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Diretor: Paulo Menano

Bienal de Fotografia de Lamego e Vale do Varosa está de volta


O tema deste ano da Bienal de Fotografia de Lamego e Vale do Varosa é “A Paisagem” que é muito mais do que o cenário onde decorre a vida humana.

Para além da dimensão estética inerente às propostas expositivas, interessou à curadoria da Bienal que as obras apresentadas produzissem uma reflexão crítica sobre o papel do humano – coletivo e individual – no desenho da paisagem e na forma como quotidianamente a habitamos. Assim, convidámos alguns dos mais importantes autores portugueses que fotografam e refletem sobre a paisagem a participar.

Para além das 9 exposições anteriores que decorreram de 20 de julho a 21 de outubro e que se distribuíram por diferentes polos da região, no próximo sábado, 26 de outubro, decorrem no Museu de Lamego outras atividades integradas na Bienal: 1 conferência, 2 inaugurações e 1 visita guiada.

As 11 exposições que constituem esta Bienal de Fotografia abordam sobretudo o território português com ênfase em Lamego e no Vale do Varosa. Além das exposições, uma residência artística, uma conferência, conversas com os autores, um concurso de fotografia sobre o território e outros eventos do programa têm contribuído para pensar a paisagem e qual o lugar do humano…

 

PROGRAMA
26 outubro de 2024 | sábado

10H30 | CONFERÊNCIA

“Sobre a paisagem” com Álvaro Domingues e Dália Dias, no Museu de Lamego

Os dois conferencistas – com percursos e formações distintas – apresentam duas propostas “Sobre a Paisagem” que desenvolverão subordinadas aos títulos:
– Álvaro Domingues: “Paisagem: modos de ver”
– Dália Dias. “Transfigurações da paisagem – o lugar da palavra”.

 

15H00 | INAUGURAÇÃO DE EXPOSIÇÕES DE FOTOGRAFIA

“Douro: o Tempo e a Terra” de Manuela Matos Monteiro e João Lafuente | No Museu de Lamego, patente até 29 de dezembro de 2024.

Esta exposição – que assinalou os 250 anos da Região Demarcada do Douro – regista o regresso dos dois fotógrafos ao Museu de Lamego onde em 2004 apresentaram a exposição ” Douro – Vindima 2003″.
Em “Douro: o tempo e a terra” os dois autores mapeiam afetivamente a paisagem desenhada há séculos fazendo a seguinte ressalva “As fotografias não testemunham, não dão coordenadas de tempo / espaço. Antes convocam a intemporalidade do Douro.”
É esse Douro intemporal que se apresenta até ao fim do ano no Museu de Lamego.

“Conhecer Lamego e o Vale do Varosa em Fotografia” – exposição das fotografias dos finalistas do concurso | No Museu de Lamego, patente até 29 de dezembro de 2024.

As cerca de 50 fotografias em exposição são resultado de uma seleção do concurso de Fotografia da Bienal de Lamego e Vale do Varosa, este ano subordinado ao tema A Paisagem que decorreu entre julho e agosto. A iniciativa quis dar a conhecer a região através da fotografia.
Tanto é paisagem um vale com montanhas ao fundo, como paisagem é uma rua de uma cidade ou vila da região, estas fotografias captam paisagens de Lamego e do Vale do Varosa e recolhem diferentes olhares sobre elas.

16:30 | FINISSAGE DA EXPOSIÇÃO “PAISAGEM” DE JOSÉ ZAGALO ILHARCO

Visita orientada à exposição “Paisagem” de José Zagalo Ilharco por António Ponte, diretor do Museu Nacional de Soares dos Reis, Rui Pinheiro, curador da exposição, e Maria Manuel Carneiro, familiar de José Zagalo Ilharco.

A Bienal de Fotografia de Lamego e Vale do Varosa, numa parceria com o Museu Nacional Soares dos Reis, apresenta a exposição “Paisagem” de José Zagalo Ilharco, natural de Lamego. Foi um fotógrafo amador, premiado a nível nacional e internacional que se dedicou à fotografia de paisagem.
Em 1947, o seu filho Norberto compilou, em dois álbuns, as reproduções das suas melhores fotografias. Foi com este material que se organizou esta exposição que esteve patente no Museu Nacional Soares dos Reis e que depois integrou a Bienal.

Patente no Museu de Lamego, até 26 de outubro de 2024.

 

 

 

NOTAS BIOGRÁFICAS

Álvaro Domingues (Melgaço, 1959). Geógrafo, professor na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Da obra publicada destacam-se: Portugal Possível com Duarte Belo); Paisagem Portuguesa, com Duarte Belo); Paisagens Transgénicas; Volta a Portugal; Território Casa Comum (com Nuno Travasso, A Rua da Estrada, Vida no Campo e Políticas Urbanas I e II (com Nuno Portas e João Cabral, Cidade e Democracia. Participa regularmente em conferências, atividades pedagógicas, exposições e projetos interdisciplinares. É sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. Escreve regularmente no jornal Público e na Umbigo Magazine.

Dália Dias (Porto 1957), Professora e investigadora, doutorada em Literatura Portuguesa Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa. Tem obra ensaística publicada, com destaque para Escrita Dissidente, autobiografia de Ruben A. (Assírio e Alvim, 2004). Publicou três livros de poesia e orientou várias oficinas de escrita criativa. Dinamizou associações culturais e criou roteiros patrimoniais e literários. Mantém constante colaboração com Museus e escolas públicas.
Faz trabalho regular nas bibliotecas do Porto e área metropolitana.

Manuela Matos Monteiro é licenciada em Filosofia, foi professora do E. S. e exerceu funções de consultora do ME. É formadora de formadores, coautora de vários livros nas áreas de psicologia, psicossociologia e pedagogia. Coordenou o NETPROF – Clube dos Professores Portugueses na Internet e dirigiu a revista 2:PONTOS. Como fotógrafa, participou em exposições coletivas e individuais. Tem vários prémios em concursos e já expôs em Portugal, Moçambique, França, no Parlamento Europeu, em Florença, Berlim, Miami, Kansas City entre outras. Assume a curadoria de várias exposições e participa como júri em concursos de fotografia nacionais e internacionais. Dirige desde 2013, com João Lafuente, as galerias Espaço MIRA e MIRA FORUM e desde abril de 2017 a galeria MIRA | artes performativas. É curadora e organizadora com João Lafuente da Bienal de Fotografia de Lamego e Vale do Varosa (3 edições).

João Lafuente é licenciado em Matemática Aplicada e foi técnico de informática na CGD. Dedica-se à fotografia desde a adolescência tendo participado em exposições coletivas e em coautoria com M, M. Monteiro. De entre as exposições produzidas destaca-se: Carnaval em Veneza, As Vindimas, A luz do Cristalino, Istambul – Roteiro da melancolia, A Sul de Dakar, Tropicana, Matanzas, etc. De referir o trabalho em coautoria, sobre o Douro: fotografia oficial dos 250 anos da Região Demarcada do Douro e a exposição “Douro: o tempo e a terra” que esteve patente na AR (com obras de Siza Vieira, José Rodrigues e Gracinda Candeias), no Parlamento Europeu, Paris e Bordéus, em Maputo e na Beira, no Douro e no Porto. Dirige, desde outubro de 2013, com Manuela Matos Monteiro, as galerias Espaço MIRA e MIRA FORUM no Porto e desde abril de 2017 a galeria MIRA | artes performativas. É curador e organizador com Manuela Matos Monteiro da Bienal de Fotografia de Lamego e Vale do Varosa.