Opinando: Reflexão sobre a Festa do Basquetebol 2022, artigo de Daniel Branquinho

Assistindo de fora às Festas do Basquetebol posso afirmar o seguinte:

A amplitude de desempenho nestas festas foi mais acentuado do que em edições anteriores (a diferença entre os “melhores” e os “últimos” classificados é ainda maior do que nas edições anteriores).

Existe claramente uma modalidade com capacidade e velocidade de desenvolvimento distintas nas várias zonas do país. A heterogeneidade na preparação para as mesmas gera um fosso ainda maior entre os atletas e treinadores das diversas Associações do país.

Este foi um evento de extrema importância para revitalizar a modalidade, que gerou uma movimentação de pessoas e adeptos importantíssima.

No entanto está revestida de demasiados elogios, apesar de importantes a nível externo, urge desde já fazer uma avaliação critica. “O relógio não pára” e já daqui a 1 ano haverá nova edição com novos protagonistas, a qual se deve preparar desde JÁ.

Podem então (continuar) a colocar-se as seguintes questões:

-O modelo competitivo utilizado há largos anos deveria ser repensado?

– O que diferencia efetivamente os atletas/equipas das grandes e pequenas associações? Será somente a localização geográfica que reduz as oportunidades de desenvolvimento e crescimento destes mesmo atletas?

– Quais os vários modelos de talento que poderão ser identificados no decorrer deste processo?

– Relativamente aos atletas selecionáveis quantas unidades de treino (clube) realizaram ao longo do processo de formação do atleta?

– Quantos jogos foram realizados por cada um dos atletas?

– Quantas unidades de treino (seleções) foram promovidas com vista às melhoria técnico-tatica individual, grupal e coletiva?

– Quais os pontos fortes e fracos de cada um dos atletas e em cada uma das vertentes do treino?

– Qual o planeamento a curto, médio e longo prazo?

– Qual a identidade do basquetebol (modelo, conceitos, princípios e sub-princípios)?

– Estão garantidas a aplicação dos princípios biológicos e metodológicos do processo de treino desportivo na formação de atletas de seleção?

– O que pretendemos com a participação das pequenas Associações?

– Quais os estímulos mais benefícios para os atletas destas mesmas Associações?