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Diretor: Paulo Menano

Escola de soldado 2021, com a presença da Direção de História e Cultura Militar


A Escola do Soldado (ES) é organizada pelo Município de Almeida (MA) através do Museu Histórico Militar de Almeida (MHMA) desde 2008 em colaboração com o Grupo de Reconstituição Histórica do Município de Almeida (GRHMA), com o objetivo principal de acolher e instruir novos recrutas nas lides das guerras peninsulares e/ou outras épocas singularmente importantes para a História de Almeida. Trata-se de um compromisso com quase duas décadas que continua vivo e que se desenvolve em prol do património histórico e militar de Almeida e da história nacional, tendo como premissa a educação para o património que é o garante da sua salvaguarda pelas gerações mais novas. Este ano de 2021 estas atividades recreativas de cariz histórico ocorreram durante o período de 21 a 23 de Maio.

Assim, o dia 21 de maio foi dedicado aos preparativos e coordenações finais e à integração dos novos recrutas. No sábado, dia 22 de Maio houve diversas atividades desde o treino matutino dos recrutas; preparação de materiais/equipamentos/armamentos e formatura geral com apresentação à Alta Entidade presente; oficinas temáticas com formação nas seguintes áreas: Uniformes (Sérgio Veludo), Medalhas e Condecorações (Faria e Silva), Cavalaria (Lopo de Castilho), Arma de infantaria (Rafael Sanches) Manobras com e sem Arma (Augusto Cabral), Balística (Joaquim Guedes), peça de Artilharia (António Guedes), para os civis danças de época (Miriam), e jogo de varapau (Daniel Simão).

Para além dos 20 recrutas que se inscreveram no GRHMA e estiveram pela primeira vez em contacto com a Recriação História, estiveram ainda 52 alunos do Agrupamento de Escolas de Almeida e de Figueira de Castelo Rodrigo, acompanhados por diversos professores, que em ambiente informal mas didático, levaram consigo muitas aprendizagens desta experiência – recriação histórica viva; da qual puderam experienciar conhecimentos da época com aplicação atual nas áreas da matemática, saúde, transportes, alimentação, biologia de entre outras. Esta aprendizagem diversificada, foi sempre acompanhada em detalhe, por uma explicação por parte dos professores que a integraram nas atuais matérias dos seus alunos, servindo para que estes pudessem relacionar e compreender os conhecimentos da época com os atuais.

Este ano a Escola de Soldado cuja temática enquadrou uma Recriação história viva, apesar das restrições impostas devido à pandemia do COVID-19, teve um limitado número de participantes e visitantes; mas mesmo assim com peculiar mestria foi encontrado um novo espaço dado ao significado singular da presença de uma equipe técnica da Direção de História e Cultura Militar (DHCM), constituída pelos Exmos. Senhores:

– Major-General Anibal Flambó, Diretor da DHCM;
– Coronel António Velez, Chefe da Repartição de Museus/DHCM;
– Major Alexandre Carvalho; Sargento-Chefe Carlos Alves, da DHCM; e o
– Coronel Welton Junior (Oficial de Ligação na Área Cultural e Doutrina do Brasil, em Lisboa/DHCM), que em âmbito Institucional de Colaboração com o Município de Almeida participaram ainda em outros projetos de relevante interesse para o Município, constituindo a sua participação e o seu empenho importantes vetores para o contributo técnico de âmbito histórico-cultural, de apoio às relevantes atividades onde estiveram inseridos. A sua participação e colaboração foram primordiais, sendo amplamente reconhecida por todos e às quais o MA; o MHMA e o GRHMA muito agradecem.

Ao início da noite as atividades tiveram o seu términus, não antes sem o visionamento do documentário a “1ª Linha de Wellington”, um filme de Paulo Fajardo e uma produção do Cineclube Bairrada que nos conta alguns episódios da 3ª Invasão Francesa; e de uma História que teve início em Almeida e nos leva à Serra do Bussaco em 1810. Um documentário muito interessante onde a ficção e a realidade se misturam e onde é notório o envolvimento dos Grupos de Recriação Histórica numa causa comum que é a divulgação da História e da Cultura Nacionais.

 

No domingo, dia 23, há a assinalar os exercícios práticos das aprendizagens do dia anterior, ocorridos nos baluartes de S. Pedro e de S. Francisco. Assinalamos também a inauguração, no Museu Histórico Militar, da Exposição de curta duração, “Praças de Guerra do Alentejo, no século XVIII” pelo Exmo. Senhor Coronel Paulo Berger, reforçando assim o interesse em divulgar a nossa Fronteira Abaluartada.

Mantemos o que já repetimos várias vezes, o MHMA não são só os seus espaços e coleção, a sua obrigação fundamental é com a comunidade e com a sua memória é esse caminho que continuamos a fazer!

Agradecemos penhoradamente à DHCM, à ANP, ao GRHMA, às escolas, aos visitantes e a todos aqueles que colaboraram em mais uma edição da Escola de Soldado.