Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Não faltou animação no Festival onde o Borrego, “produto de sabor e saber inigualável”, foi o rei da festa


A freguesia de Carrapichana, em Celorico da Beira, acolheu mais uma edição do Festival do Borrego, que decorreu nos dias 15 e 16 de outubro.

“Promover e comercializar o genuíno borrego Serra da Estrela” e “divulgar a sua utilização na gastronomia local” foi o grande objetivo deste certame, assim como, “homenagear todos os trabalhadores da região- produtores, pastores, queijeiras”, refere Carlos Ascensão, Presidente da Câmara Municipal de Celorico da Beira.

O Borrego Serra da Estrela (DOP) o maior marco da ruralidade celoricense, é “um produto de qualidade, um produto da ovelha bordaleira, que tem o seu tempo de gestação, não é um produto feito à pressão, é um produto de um sabor e de um saber inigualável, é nosso”, disse.

Sendo o borrego o rei da festa e a atração principal, os visitantes puderam deliciar-se com esta iguaria no recinto da feira ou, adquiri-lo no tradicional leilão.

Este que era um festival já muito aguardado pelos celoricenses, teve, segundo Carlos Ascensão um retorno muito positivo. “O balanço é positivo, pelo facto de haver iniciativa, de haver um retomar daquilo que é um evento que já tem catorze edições e que procura promover os territórios mais rurais, com tradição, como é o caso da Carrapichana”.

São muitos e variados os motivos para visitar este certame, desde a gastronomia às barraquinhas com produtos da terra.

Paula Mendes, produtora de óleos essenciais da Serra da Estrela, mais propriamente de Seia, esteve presente no certame a promover os produtos feitos com o que ela própria cultiva e colhe e, mais tarde transforma em óleos. “São óleos certificados biologicamente com os quais faço também cosmética natural”. Os seus produtos são variados, desde óleos de massagem a champôs, sabonetes, entre outros.

O seu negócio surgiu da vontade enorme que tinha em se dedicar à agricultura sustentável e percebeu que este seria “o melhor complemento”.

Pode encontrar os produtos de Paula Mendes através do Facebook, pesquisando por “Averaserra”.

A fazer as delícias dos visitantes e celoricenses com as suas provas de vinhos, estava o Grupo Tavfer, que conseguiu juntar uma pequena multidão na sua barraquinha para degustação dos vinhos, que se prolongava em boas e longas conversas e muita animação pelo meio.

Nuno Pereira, do Grupo Tavfer, confessou-nos a importância deste tipo de eventos para ajudar os comerciantes e produtores. “O interior precisa muito disto, este tipo de feiras é importante para se manter atividade, para as pessoas continuarem a produzir e vender, é uma ajuda”.

Alerta ainda para a importância de se ver a agricultura e o artesanato como “profissões dignas” porque “não são os parentes pobres em nada de qualquer outra profissão” e diz ainda que “até são profissões mais dignas porque têm um saber por trás”, saber esse que “não está a ser valorizado no nosso país” segundo Nuno Pereira.

Deixa o conselho, “tem de se investir muito, porque qualquer dia não há pastores, não há leite, não há produtores, as fábricas sem terem matéria prima também não vão produzir ou vão ter de comprar fora”.

Apesar de todos os constrangimentos que se atravessam, a maioria dos produtores consideraram que o Festival teve “uma boa adesão” .

Para além da feira de artesanato, produtos da terra e prova de vinhos, houve também o leilão de borrego Serra da Estrela (DOP), degustações, música tradicional, atividades desportivas e culturais e um Livecooking com o Chef Rui Cerveira.

A animação ficou por conta de “Os primos de França” que proporcionaram muitas gargalhadas e momentos de animação a todos os presentes.

É sabido que a organização destes eventos traz importantes mais-valias para os produtores, mas também para os territórios. Para além de permitirem escoar grande parte dos produtos produzidos na região, aumentar o volume de vendas e os rendimentos dos produtores, atraem visitantes e turistas, o que tem promovido o desenvolvimento de outras atividades ligadas ao artesanato, à gastronomia, ao turismo e à promoção da cultura e identidade das regiões e, é por isso que não podem deixar de acontecer.