Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Entrevista com Jorge Simões, candidato à Câmara Municipal da Covilhã


Jorge Simões é candidato à presidência da Câmara Municipal da Covilhã nas eleições autárquicas deste ano, pelo Partido Social Democrata (PSD). Em entrevista ao Mais Beiras Informação, explica a base da candidatura, aponta o que considera estar a ser mal executado e aproveitado no concelho e aponta as soluções que a sua candidatura apresenta para dar resposta a esses mesmos indicadores.

1: Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas e quais os pilares da mesma?

 

Sou candidato à Câmara Municipal da Covilhã. Apresento-me movido por um profundo sentido de missão, conhecimento do território e compromisso com a nossa comunidade.

Aceitei o convite para liderar a candidatura do Partido Social Democrata (PSD) às próximas eleições autárquicas na Covilhã por acreditar que possuo as condições necessárias para servir a população com competência, visão e dedicação. O convite foi formalizado pelas estruturas concelhia e distrital do PSD, com o apoio de autarcas, militantes e membros da sociedade civil, que confiaram em mim a responsabilidade de encabeçar esta proposta.

Os motivos que me levam a candidatar-me assentam em três pilares essenciais:

  1. Conhecimento profundo da realidade local – Vivo e trabalho na Covilhã há mais de 30 anos como engenheiro civil e profissional liberal. Tenho uma experiência direta e prática em todo o concelho, tendo colaborado com pessoas de todas as idades, classes sociais e freguesias. Este contacto contínuo deu-me uma compreensão abrangente das reais necessidades da população.
  2. Visão estratégica para o desenvolvimento sustentável – Acredito numa governação moderna, inclusiva e transparente, centrada na melhoria da qualidade de vida dos covilhanenses. Defendo políticas que promovem o crescimento económico, valorizam as nossas tradições e incentivam a inovação para garantir um futuro equilibrado e próspero.
  3. Sentido de missão e serviço público – A minha motivação é, acima de tudo, servir. Quero trazer para a política local uma marca de verdade, honestidade e transparência. Estou preparado para enfrentar os desafios com responsabilidade e compromisso com o bem comum.

Em suma, a minha candidatura baseia-se na experiência, na proximidade às pessoas e na convicção de que é possível fazer diferente e melhor. A Covilhã merece uma liderança à altura dos seus desafios e das suas potencialidades — e é com esse espírito que me apresento.

 

2: O que considera ter de diferente relativamente aos outros candidatos?

O que me diferencia dos outros candidatos é claro: tenho uma experiência sólida, um conhecimento profundo da realidade do nosso concelho e, acima de tudo, a capacidade de transformar promessas em resultados concretos.

Não me apresento apenas como mais um candidato. Sou alguém com provas dadas, com um compromisso real de mudança e com vontade de implementar reformas estruturais que farão a Covilhã avançar com seriedade, visão e sustentabilidade.

Enquanto alguns se limitam a discursos vagos ou a promessas que nunca saem do papel, eu trago um plano concreto, exequível e pensado para responder diretamente às necessidades dos covilhanenses. A minha abordagem é prática, objetiva e centrada em soluções reais para os problemas reais das pessoas.

O que me distingue é a forma como encaro a política: com ação, seriedade e resultados.

Acredito no poder da inovação, na força da comunidade e na importância de trabalhar lado a lado com os cidadãos. Cada freguesia conta. Cada munícipe tem o seu valor próprio, a sua vontade, a sua esperança num futuro digno. Eu quero reforçar o orgulho de sermos da Covilhã e criar condições para que todos possam viver melhor aqui.

A minha candidatura não tem palavras ocas. Está preenchida por trabalho ativo, presença no terreno e projetos que deixarão marca. Estou aqui para liderar com responsabilidade e transformar com coragem.

 

3: Quais os setores/áreas/investimentos que considera importantes impulsionar ou melhorar o município?

Para melhorar verdadeiramente a Covilhã, é essencial apostar em áreas estratégicas que respondam às necessidades reais da população e promovam o desenvolvimento sustentável do concelho. O programa assenta nas seguintes áreas:

1. Administração mais eficiente e autónoma

Queremos uma Câmara mais moderna e responsável na gestão dos seus recursos. Por isso defendemos uma política de contenção de custos, capaz de combater o desperdício municipal e renegociar contratos com privados. Vamos implementar um plano de contenção de despesa e maximizar os recursos financeiros próprios do município.

2. Saúde mais próxima e acessível

A saúde será uma prioridade absoluta. O programa inclui as medidas seguintes:

  • Criação de unidades móveis de saúde para freguesias rurais.
  • Reforço da rede de cuidados primários, com mais médicos de família.
  • Promoção de um Centro de Saúde Universitário com a UBI.
  • Implementação de um Programa de Promoção da Saúde Mental, com ações comunitárias e linhas de apoio.
  • Criação de um Seguro de Saúde Municipal, garantindo cuidados de proximidade, especialmente à população mais idosa, que hoje não encontra resposta no SNS.

3. Educação e atração de novas famílias

Vamos melhorar a qualidade dos serviços públicos, com especial atenção à educação e ao transporte. Estes são fatores essenciais para fixar famílias e atrair novos profissionais para a Covilhã.

4. Apoio ao mundo rural e à agricultura

Propomos a criação de um Gabinete de Apoio ao Agricultor, para apoiar no licenciamento de explorações, ajudar no desenvolvimento de habitação própria em terrenos agrícolas e promover atividades ligadas à agricultura.

5. Captação de fundos e apoio às freguesias

O município vai criar um grupo de trabalho técnico de apoio às juntas de freguesia, para elaborar candidaturas a fundos europeus — como o PRR, Portugal 2030 e o novo Quadro Financeiro Plurianual — reforçando o investimento público e o apoio ao tecido empresarial.

6. Inovação digital e inclusão tecnológica

Investir na infraestrutura digital, como a expansão da internet de alta velocidade, é essencial para desenvolver a economia local, apoiar o ensino, modernizar os serviços e garantir inclusão digital a toda a população.

7. Mobilidade urbana sustentável

Apostamos num novo modelo de mobilidade, com menos dependência do automóvel. Vamos investir em:

  • Corredores para autocarros;
  • Infraestruturas para ciclistas e peões;
  • Elevadores urbanos, escadas rolantes e funiculares, tornando a cidade mais acessível e ecológica.

Em resumo, queremos uma Covilhã mais justa, eficiente e preparada para o futuro — com serviços de qualidade, saúde acessível, mais apoio às freguesias, agricultura valorizada e um território ligado, sustentável e atrativo.

 

4: Qual a análise que faz aos últimos quatro anos do município?

A análise aos últimos quatro anos de governação socialista na Covilhã revela um ciclo marcado por estagnação, ineficiência e perda de oportunidades para o concelho. É preciso reconhecer os problemas para encontrar soluções viáveis.

Os principais problemas, elencados a partir da análise fundamentada da situação, são os seguintes:

1.Retrocesso demográfico preocupante

A Covilhã tem vindo a perder população, sobretudo jovem, com um impacto particularmente visível nas freguesias rurais. Esta desertificação reflete a falta de medidas eficazes para fixar pessoas e dinamizar o território.

2. Falta de investimento público e infraestruturas paradas

Assistimos à estagnação de investimentos estruturais essenciais, o que compromete diretamente a qualidade de vida da população e o crescimento do concelho. A ausência de uma estratégia clara de desenvolvimento tem deixado muitas infraestruturas por modernizar ou por concluir.

3. Habitação inacessível

A escassez de habitação a preços justos tem dificultado a fixação de famílias e estudantes. Numa cidade universitária como a Covilhã, esta falha compromete não só a vida das pessoas, mas também o dinamismo económico local.

4. Serviços públicos desequilibrados

As freguesias mais afastadas continuam a ser penalizadas pela desigualdade na prestação de serviços públicos, agravando as assimetrias dentro do concelho e contribuindo para a exclusão de populações inteiras, sem justificação.

5. Tecido económico pouco competitivo

Há pouca diversificação económica e o concelho não tem sido atrativo para novos investidores. A falta de uma política económica consistente tem limitado a criação de emprego qualificado e o crescimento das empresas locais.

6. Turismo mal aproveitado

Apesar do enorme potencial natural, histórico e cultural, a Covilhã continua com as suas infraestruturas turísticas subutilizadas. Faltam projetos que valorizem o território e promovam o turismo de forma estruturada e contínua.

7. Problemas de mobilidade

A mobilidade continua a ser um dos principais desafios. Os transportes públicos são escassos, mal articulados e pouco adaptados às necessidades reais da população.

8. Fraca eficiência financeira

Segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2023, a Covilhã está abaixo do nível desejável em termos de eficácia e eficiência financeira. Isto demonstra falhas na gestão dos recursos públicos e a necessidade urgente de uma nova abordagem mais rigorosa e transparente.

Em síntese, os últimos quatro anos foram marcados por promessas não cumpridas e uma gestão incapaz de dar respostas concretas aos desafios do concelho. A Covilhã precisa de uma nova liderança, com visão, capacidade de execução e compromisso com o futuro.

 

5: Falando de um município localizado num concelho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e a desertificação desta região? O que pode inverter este rumo ou onde estão as potencialidades de crescimento? 

Combater o despovoamento e a desertificação do Interior exige políticas públicas fortes, integradas e sustentadas por investimento real e contínuo. O Governo deve assumir um papel ativo na transformação destes territórios, promovendo o seu desenvolvimento sustentável e melhorando a qualidade de vida das populações.

Em primeiro lugar, é essencial apostar em candidaturas a fundos e incentivos públicos, direcionadas para áreas estratégicas e adaptadas à realidade local. Estas devem abranger:

  • Digitalização e modernização dos serviços públicos, para tornar o território mais eficiente, acessível e atrativo a novos residentes e investidores;
  • Apoio à competitividade das pequenas e médias empresas (PME), com foco na inovação e no empreendedorismo local;
  • Promoção da eficiência energética e das energias renováveis, fundamentais para a sustentabilidade económica e ambiental;
  • Adaptação às alterações climáticas e gestão eficiente da água, sobretudo em zonas agrícolas e florestais;
  • Economia circular e proteção ambiental, como motores de desenvolvimento sustentável;
  • Mobilidade urbana sustentável, com soluções como transportes a pedido e acessibilidades adaptadas a zonas de baixa densidade.

Além disso, no plano urbano e social, o Governo deve canalizar investimento para:

  • Habitação social e acessível, para fixar jovens, famílias e estudantes;
  • Educação e saúde, com especial atenção às zonas rurais onde os serviços escasseiam;
  • Requalificação urbana e revitalização dos centros históricos, tornando os espaços mais atrativos e funcionais;
  • Infraestruturas desportivas e culturais, que promovam bem-estar e coesão social;
  • Criação de emprego, com políticas de incentivo à instalação de empresas e apoio ao investimento local;
  • Promoção da igualdade no acesso aos serviços públicos, em particular para os mais isolados.
  • Para inverter o rumo do despovoamento e estagnação, é fundamental agir com estratégia, visão e compromisso com as pessoas e o território. O ponto de partida deve ser um diagnóstico rigoroso e a implementação de ações estratégicas nas áreas chave: habitação, educação, emprego, inclusão social e apoio ao investimento.

O que pode inverter este rumo?

1. Habitação como prioridade

  • Criar programas de habitação acessível, com reabilitação de edifícios antigos e construção de novos fogos;
  • Estimular a aquisição de casa própria com incentivos fiscais e apoios diretos;
  • Implementar uma política de habitação menos onerosa e financeiramente compatível com os rendimentos das famílias.

2.Educação como motor de futuro

  • Apostar na educação desde as creches até ao ensino superior;
  • Criar um verdadeiro Campus Covilhã, fortalecendo a ligação entre a UBI e a cidade;
  • Lançar um Plano Municipal de Educação Digital e garantir acesso generalizado à internet de alta velocidade.

3. Fixar jovens, atrair famílias

  • Implementar incentivos à natalidade, bolsas de estudo e apoio à mobilidade;
  • Criar estágios municipais em articulação com empresas locais para jovens e recém-licenciados;
  • Reforçar os transportes e os serviços públicos, especialmente nas freguesias rurais.

4. Combate à exclusão social

  • Criar um observatório para identificar situações de fragilidade social;
  • Reduzir o IMI para famílias em risco e apoiar pessoas carenciadas;
  • Facilitar a integração de imigrantes, reconhecendo o seu valor para a comunidade.

5. Gerar emprego e atrair investimento

  • Lançar o programa “+ Investimento”, com políticas fiscais favoráveis a empresas que criem emprego;
  • Apoiar empresas que integrem alunos da UBI e promovam estágios com perspetiva de contratação;
  • Acelerar licenciamentos e apoiar tecnicamente quem quer empreender.

6. Reforçar o papel do Parkurbis

  • Reorientar o Parkurbis para a promoção ativa do empreendedorismo tecnológico;
  • Atrair investimento externo e dar apoio direto a investidores com ideias inovadoras.

 

Onde estão as potencialidades de crescimento?

A Covilhã tem condições únicas para crescer:

  • Localização estratégica no centro da Beira Interior, com ligação natural à Guarda, Fundão e Castelo Branco;
  • Universidade da Beira Interior (UBI) como polo de inovação, ciência e juventude;
  • Património natural e cultural, com a Serra da Estrela como recurso identitário e turístico;
  • Tradição industrial e espírito empreendedor, alicerçados em décadas de saber-fazer;
  • Infraestruturas de saúde e ciência, como a UbiMedical, os hospitais públicos e privados, que posicionam a Covilhã como cidade de conhecimento e bem-estar.

A Covilhã tem tudo para ser um concelho de futuro.

Com talento, história, recursos e uma posição estratégica única, podemos transformar desafios em oportunidades. Queremos uma Covilhã que cria oportunidades, gera orgulho e aposta na inovação.

Esse é o nosso compromisso com todas as gerações, com todas as freguesias e com todos os setores da nossa sociedade.