Guarda e Castelo Branco são os distritos que mais dependem de IPSS
Se em 27% das freguesias de Portugal continental não existissem Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) para prestar cuidados a crianças e idosos, não haveria nenhuma entidade a fazê-lo. O fenómeno é mais evidente nos distritos da Guarda e Castelo Branco, onde mais de metade dos equipamentos sociais pertence a IPSS.
Segundo um estudo da Universidade Católica Portuguesa, as IPSS estão sozinhas na prestação de cuidados a crianças e idosos em 27% das freguesias de Portugal continental. Os distritos que mais apoios recebem da Segurança Social são a Guarda e Castelo Branco, onde mais de metade dos equipamentos sociais pertencem a IPSS. Os menos dependentes são os distritos de Setúbal e Lisboa, onde só em 5% das freguesias se vive um cenário em que estas instituições são as únicas a dedicar-se à prestação de cuidados a crianças e idosos. Não há nem serviços do Estado, nem do sector lucrativo.
Esta é a conclusão do estudo intitulado “A Importância Económica e Social das IPSS em Portugal” efectuado pela Universidade Católica Portuguesa, e promovido pela Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).
Esta presença em territórios “carentes de oferta de serviços colectivos e onde mais nenhuma entidade está” demonstra o “contributo [das IPSS] para a coesão territorial”, lê-se no documento.
O autor do estudo, Américo Mendes, professor na Universidade Católica Portuguesa, onde coordena a ATES — Área Transversal de Economia Social, sublinha que estas instituições são tão importantes nos locais onde estão que, “se desaparecerem ou fecharem, a população não tem alternativa”.
Outra das conclusões deste estudo é que quase metade das IPSS a operar no país dão prejuízo.