Cuidar dos recursos hídricos agora, para que não nos faltem mais tarde

Os recursos hídricos são extremamente importantes para a sobrevivência de todos os seres do planeta e tem sido tema de inúmeros debates internacionais, dada a gravidade que a sua falta pode acarretar.

O Mais Beiras Informação teve o prazer de entrevistar Marco Sá, Diretor de Marketing da EPAL.

A cedência da exploração e da gestão do sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Vale do Tejo foi atribuída à Águas do Vale do Tejo e à EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres, S.A, a sua gestão delegada.

Segundo Marco Sá, “preservar a água enquanto recurso estratégico essencial à vida, o equilíbrio e melhoria da qualidade ambiental, a equidade no acesso aos serviços básicos e a promoção do bem-estar através da melhoria da qualidade de vida das pessoas são os valores fundamentais da Águas do Vale do Tejo”.

Acontece que todos os dias chegam às ETAR da Águas Vale do Tejo resíduos impróprios que dificultam todo o processo de tratamento das águas residuais. “Tal acontece, devidos a práticas erradas que levam também a problemas graves de entupimento da rede de esgotos predial e à deterioração da mesma”, afirma Marco Sá.

Foi assim que surgiu a campanha “Não vá ao Engano! Lixo não é no cano!”, de forma a sensibilizar e educar ambientalmente a comunidade, a fim de combaterem as práticas erradas.

“Nesta fase de projeto-piloto, a campanha será implementada em parceria com os Municípios de Portalegre, Borba, Fornos de Algodres e Proença-a-Nova visando, futuramente, que a mesma seja alargada aos restantes 66 Municípios servidos pela AdVT, através de uma candidatura ao Fundo Ambiental, em 2022”.

Tem estado a trabalhar de forma a promover uma mudança de comportamentos através “ações de sensibilização”, até porque “é através de conselhos simples e diretos que pretendemos que a mensagem passe e chegue a todos”.

Para além destas ações de sensibilização “serão distribuídos folhetos e flyers com conselhos sobre o que não se deve deitar na sanita, nem na canalização da rede predial de esgotos”. Marco Sá ainda reforça que “para esta distribuição, aos munícipes, iremos também recorrer à inserção de boas práticas na fatura da água”.

Mas se não sabe quais são os resíduos indevidos que dificultam o processo de tratamentos das águas residuais, mas que frequentemente vão para o cano, o Diretor de Marketing da EPAL passa a enumerar “cotonetes, cabelos, toalhetes, pensos higiénicos, fraldas de bebé, entre outros”.

Mas estas más práticas não se limitam à sanita, “também nas nossas cozinhas é frequente colocar no cano resíduos alimentares, como é o caso dos restos de comida, gorduras ou óleos”, que contribuem para a poluição das águas, assim como, para a deterioração da rede predial de esgoto.

As boas práticas para cuidar do ambiente e dos recursos hídricos passam por exemplo, pelo consumo de água da torneira, reutilização da água, combate do desperdício alimentar. “Relativamente à campanha propriamente dia, as boas práticas passam por colocar o lixo no sítio, pois o cano não é caixote de lixo”.

Para rematar, Marco Sá relembra que “estes simples gestos contribuem para que possamos fazer a devolução da água tratada ao meio hídrico sem o comprometer”.

Marta Lourenço