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Diretor: Paulo Menano

Execução do PRR no distrito de Castelo Branco não vai além dos 11%


O distrito de Castelo Branco apresenta uma das mais baixas taxas de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) a nível nacional. Dos cerca de 103 milhões de euros aprovados para a região no âmbito deste programa financiado pela União Europeia, apenas 11 milhões de euros foram efetivamente pagos até ao momento, o que representa uma taxa de execução de aproximadamente 11%.

Os dados, reportados pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal e pelo Portal da Transparência, mostram um ritmo de concretização lento, que contrasta com a urgência imposta pelos prazos de Bruxelas. A maioria dos projetos continua em fase de arranque ou em tramitação administrativa, sem que os fundos contratualizados tenham sido ainda transformados em obras no terreno.

A situação é transversal à maioria dos concelhos do distrito, incluindo municípios como Fundão, Covilhã, Idanha-a-Nova, Sertã e Oleiros, para além da própria cidade de Castelo Branco. Apesar de haver dezenas de projetos aprovados em áreas como habitação, saúde, transição digital, cultura e inclusão social, a morosidade nos processos de contratação pública, a escassez de técnicos especializados e a complexidade burocrática têm dificultado o avanço das iniciativas.

Em comparação com outros distritos da região Centro, como a Guarda (29% de execução) ou Viseu (33%), Castelo Branco está claramente em desvantagem, o que levanta preocupações quanto à capacidade de absorver a totalidade dos fundos atribuídos dentro dos prazos definidos.

Especialistas alertam que o atraso poderá obrigar à reprogramação de verbas ou, no limite, à devolução de parte dos financiamentos não executados. Para evitar esse cenário, os municípios e as entidades beneficiárias terão de acelerar a implementação dos projetos já contratualizados, garantindo simultaneamente o cumprimento das exigências técnicas e legais impostas pelo PRR.

Apesar das dificuldades, as autoridades locais mantêm a confiança na recuperação do ritmo de execução ao longo dos próximos meses, esperando que 2025 represente uma viragem na concretização dos investimentos prometidos para o território.