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Diretor: Paulo Menano

Felicidade no trabalho como base da produtividade e sucesso


São vários os estudos que revelam que a felicidade no local de trabalho e o bom ambiente, influenciam na motivação, produtividade e sucesso das empresas ou organizações.

Cada vez mais se fala sobre este tema, fruto das consequências do isolamento e do distanciamento social que experienciámos durante estes últimos anos, devido à pandemia. Como seres humanos sociáveis que somos, precisamos de interagir, conviver, experienciar e o isolamento veio reforçar essa necessidade.

Houve uma necessidade de adaptação não só das pessoas mas também das empresas que tiveram de alterar o método organizacional de trabalho praticado até então. A preocupação pelo bem-estar e felicidade dos colaboradores é um tema que tem vindo a ser desconstruído nas organizações menos conservadoras. As empresas mais conservadoras ainda vêm os trabalhadores como robôs, não se admitem erros, nem imprevistos, nem opinião…mas até os robôs chegam ao seu limite, quando forçados.

A chegada ao mercado de trabalho da Geração Y e daí para a frente, veio mudar mentalidades, veio fazer a diferença no que foi sedimentado durante vários anos, veio abalar o conservadorismo, o conformismo, trouxe ao de cima o que de facto é importante, mais importante que o dinheiro e a produção em massa…as pessoas. Algo tão simples como considerar que são as pessoas que fazem uma empresa, são elas que se levantam todos os dias e dão a cara, são elas que produzem trabalho, então porque não considerar as pessoas o mais importante?

Se na nossa vida individual um dos objetivos é alcançar a felicidade, atingir metas e objetivos para nos sentirmos bem e motivados para os próximos desafios, porque não fomentar isso nas empresas? O trabalho ocupa grande parte das nossas vidas, então não será lógico que seja visto como algo de máxima importância para a nossa felicidade? É necessário sentirmo-nos bem, sermos reconhecidos e valorizados pelas nossas ações.

Devemos tomar o todo pela parte? Ou seja, sermos todos metidos no mesmo saco pela falta de compromisso e de respeito que outras pessoas tiveram nas empresas onde trabalharam? Provavelmente não.

As empresas precisam de compreender que um ambiente tenso em que o trabalho e o respeito funcionam na base do medo, posteriormente vai revelar-se em colaboradores deprimidos, desmotivados e sem confiança neles próprios, diminuindo a produtividade no trabalho.

Segundo Fisher (2010), as empresas que se preocupam com a felicidade e bem-estar dos seus colaboradores, propiciam um clima organizacional que estimula o sentimento de satisfação dos colaboradores, levando os funcionários a desempenharem as suas atividades com maior comprometimento, qualidade e criatividade, ou seja, o sucesso das organizações pode estar nos indivíduos que a integram, se estes foram felizes no trabalho.

As novas gerações, sobretudo, procuram mais que do que um salário. Procuram sentir-se parte de um todo, identificarem-se com os valores e a missão da empresa onde trabalham e para a qual contribuem.

Se antigamente o trabalho era visto como uma obrigação, hoje em dia é uma meta a alcançar, um objetivo, um aliado entre a vida pessoal e profissional que contribui para a nossa satisfação e realização pessoal.

As entrevistas são algo que causa medo, preocupação, não porque não temos confiança no nosso trabalho, mas porque estamos numa posição inferior, o que de certa forma é intimidante, normalmente não há uma conversa mas sim um género de interrogatório que nos põe à prova enquanto profissionais e enquanto pessoas. Mas colocando isto noutra perspetiva, e partindo do pressuposto que se estudámos então temos competências, se vamos a uma entrevista é porque consideramos que vamos contribuir para a produtividade da mesma, que estamos a discutir de adulto para adulto, de parte a parte e que não tem de haver subjugação. Se o contratante questiona o entrevistado sobre as suas habilitações, objetivos, não deveria o entrevistado poder fazer questões acerca da empresa também, sem ter medo de ser considerado intrusivo ou que se está a sobrepor a quem contrata?

O meu pai sempre me disse “uma mão lava a outra e as duas lavam a cara”. Sendo eu desta geração considerada por muitos, mais revolucionária, considero que somos uma geração exigente no bom sentido, queremos trabalhar, queremos produzir, mas também queremos ser recompensados, valorizados, desafiados e ter a oportunidade de progredir na carreira.

Já dizia Charles Darwin: “as espécies que sobrevivem não são as mais fortes, nem as mais rápidas, nem as mais inteligentes; são aquelas que se adaptam melhor à mudança”. E atualmente a transformação é contínua.