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Diretor: Paulo Menano

Projeto europeu Promobiomasse celebra a sua jornada de encerramento


Apresentação das medidas e ações desenvolvidas para promover o mercado energético da biomassa

Os Responsáveis institucionais das regiões participantes, especialistas em biomassa e entidades parceiras e associadas de Promobiomasse reuniram no passado dia 17 de Setembro em Navarra para participar no seminário final do projeto.

Esta iniciativa transnacional que agora se conclui impulsionou a gestão florestal sustentável do ponto de vista ambiental e económico, visando a manutenção e melhoria do património florestal ao mesmo tempo que gera rendimentos à população local e previne o risco de incêndios.

 

Um modelo proposto por especialistas
A biomassa florestal residual é uma energia de futuro que cria emprego em zonas rurais, reduz o risco de incêndios, diminui a dependência energética do exterior e, ao invés dos combustíveis fósseis, não interfere com o equilíbrio de gases na atmosfera, dado que as árvores absorvem o CO2 que se emite na combustão da biomassa.

No ano de 2018 lançou-se o projeto Promobiomasse para impulsionar o mercado energético da biomassa florestal no sudoeste da Europa (SUDOE) através da cooperação transfronteiriça entre instituições da França, Espanha e Portugal.

No projeto participaram o Centro de Ciencia y Tecnología Forestal de Cataluña (CTFC), a sociedade pública do Governo da Navarra Navarra de Suelo y Vivienda, SA (NASUVINSA), a Agencia Extremeña de la Energía (AGENEX), a Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior (ENERAREA), do centro de Portugal, a Communauté de Communes du Plateau de Lannemezan (CCPL), do departamento francês de Hautes-Pyrénées, e a Association des Communes Forestières des Pyrénées Atlantiques (COFOR64), dos Pirenéus Atlânticos.

Para além das instituições parceiras referidas, participaram também outras 19 associadas. O orçamento total do projeto foi de 1,4 milhões de euros, tendo o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder) contribuído com um milhão.

Com o envolvimento de agentes do setor, o grupo de especialistas do projeto criou um modelo de gestão da oferta e da procura do mercado da biomassa aplicado ao conceito de “circuito curto”, semelhante ao que se utiliza para os produtos agroalimentares locais. Deste modo, pretende-se resolver algumas das dificuldades que apresenta o mercado energético da biomassa, tais como o minifúndio da propriedade florestal, os métodos de extração pouco eficientes e o desconhecimento e a desconfiança por parte da população em geral. O modelo apresenta 67 medidas que visam, entre outros objetivos, gerar informação atualizada e disponível sobre os recursos florestais existentes, facilitar a mobilização desses recursos, favorecer o associativismo, apoiar o setor florestal, fomentar a certificação da estilha e propor infraestruturas-modelo a partir do setor público e privado.

 

Experiências-piloto

Partindo deste modelo integral, em cada região participante no projeto foram desenvolvidas ações-piloto difundidas neste seminário final, que serviram para testar e otimizar o modelo proposto.

Assim, no território dos Pirenéus Atlânticos foi implementado um “Clube de Utilizadores” de caldeiras de biomassa com agentes das autoridades locais e empresas que tem a seu cargo a gestão de caldeiras de biomassa, que permite a troca de experiências e o aumento das competências dos agentes/empresas responsáveis pela gestão dos equipamentos.

Na região dos Altos Pirenéus desenvolveu-se uma ferramenta digital de caracterização das massas florestais que facilita a mobilização dos recursos florestais de propriedade privada, assegura a seleção dos produtos florestais e facilita a sua gestão. A NASUVINSA criou o referido Centro de recolha, transformação e fornecimento de biomassa florestal em Aoiz, que abastecerá as caldeiras de biomassa dos edifícios de habitação social da NASUVINSA e outras instalações futuras que possam vir a ser impulsionadas pelo setor público.

Por parte da AGENEX, na Extremadura, trabalhou-se nos Municípios de La Siberia, Hurdes e Sierra de Gata por forma a eliminar as barreiras administrativas, legais e de estrutura da propriedade florestal através de cursos de capacitação técnica para a gestão integral da cadeia de valor da biomassa dirigidos a agentes locais (técnicos municipais, empresas de biomassa, operadores de caldeiras e proprietários de terrenos florestais).

O Centro de Ciencia y Tecnología Forestal de Cataluña, por sua vez, impulsionou modelos e técnicas de extração sustentáveis com maquinaria inovadora melhorando as condições de trabalho na floresta, e desenvolveu um projeto de dinamização da gestão florestal conjunta para a prevenção de incêndios na Serra de Puig-Segalar (Girona).

 

O projeto enfrenta um desafio comum, mas cada contexto territorial é único e cada parceiro apoutou os seus desafios específicos tendo em conta o seu território. No caso do Território abrangido pela ENERAREA pretende-se:
– Otimizar a exploração do elevado potencial para a exploração da biomassa residual para biocombustíveis;