
É fã de enoturismo? Fique a conhecer as Adegas da Beira Interior
No coração do interior centro de Portugal, a marcar a fronteira com o país vizinho de Espanha, deparamo-nos com uma região árdua e montanhosa.
As serras da Marofa, da Malcata e parte da Estrela elevam-se neste território, por onde correm de forma sinuosa três rios: Côa, Mondego e Zêzere. Desde há muito que este escarpado território dá origem a afamados vinhos. Influenciadas pelos ares da montanha, as vinhas são cultivadas a uma altitude com variações entre os 400 e os 700 metros. Tal como os solos, também o clima é agreste, com temperaturas negativas no inverno e verões muito quentes e secos.
A Beira Interior abarca três sub-regiões produtoras de vinho: Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel.
Quinta dos Termos- Belmonte
De costas para a Serra da Estrela, localizada em Belmonte, a Quinta dos Termos apresenta-se como um produtor histórico da Beira Interior, com uma história familiar, que vem desde 1945.
Atualmente, conta com cerca de 60 hectares de vinhas plantadas em solos graníticos, a uma altitude média de 500metros. Nela se cultivam 18 castas tintas, tais como Touriga Nacional, Trincadeira, Rufete, Jaen, Tinta Roriz, Marufo,Tinto Cão, Alfrocheiro, Baga, Syrah, Petit Verdot, Sangiovese, e 6 castas brancas, tais como Fonte Cal, Síria, Arinto,Verdelho e Riesling.
A adega está dotada de sofisticada tecnologia, segue as técnicas tradicionais sendo certificada em Produção Integrada, contribuindo para a preservação da sustentabilidade.
Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo
No sopé da Serra da Marofa, entre os vales dos rios Côa e Águeda, que desaguam no Internacional e vizinho Rio Douro, situa-se Figueira de Castelo Rodrigo, vila de tradição vinícola onde se produzem vinhos de elevada qualidade.
Hoje, a Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo assume-se como herdeira desse Saber e Arte. Fundada em 1956, por 154 sócios, conta actualmente com 800.
Anualmente e em média a Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo recebe aproximadamente 8 500 000 Kg de uvas, obtendo uma produção de cerca 6.500.000 de litros de vinho dos quais cerca de 55% branco e os 45% restantes tinto.
As castas predominantes, são no caso das uvas brancas: a Síria e Malvasia Fina e no caso das uvas tintas: o Marufo, o Rufete, a Touriga Nacional, a Touriga Franca e a Tinta Roriz.
Têm sido criados desde sempre e ao longo dos anos, vinhos de incontestável qualidade como confirmam o considerável número de prémios obtidos, a nível Nacional e Internacional pela nossa Adega.
Adega do Fundão
No concelho do Fundão já se produz vinho há quase dois mil anos. Como prova de tal facto, foi encontrada numa vinha chamada “a forca” perto do Fundão, uma estatueta possivelmente atribuída a Baco do período Romano datada do séc. II exposta atualmente no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa. Curiosamente, é o logótipo adotado da Adega do Fundão.
O contraste entre o sul e o norte da Serra da Gardunha dá riqueza aos seus vinhos. As uvas provenientes do sul da Gardunha são mais concentradas e com maior graduação alcoólica, originando vinhos encorpados, com aroma de fruta madura e mais estruturados. Do Norte da Gardunha provém a elegância, a frescura e a acidez. Estas características proporcionam vinhos brancos com exuberância aromática e frescura e vinhos tintos intensos no nariz e ótima acidez, que lhes conferem excelente capacidade de envelhecimento.
Solar da Beira Interior- Guarda
Situado na histórica cidade da Guarda, o Solar do Vinho da Beira Interior é, simultaneamente, a sede da Rota do Vinho da Beira Interior, um welcome center para os amantes do enoturismo e uma belíssima loja de vinhos.
O território dos vinhos da Beira Interior abrange mais de 16 mil hectares de vinhas, a par de uma enorme variedade de castas, designadamente: as castas brancas Síria, Arinto e Fonte Cal e as castas tintas: Tinta Roriz, Rufete, Touriga Nacional, Trincadeira e Jaen.
Quinta do Cardo- Figueira de Castelo Rodrigo
A Quinta do Cardo em pleno coração de Ribacôa, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, mereceu recentemente destaque na televisão portuguesa, porque é considerada a maior quinta de produção de vinho biológico do país. Sem químicos a riqueza dos seus solos é conseguida através da plantação de ervilhas e favas que depois irão fertilizar as terras. É também dos sobreiros plantados nos terrenos da Quinta que surgem as rolhas de cortiça que irão conservar este néctar até chegar à sua mesa.
Uma exploração de 18 hectares, a Quinta do Cardo é uma das 5 unidades de produção da Companhia das Quintas.
Figueira de Castelo Rodrigo sempre foi reconhecida pelos seus excelentes vinhos, reconhecidos e galardoados, em território nacional e além-fronteiras. Cada vez mais surgem novos vinhos, fruto da iniciativa privada, que é determinante para economia local.
Almeida Garret- Unhais da Serra
Em 1889 a família ganhou a sua primeira medalha de Bronze e a inscrição no livro de Ouro na Exposição Internacional de Paris por conta da qualidade dos seus vinhos.
Posteriormente, com o advento da República, no início do século XIX, os Almeida Garrett emigraram para a França e quando regressaram, plantaram as primeiras castas Chardonnay, sendo uma casta emblemática da família.
Atualmente, a Almeida Garrett Wines é uma das referências mais emblemáticas da Beira Interior, sendo o produtor mais antigo da região, com uma área de plantação de cerca de 44ha e já conta com o trabalho da 4ª e 5ª geração.
Quinta da Biaia- Figueira de Castelo Rodrigo
A Quinta da Biaia é um projeto vitivinícola familiar que produz vinhos de alta qualidade, cheios de ambição na majestosa sub-região de Castelo Rodrigo, conhecida pelas suas paisagens de cortar a respiração e pela excelente qualidade das suas vinhas. Com dez hectares de vinha e prestando especial respeito pelo ambiente e pela sociedade no geral, a Quinta da Biaia orgulha-se de afirmar que, da uva à garrafa, a sua produção é totalmente biológica.
Adega23 – Castelo Branco
O projecto Adega23 nasce da paixão que Manuela Carmona encontrou na história e cultura do vinho — àrea de interesse que lhe serviu de escape à sua profissão de médica oftalmologista. O território no qual nasceu (Sarnadas de Rodão/Castelo Branco), com o qual nunca perdeu a ligação, foi onde decidiu implementar este projecto vinícola de grande ousadia, pela originalidade, dimensão e modernidade. O primeiro elemento embaixador destas características é o próprio edifício da Adega23.
Desde o início, o objetivo principal foi criar vinhos de excelência, autênticos e de grande elegância e, por isso, o projeto conta com um enólogo muito experiente, Eng.º Rui Reguinga.
Os Vinhos são elegantes, complexos, frescos e muito expressivos.
São vinhos provenientes de vinhas plantadas em 2015, com cuidadosa escolha de castas. Uma escolha adequada ao terroir e à filosofia da adega. A vinha está plantada a meia encosta, a uma altitude que ronda os 400m. Aqui o xisto é rei. Os Verões quentes e plenos de Sol têm frequentemente noites muito frescas com amplitudes térmicas superiores a 20°C. Os Invernos são muito frios. Respira-se um ar seco e gélido. A vinha sofre, resiste e defende-se produzindo pequenas quantidades, mas com grande riqueza e concentração de aromas e sabores.
Esta é a Beira Interior, a mais alta região vitivinícola de Portugal. Surpreenda-se com a identidade, a beleza natural e as imperdíveis aldeias históricas.