
Autárquicas 21: Entrevista a Vítor Reis Silva, candidato da CDU à freguesia de Paul (Covilhã)
Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro do Município a que se candidatam. Vítor Reis Silva é o candidato da CDU à freguesia de Paul, na Covilhã.
Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas e quais os pilares da mesma?
Cada Paulense deve estar disponível para dar o seu contributo na elevação do bem estar de quem reside e trabalha no Paul. É possível, com os recursos existentes, fazer mais e melhor e dar resposta às necessidades das pessoas. É necessário uma gestão mais próxima das pessoas, sem arrogância e prepotência. É necessário aprofundar a gestão democrática baseada na participação popular, ouvir as pessoas para melhor se conhecerem os problemas e priorizar a sua resolução. Valorizar os trabalhadores, a qualificação do espaço público, preservar o meio ambiente, o património natural e a defesa da gestão pública da água enquanto bem público acessível a todos. Estou inserido no projeto da CDU de desenvolvimento do concelho da Covilhã com uma candidatura à Câmara Municipal do Dr Jorge Fael e com a minha candidatura à Assembleia Municipal que me garante todo o conforto para um FUTURO DE CONFIANÇA, também para o Paul.
O que considera ter de diferente relativamente aos outros candidatos?
A experiência e o conhecimento da gestão pública adquirida no desempenho de funções em todos os órgãos autárquicos da freguesia e município, assim como enquanto diretor de um agrupamento de escolas. A minha ligação ao projeto da Coligação Democrática Unitária (CDU) transporta para a minha candidatura os princípios distintivos de todas as outras. Desde logo a nossa ação assenta nas qualidades/características do TRABALHO, HONESTIDADE E COMPETÊNCIA. Na honestidade e seriedade com o desenvolvimento de uma gestão criteriosa e de transparência na gestão pública, de recusa de benefícios ou aproveitamentos pessoais, de defesa do interesse público e rejeição de interesses económicos.
Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar a freguesia?
A Junta de freguesia tem como receita corrente do Orçamento de Estado (Fundo Financiamento das Freguesias) 51.530,00 € e irá receber da transferência de competências a verba de 62 418,00€, tem ainda cerca de 30.000 € em outras receitas. Um total de 143.948 que dá à Junta de Freguesia uma receita corrente mensal de cerca 12.000 €. É com estes recursos que temos que dar resposta às competências delegadas e às necessidades das pessoas, das crianças aos mais idosos. Dar resposta à inexistência de algumas infra estruturas básicas e melhorar a rede viária urbana. Melhorar a limpeza e requalificação dos arruamentos, a segurança das pessoas com a manutenção e construção de mais passeios e condicionamento da velocidade dos veículos nas vias municipais. É necessário obter um apoio significativo para prosseguir a intervenção na ribeira, e no caso da Árvore Bonita/Espelho de Água a implantação das infra estruturas de água, luz e saneamento. Valorizar outros locais/poços, no troço entre o Porto da Vila ao Poço da Marinheira, para usufruto da população.
Qual a análise que faz aos últimos quatro anos da freguesia?
Como já referi atrás, é possível fazer mais e melhor. O atual executivo ignorou os problemas das pessoas (alguns de simples resolução), não deu o apoio que poderia dar no processo de vacinação, poluiu o ambiente com o lançamento de pó de pedra em caminhos agrícolas e florestais, não deu resposta a requerimento quanto ao impedimento de aquisições de serviços e bens a familiares, foi incapaz de ter um único projeto aprovado para investimento na ribeira, abandonou a floresta/baldio e pouco apoio deu à agricultura familiar. O investimento na ribeira é importante mas não pode absorver todos os recursos da freguesia.
Como olhar para os dados dos últimos Censos da freguesia divulgados em Julho pelo INE?
Considerando que o Paul teve nos censos de 2021 um decréscimo populacional (passámos de 1624 para 1365 residentes – perdemos 259 residentes) com uma variação negativa de 15,9% e que esta tendência negativa também se verifica nas freguesias vizinhas, diria que a prioridade é fixar população. Estes números traduzem e são reflexo das politicas seguidas pelo governo do PSD/CDS, no período da Troika. Também no Paul se verificou a saída de muitos jovens para o estrangeiro. Só com as ações que indico na resposta seguinte é possível parar com a tendência do despovoamento.
Falando de uma freguesia localizada num concelho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e a desertificação desta região?
Fixar a população através da criação de postos de trabalho nos serviços públicos, na agricultura familiar, no ordenamento e limpeza florestal, no apoio às micro, pequenas e médias empresas e na criação e instalação de empresas. Aproveitar o potencial turístico ao nível da paisagem, da etnografia, da gastronomia, e do usufruto dos recursos naturais, a ribeira e a água. Melhorar a rede viária possibilitando a deslocação em segurança de todos aqueles que vivendo nas freguesias rurais trabalham nos maiores centros urbanos. Reforçar as politicas de mobilidade em transporte público com o apoio à redução tarifária com a introdução do passe intermodal (30 e 40 € ) e acabar com as Portagens nas antigas SCUTS (A23, A25).
Fernando Gil Teixeira