Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Autárquicas 21: Entrevista a Sérgio Rodrigues, candidato independente à freguesia de Orjais (Covilhã)


Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro do Município/Freguesia a que se candidatam. Sérgio Rodrigues é candidato independente, do Unidos por Orjais (UPO) à freguesia de Orjais, na Covilhã.

 

Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas e quais os pilares da mesma?

A nossa candidatura surge da necessidade em alterar o rumo de Orjais, queremos recuperar o que Orjais perdeu nos últimos 20 ou 30 anos, tanto em termos económicos como demográficos, Orjais perdeu empresas geradoras de emprego com grande valor para a freguesia e para a sua gente, e mais importante perdeu pessoas, só nos últimos 10 anos perdeu 17,7% da sua população, em cada 5 pessoas que viviam em Orjais em 2011, hoje só vivem cerca de 4, temos de alterar esta trajetória e recuperar o que se perdeu, essa é a nossa motivação e a razão da nossa candidatura.

 

Como olha para o facto de serem lista única na freguesia?

Infelizmente na nossa freguesia somos lista única, no entanto vamos combater isso com uma política participativa e trabalhar em conjunto com todos os que quiserem contribuir, para nós, todas as opiniões e ideias contam e vamos trabalhar e planear o futuro com todos.

 

Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar a freguesia?

As áreas que consideramos importante impulsionar são as que nos vão permitir inverter os números dos últimos 20 ou 30 anos e que passa por dois grandes pilares, a recuperação económica e a recuperação demográfica da freguesia. Em termos demográficos o nosso objetivo passa pela reabilitação urbana, recuperando a construção já existente e pela criação de condições para que surjam novas construções habitacionais de qualidade e conforto por forma a trazer gente para a nossa aldeia. Na vertente económica pretendemos aproveitar os recursos existentes na freguesia para lançar de forma sustentada a exploração turística com a criação de condições ao investimento privado, nomeadamente na área da restauração, alojamento e laser.

 

Qual a análise que faz aos últimos quatro anos da freguesia?

Nesta fase não é importante analisar nem os últimos quatro anos da freguesia, nem os últimos 20 ou 30, acredito de forma convicta que cada decisão tomada foi certamente a melhor perante as circunstâncias e objetivos do momento, e aquilo em que quem decidiu acreditava. Queria ainda acrescentar quanto a esta questão que um projeto político não pode ser avaliado pelo tempo de um mandato, mas sim pelo impacto que esse mesmo mandato projeta no futuro das pessoas e da aldeia, daí pretendermos fazer um planeamento para os próximos 20, 30 ou mesmo 50 anos, nós vamos apenas iniciar, a vida e a aldeia continua muito para além de nós.

 

Como olhar para os dados dos últimos Censos da freguesia divulgados em julho pelo INE?

Claro que olhamos para os dados dos últimos censos e nos causa preocupação, daí uma das razões da nossa candidatura, mas não só os dados dos censos que nos dá uma redução de 17,7% da população de Orjais nos últimos 10 anos, mas já os dados da Comissão Nacional de Eleições, nos dá conta de uma redução de 6,57% do número de eleitores desde as últimas eleições em 2017.

 

Falando de uma freguesia localizada num concelho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e a desertificação desta região?

Quando falamos do interior facilmente percebemos que pelos dados dos censos que é uma região que está a perder população de forma generalizada, tanto nas aldeias como vilas ou cidades, no entanto as aldeias perdem mais em relação às cidades. Mas esta é uma tendência que quanto a nós pode ser invertida com uma política nacional bem definida e apoiada, falamos nomeadamente de incentivos fiscais às nossas empresas, com vista a atrair investimento e valor para o interior. Numa visão um pouco generalista, o futuro do interior nomeadamente das aldeias, passa pelo turismo e pelo aproveitamento dos nossos recursos naturais, património cultural, e a nossa própria história para atrair pessoas e riqueza. Portugal tem um dos melhores climas da europa, precisamos de criar condições para que sejamos um país turístico por excelência, por isso o interior tem de ser alvo de uma política fiscal agressiva e atrativa, tanto para o investimento como para a população. No investimento falamos concretamente de redução de impostos para as empresas e a nível da população um forte incentivo na natalidade.

 

Fernando Gil Teixeira