Bombeiros de Fornos não reportam ao CDOS e garantem eficácia no socorro
Os Bombeiros Voluntários de Fornos de Algodres estão a seguir as directrizes da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e não estão a reportar ocorrências ao Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda. No entanto, Comandante e Presidente falam a uma só voz e garantem que “o socorro à população está totalmente assegurado”.
“Asseguramos todo o socorro à população de Fornos de Algodres e os fornenses podem ficar descansados”. A garantia foi deixada ao Notícias de Fornos de Algodres por José António Pereira, Comandante dos Bombeiros de Fornos. No entanto, tal como 84% das corporações de bombeiros no país, os Voluntários de Fornos não estão a reportar ocorrências ao CDOS.
“Estamos juntos com a Liga de Bombeiros Portugueses e não reportamos nada ao CDOS da Guarda, apesar das boas relações que sempre mantivemos” disse o Comandante, acrescentando que “são as directrizes que temos da Liga”, lembrando que “a causa é nobre e deve ser agarrada por todos os Bombeiros”.
A opinião é partilhada pelo Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Fornos de Algodres. Para Fernando Rodrigues “a luta da Liga é a nossa luta porque o Governo não está a ouvir as reivindicações de quem assegura 90% do socorro às populações do país”. O Presidente manifesta total apoio a Jaime Marta Soares, presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, e ao seu Comandante José António Pereira. Fernando Rodrigues garante ainda que “a segurança à população de Fornos de Algodres está assegurada”.
Segundo a LBP, 84% das corporações de bombeiros deixaram de reportar aos comandos distritais de operações de Socorro qualquer informação operacional. Dados da LBP indicam que 348 das 414 corporações de bombeiros do país aderiram ao protesto, sendo o Algarve o único distrito que está a reportar informação ao CDOS. “Este processo vai continuar por tempo indeterminado. Só é parado se houver uma calamidade, uma catástrofe ou um acidente grave e depois é reiniciado”, disse o presidente da LBP, Jaime Marta Soares, numa conferência de imprensa destinada a fazer o ponto de situação do processo reivindicativo em curso.
Jaime Marta Soares adiantou que os CDOS estão “a recolher informações através do INEM e das forças de segurança”.
Reivindicações
Na origem do protesto da LBP estão as várias propostas de reforma da Proteção Civil, nomeadamente a proposta de alteração à Lei Orgânica da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), que vai passar a designar-se Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Jaime Marta Soares sublinhou que o Governo “não aceitou as propostas” da LBP, entregues em fevereiro de 2018, acusando o executivo de “pura e simplesmente as ter ignorado”.
A LBP reivindica uma “direção de bombeiros autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro”.
A proposta do Governo, aprovada em Conselho de Ministros em 25 de outubro e em fase de consulta pública, acaba com os atuais 18 CDOS, e cria cinco comandos regionais e 23 comandos sub-regionais de emergência e proteção civil.
O Governo pretende que o novo modelo da Proteção Civil passe a ter uma base metropolitana ou intermunicipal, além de propor a criação de um Comando Nacional de Bombeiros com autonomia financeira e orçamento próprio, cujo responsável máximo será designado depois de ouvida a LBP.

