
Câmara de Oleiros estima uma área ardida no concelho de 20 mil hectares
“Já ardeu tudo. Não há mais nada para arder, porque já chegou às zonas onde tinha ardido no ano passado e há dois anos”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Marques Jorge, acreditando que hoje será “um dia muito mais calmo”, apesar de alguma preocupação a norte do concelho, nas fronteiras com o Fundão e Pampilhosa da Serra.
De acordo com o autarca, terão ardido “à volta de 20 mil hectares” no território do município, sendo “o maior incêndio no concelho de Oleiros nos últimos 20 anos”.
“Só o incêndio de 2003 é que é comparável”, referiu, recordando que este incêndio, que começou no concelho vizinho de Proença-a-Nova, chegou a consumir 900 hectares por hora.
Para presidente da Câmara de Oleiros, mais importante do que debater o combate ao fogo é abordar a falta de ordenamento florestal.
“Quando não se consegue combater no início e quando o incêndio chega ao concelho como aconteceu desta vez, com frentes de vários quilómetros, o fogo segue o seu caminho e ninguém o consegue parar. Só é possível [pará-lo] com ordenamento florestal. Agora, vai-se falar muito do ordenamento e do emparcelamento e depois sabe o que se vai fazer? Nada”, asseverou.
Apesar disso, Fernando Marques Jorge salientou que acredita que “com o atual secretário de Estado das Florestas, se tiver poder suficiente e se não lhe cortarem as pernas, seguramente se poderá desta vez ter um trabalho para o futuro”.
“Mas não sei se ele terá essa força para impor o que é necessário fazer”, notou.
O incêndio começou no domingo em Proença-a-Nova e estendeu-se aos concelhos vizinhos de Castelo Branco e Oleiros.
Hoje de manhã, a Proteção Civil afirmou que o incêndio está com cerca de 90% do perímetro dominado, com os trabalhos de combate a decorrerem “muito favoravelmente”.