
Seminário “O Território é a Escala”, em Cunqueiros, Proença-a-Nova
Um encontro para debater vários cruzamentos com o território, os olhares e as suas diferentes escalas de intervenção, desde as iniciativas comunitárias de proteção do espaço-aldeia ao olhar questionador da fotografia.
O território é a escala a que se olha. Diferentes escalas mostram realidades diversas. Intervenções de pequena escala, juntas, resultam afinal em transformações maiores. É este o ponto de partida para o seminário intitulado “O Território é a Escala”, promovido pela ADXTUR-Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, em parceria com o Projeto Entre Serras e a Associação Recreativa e Cultural de Cunqueiros.
O convite para este dia é o de questionar a paisagem enquanto resultado de uma complexidade de intervenções, a diferentes tempos, com escalas diversas e objetivos distintos. Estas questões interpelam o futuro dos territórios do interior, a relação entre o campo e a cidade, entre o rural e o urbano.
No dia 12 de fevereiro será dada voz a projetos comunitários, de pequena escala, que reinventam a ligação à terra e aos lugares. Mesmo as aldeias mais esvaziadas de população podem apresentar inusitadas dinâmicas, como veremos no seminário com atores diretos da mudança descrevendo processos complexos que mesclam resiliência com empreendedorismo e inovação social. São as aldeias que dão significado à paisagem: a conversão de um pinhal em olival, ou a criação de uma faixa de proteção contra incêndios, traduzem uma vontade de assumir e cuidar do território. De estar presente.
Durante o período da tarde, e porque a fotografia e a arte são dispositivos óticos que podem ativar reflexões, forças e dinâmicas que conduzem a novos imaginários, apresenta-se o resultado da missão confiada a três fotógrafos: registar o território. Partindo da aldeia de Cunqueiros, Duarte Belo seguiu na direção das serras da Lousã e do Açor, João Abreu em direção ao Tejo-Ocreza, enquanto Carlos Casteleira subia o Zêzere.
Este Seminário revela o fluxo constante que existe entre o mundo rural e o urbano: a população pode partir para os grandes centros, mas os pés, esses, continuam na terra.