
Ministério Público arquiva inquérito aos estudantes indianos no IPG
“É lamentável que denúncias anónimas vindas da própria instituição tenham impedido 70 alunos estrangeiros, que já tinham pago as propinas, de estudar na Guarda e em Seia”, afirma o presidente do Politécnico. O procurador considerou “razoáveis e fundados” os procedimentos do IPG. “Não são denúncias falsas que nos irão impedir de atrair mais estudantes”, afirma Joaquim Brigas.
O inquérito que o Ministério Público abriu à vinda de estudantes indianos para o Instituto Politécnico da Guarda – IPG foi arquivado por não se terem verificado indícios dos crimes em investigação: falsificação de documentos e auxílio à emigração legal.
“Concluo pela insuficiência de indícios quanto à verificação dos crimes em investigação”, escreveu o procurador responsável pelo inquérito no seu despacho de arquivamento. O magistrado escreveu ainda que, “os elementos documentais juntos e analisados e os depoimentos das testemunhas resultam como razoáveis e fundados os argumentos que estiveram na base da celebração do protocolo estabelecido entre o Instituto Politécnico da Guarda e Perfect Overseas Education Consultancy”.
“Com os termos deste arquivamento, a justiça portuguesa reconhece explicitamente, com todas as letras, que o procedimento do Politécnico da Guarda foi inatacável, visando apenas trazer alunos estrangeiros para frequentar os seus cursos e, também, para animar social e economicamente as cidades de Seia e da Guarda”, afirma Joaquim Brigas, presidente do Politécnico da Guarda.
“É lamentável que denúncias anónimas e infundadas feitas a partir do próprio IPG tenham impedido 70 alunos indianos, que já tinham pago as propinas de um ano inteiro, frequentassem os cursos na Guarda e em Seia”, afirma Joaquim Brigas. “O IPG teve de devolver cerca de 100 mil euros que já tinha recebido: mas o pior foi terem ficado por preencher vagas em Seia, em cursos de turismo, e na Guarda, em algumas engenharias que têm poucos candidatos nacionais”.
“IPG irá continuar a contratar mais docentes e funcionários”
Apesar da impossibilidade de trazer estes alunos indianos para o presente ano letivo, o presidente do Politécnico da Guarda assegura que a instituição continuará a fazer o seu trabalho de prospeção no mercado internacional para preencher a nova oferta formativa que tem criado nos últimos anos. O IPG foi a terceira instituição de ensino superior do país que mais cresceu em número de vagas para o ano letivo 2022-2023. Com 96 novas vagas, IPG cresceu 11%: foi o politécnico português que registou maior aumento, só ultrapassado pela Universidade da Beira Interior, que cresceu 13%, e pelo ISCTE, com 16%.
“Apesar das tentativas de travar o crescimento e desenvolvimento do Politécnico da Guarda, quero garantir que, com estudantes nacionais e estrangeiros, o IPG irá continuar a aumentar o número de cursos, irá continuar a inovar na sua oferta pedagógica e formativa, irá continuar a contratar mais docentes e funcionários”, afirma Joaquim Brigas. “Não são denúncias infundadas que nos irão impedir de atrair mais estudantes para a região da Guarda e de transferir mais ciência para a comunidade e para as empresas”.