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Alexandre Lote: “Nós fomos ambiciosos, e somos ambiciosos, relativamente às autárquicas.”
Em tempo de eleições autárquicas, o MaisBeiras foi até Alexandre Lote, Presidente da Federação do PS da Guarda, com quem discutimos o futuro da região, e o futuro do Partido Socialista.
O que é o PS na Guarda?
O PS é uma organização na Guarda que resulta da organização nacional do partido. É organizado mediante federações, nos distritos, e, portanto, nós na Guarda fazemos a organização do partido nas concelhias, portanto, nos concelhos que fazem parte do distrito da Guarda, sendo que temos sempre de responder perante uma organização nacional e dar os contributos, que melhorem a qualidade de vida das pessoas da nossa região.
O quê que é preciso para ser candidato pelo PS?
É preciso em primeiro lugar, ter boas ideias para o seu território. É importante também que as pessoas reconheçam nos nossos candidatos capacidades para gerir bem as autarquias, apresentar propostas e equipas que melhorem a sua qualidade de vida, e sobretudo, precisamos de homens e mulheres que deem futuro às gentes destes territórios.
Em quê que vocês se diferenciam dos outros partidos?
A maior diferença que se nota do PS para os outros partidos, é uma visão humanista que também entronca muito naquilo que devem ser os nossos candidatos, essa visão de apoio àquilo que é social, à questão da solidariedade para com os outros, a promoção da igualdade de oportunidades sobretudo quando temos condições de partida tão diferentes entre cidadãos do nosso país, e sobretudo nos territórios do interior, do meu ponto de vista, o partido socialista é aquele que dá do ponto de vista político, melhor resposta a essas necessidades.
Neste momento decorre a apresentação de candidaturas às Autárquicas 21. Já apresentaram todas as candidaturas ou há ainda algumas em falta?
Vamos iniciar as apresentações. Neste momento todos os candidatos estão definidos, teremos de ter uma reunião da Comissão Política Distrital para ratificar as decisões das Estruturas Concelhias daqueles que faltam, mas, temos todos os Candidatos fechados, em todos os Concelhos, e estamos em condições para os apresentar e ir para o terreno.
Houve um consenso na escolha dos candidatos?
Não, não, …(risos)
Tivemos que na grande maioria das situações. Nas concelhias houve consensos, e onde não gouve consensos, houve sempre uma maioria dos militantes e simpatizantes do Partido, que apresentaram a ideia dos Candidatos que vamos apresentar.
Consenso, num partido como o PS, que é o maior partido da democracia portuguesa, nem é bom para o próprio partido, a diversidade faz parte, desde que a gente se saiba respeitar.
O quê que o PS está a fazer de diferente das eleições anteriores?
Penso que do ponto de vista da organização, estamos consideravelmente melhores. E quando falo em organização, quero dizer a organização interna. Ainda recentemente houve uma ação de formação para as candidaturas, estamos a organizar-nos vem, e a capacitar os agentes do território e das concelhias para que o partido socialista se apresente com qualidade nas próximas eleições autárquicas. Estamos prontos para apresentar soluções que melhorem o dia-a-dia das pessoas e que permitam fixar jovens, fixar gentes nestes territórios, porque se há coisa que a pandemia veio provar, foi que se há sítio onde as pessoas têm qualidade de vida é no interior do país, e por isso os nossos candidatos têm de apresentar propostas e apresentarão, certamente, que tornem essa realidade cada vez mais presente na mente das pessoas.
O quê que considera necessário implementar no Distrito, e que só o PS poderia implementar?
Ser só o partido socialista é relativo. Isso depende da vontade das pessoas. O PS apresenta soluções que, no meu ponto de vista, são diferenciadoras dos outros partidos, naquela visão humanista que temos da sociedade, no combate às desigualdades do ponto de partida, que é uma marca muito própria do Partido Socialista.
Nós consideramos fundamental que na área da saúde, da educação, na área da diminuição dos custos de contexto, ou na área da promoção das acessibilidades a nível do distrito, há muito a fazer. Algumas coisas têm sido feitas, como a reabertura da Linha da Beira Baixa, a requalificação prevista para a Linha da Beira Alta, a questão da ligação da Linha da Beira Alta a Viseu, Aveiro, Porto, que pode ser decisiva para os nossos territórios; a questão do Porto Seco na Guarda, e, portanto, o PS tem feito, nos últimos anos, alguma justiça para com estes territórios. Ou, pelo menos, tem demonstrado essa ambição de vir a fazer.
Qual é a posição da Federação sobre as portagens na A24 e na A23?
Essa é uma posição cómoda, porque nós defendemos desde sempre a abolição das mesmas. Não faz sentido, em territórios de baixa densidade como estes, em que não temos alternativas às autoestradas de qualidade em que existam essas portagens. Elas foram introduzidas num contexto muito próprio do país, até colocado também pelo atual Presidente do PSD quando se tentou que fossem portajadas as estradas do Porto. Uma das suas exigências do Presidente da Câmara do Porto, atual líder do PSD – Rui Rio – foi que se generalizassem as portagens a todo o interior do país, ficando célebre a sua frase “ou pagam todos, ou não paga ninguém”, e, portanto, a partir daí, as nossas estradas foram portajadas, com valores completamente proibitivos. Felizmente, agora vamos ter um corte de 50%, que também só é possível porque houve uma inversão de políticas por parte deste governo, que provou que, de facto, havia alternativas á política que vinha sendo feita, por parte do PSD enquanto esteve no Governo. Agora, oxalá, que, no mais breve possível, consigamos eliminar esse enorme constrangimento que é causado às famílias e às empresas, porque, de facto a nossa rede de mobilidade é muito frágil, nós não temos transportes públicos, e, portanto, temos mesmo de recorrer ao transporte individual, e por isso não podemos estar sujeitos a esses preços nas estradas da nossa região.
Que resultados esperam obter nas autárquicas?
Nós fomos ambiciosos, e somos ambiciosos, relativamente às autárquicas. O nosso objetivo é ter mais câmaras, mais mandatos e mais votos.
É evidente que temos a Câmara da Guarda à cabeça como uma grande prioridade para nós, porque é a nossa capital de Distrito, e portanto, tem um impacto muito grande, até do ponto de vista politico e de desenvolvimento nos próprios concelhos a sua volta, e claramente nas concelhias nós vamos com a ambição de cada uma delas.
Quais são os planos para o futuro do partido no Distrito?
Neste momento, são as Autárquicas. Depois, o partido terá eleições na federação: primeiro nas concelhias e depois na federação. Nós queremos, enquanto estruturas federativas, apresentar ideias concretas, também de desenvolvimento para a nossa região, e lançar um amplo debate em torno dessa necessidade e todas as temáticas que consideramos importantes.
Mas, é natural que neste momento o PS esteja focado na questão das eleições Autárquicas, na apresentação de bons programas eleitorais e boas equipas, assim como bons candidatos, para que as pessoas nos reconheçam e tenhamos assim um bom resultado.