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Diretor: Paulo Menano

Como aumentar a visibilidade e a participação — cívica e associativa — das mulheres agricultoras?


Projeto promovido pelo Politécnico de Viseu, com financiamento do Programa Conciliação e Igualdade de Género pelo EEA Grants, está a trabalhar no terreno com mulheres agricultoras de S. Pedro de Sul e Sabugal e vai permitir a co construção de um projeto de intervenção.

No próximo dia 27 de maio, quinta-feira, o projeto MAIs – Mulheres Agricultoras de Territórios do Interior realiza um seminário de apresentação, em formato híbrido, a partir do Balneário Rainha D. Amélia, em S. Pedro de Sul. O encontro vai ser transmitido online, pelos vários parceiros, através desta ligação.

MAIs – Mulheres Agricultoras em Territórios do Interior, projeto promovido pelo Politécnico de Viseu, com financiamento do Programa Conciliação e Igualdade de Género no âmbito dos EEA Grants, pretende aumentar a participação cívica e associativa das mulheres agricultoras nas regiões do interior, através da sua capacitação, contribuindo para a maior visibilidade do seu papel social e para o aumento da igualdade entre homens e mulheres.

As mulheres agricultoras são um grupo vulnerável, muito invisível, social e politicamente, em particular devido ao envelhecimento, padrões de produção agrícola, organização social (posse da terra, acesso ao crédito, educação, etc.), a que se somam dificuldades associadas às alterações climáticas, degradação ambiental e acesso a novas tecnologias.

O projeto está no terreno desde 2020, com a realização de dois grupos focais com mulheres agricultoras de S. Pedro de Sul e Sabugal. De acordo com Cristina Amaro da Costa, coordenadora do projeto, “partimos destas rodas de conversa com mulheres agricultoras, para iniciar um processo de co construção de um caminho de mudança que resultará da vontade destas mulheres em iniciarem um projeto futuro que, a partir da sua valorização, contribua para melhorar as suas condições de vida, aumentar a sua visibilidade e participação no panorama local, regional e nacional. O papel essencial das mulheres agricultoras, em particular em contexto de agricultura familiar, incluindo as questões do trabalho, da família, na conservação da biodiversidade e dos ecossistemas, deve ser reconhecido por todos.”

Um dos objetivos do MAIs é a construção de um roteiro de ação para o empoderamento das beneficiárias que abordará os conteúdos técnicos e de desenvolvimento pessoal necessários para a sua capacitação.

Para o levantamento de dados no terreno, como a identificação e caracterização socioeconómica das mulheres que se dedicam à agricultura familiar, e a compreensão e avaliação do papel que desempenham na organização da exploração e da família, o MAIs vai recorrer a um conjunto variado de instrumentos participativos, enquanto projeto de intervenção baseado na Teoria da Mudança, desde a fase de diagnóstico, à intervenção e avaliação.

O SEMINÁRIO
Na sessão de abertura de “MAIs.Mulheres Agricultoras de Territórios do Interior. O desafio”, com início às 10h30, estarão os Presidentes do Município de S. Pedro de Sul e do Politécnico de Viseu, Vitor Figueiredo e João Monney Paiva, respetivamente, e Sandra Ribeiro, Presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG).

 

O Seminário incluirá intervenções de entidades oficiais das áreas da inclusão e da agricultura: Rosa Monteiro, Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, e Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura, às quais se junta o testemunho de Luís Costa/Binaural Nodar e a estreia da reportagem “A terra/mulher produtiva” de Filipa Jesus e Igor Ferreira/Jornal do Centro.

 

O MAIs será apresentado por Cristina Amaro da Costa, coordenadora do projeto, seguindo-se o depoimento da Ruralis – Institute for Rural and Regional Research, que falará de mulheres agricultoras na Noruega.

São parceiros do projeto, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH), a Confederação Nacional da Agricultura – CNA, a Oikos – Cooperação e Desenvolvimento (ONGD), as Câmara Municipais de S. Pedro do Sul e Sabugal, a Associação da Bio-Região (ABRE) de S. Pedro do Sul e a Ruralis – Institute for Rural and Regional Research.