelo orçamento da Junta de Freguesia como também por um donativo de um particular que assim ajudou a cumprir o desejo da população. Esta obra resolveu o problema da falta de acessibilidades entre as duas principais artérias da aldeia onde se concentram os principais serviços. Outro exemplo foi a construção do Parque de Lazer de Vales do Rio que, mediante uma acordo com a Comissão da Fábrica da Igreja através da cedência do terreno, permitiu tornar um espaço abandonado num agradável recanto de convívio para todos, jovens e menos jovens. E a terminar o mandato, conseguimos, finalmente, que a Câmara Municipal cumprisse o prometido há anos que foi a requalificação da Estrada Municipal 513, deixando para trás a discriminação que nos fizeram sentir em 2017.

 

Como olhar para os dados dos últimos Censos da freguesia divulgados em Julho pelo INE?

Os dados divulgados mostram a realidade do país e a discriminação feita ao Interior face ao Litoral. No nosso Concelho verificou-se uma perca de população na ordem 10 %. A nossa Freguesia, apesar de ter perdido 176 habitantes por morte, nomeadamente nas faixas etárias mais elevadas, e ter também perdido alguns jovens  que se viram obrigados a sair em busca de emprego nas suas áreas de qualificação, conseguiu ainda assim estagnar nos 11 %. Isto só foi possível devido à forte aposta feita na criação de ATLs, apoio às IPSSs e presença constante junto das populaçoes e empresas na oscultação das necessidades e no apoio à resolução dos problemas.

 

Falando de uma freguesia localizada num concelho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e a desertificação desta região?

Ora aí está um tema sobre o qual haveria muito a dizer mas deixo apenas alguns tópicos fundamentais:

1.º Criação de medidas de apoio às empresas para fixação nestes territórios, criando mais e melhor emprego.

2.º Revisão dos PDM que permita a recuperação dos núcleos habiotacionais das aldeias bem como a construção nova em zonas já infraestruturadas.

3.º Criação de medidas discriminatórias positivas para a fixação da imensa mão-de-obra que é qualificada nesta zona e depois acaba por ter abandonar o Interior.

4.º Aposta no desenvolvimento das acessibilidades e nos mercados digitais que tão necessários foram neste tempo de pandemia que ainda atravessamos.

 

Fernando Gil Teixeira