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Diretor: Paulo Menano

Associações do distrito repudiam intenção da Universidade de Coimbra sobre carne de vaca


Três associações de criadores de ruminantes do distrito da Guarda manifestam “estranheza e repúdio pelas declarações do reitor da Universidade de Coimbra”, considerando que “demonstram um enorme desconhecimento da realidade agrícola e pecuária da região e do país”

As direções das associações pecuárias ACRIGUARDA (Guarda), ACRISABUGAL (Sabugal) e ACRIALMEIDA (Almeida) analisaram a anunciada interdição do consumo de carne de vaca nas cantinas da Universidade de Coimbra, a partir de janeiro, e tomaram uma posição conjunta sobre o assunto, repudiando a iniciativa.
Os dirigentes das três corporações de produtores manifestam “estranheza e repúdio pelas declarações do reitor da Universidade de Coimbra”, considerando que “demonstram um enorme desconhecimento da realidade agrícola e pecuária da região e do país”.
Em comunicado, referem ainda que “uma Universidade não pode, nem deve, proibir, mas sim estudar e investigar a realidade dos vários setores de atividade e propor soluções para incentivar as empresas, neste caso as agrícolas, para melhorar as suas produções, bem como as condições de trabalho e atenuar eventuais efeitos negativos em termos ambientais e outros”. “Aquela Universidade “deveria estar a estudar e investigar, pelo menos para a região Centro, de forma a encontrar soluções viáveis do ponto de vista tecnológico e ambiental para fixar pessoas e não para as expulsar do seu território”, referem.
As três associações subscrevem a posição já expressa pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e esclarecem o reitor da Universidade de Coimbra que, na grande maioria das explorações pecuárias dos seus associados, os animais “são criados em regime extensivo, encontrando-se as explorações em Modo de Produção Integrada ou Biológica”.
Lembram ainda que a proposta, a ser replicada, “levará ao abandono de vastas zonas do interior, ocupadas por solos esqueléticos muito pobres, sem outro tipo de aptidão, que não a instalação de pastagens biodiversas, para pecuária extensiva”.