
“Queremos criar uma ideia de jogo atrativa, futebol apoiado, ter os jogadores motivados”
O Mais Beiras Informação entrevistou o novo treinador do Guarda Futebol Clube, Frederico Gonçalves. Falou-se do percurso na Desportiva do Soito, do que foi alcançado e dos novos objetivos neste projeto no Guarda FC.
O Frederico vem de uma temporada em que muitos elogiaram o trabalho que conseguiu realizar na Desportiva do Soito, levando a equipa a um lugar que muitos consideravam impossível no começo do ano. Que balanço faz da temporada?
Foi um trabalho de 3 anos, uma evolução notória da equipa de ano para ano, quando cheguei há 3 anos toda gente dizia que era impossível a manutenção, tínhamos 1 ponto à 6ª jornada e terminámos dois lugares acima da linha de água. No ano passado estávamos em 7 lugar e meias finais da Taça de Honra quando houve a paragem. Este ano elevámos a fasquia: mais qualidade individual aliada à ideia de jogo implementada nestes três anos, conseguimos claramente bons resultados, que a meu ver poderiam ter sido melhores. Faltou-nos um pouco de “estofo” quando chegámos à liderança da Série B, e, em determinados momentos importantes, algum erro individual condicionou a clarificação final na 1ª fase. Na 2ª fase, apesar das baixas, batemo-nos de igual para igual no difícil Estádio do Farvão com a equipa com melhor série de resultados na altura, que treinava como uma equipa de CPP, e um erro individual no término do jogo ditou o fim da época. Mas no geral, foi uma época positiva com um grupo de jogadores e homens fantásticos, que conseguimos arrancar muitos elogios tanto dos nossos diretores como dos adversários, o que nos deixa bastante contentes, pena não ter havido público.
Surgiu entretanto a oportunidade de treinar o Guarda FC. O que o fez decidir-se por esta mudança?
Tinha decidido, após reflexão, que o meu ciclo no Soito tinha terminado, foram 3 anos espetaculares a todos os níveis, um clube admirável com pessoas incríveis que também foram acompanhando a “mudança” tornando o clube com outra mentalidade, e a dinâmica de Vitória também ajudou a que tudo se conjugasse. Tendo esse ciclo terminado, houve algumas propostas, e optei pela Guarda FC, por ser guardense, pela Cidade e porque olho para este projeto um pouco como o do Soito o elevar a fasquia , cortar com o passado em termos de ideia de jogo e métodos de treino, com o objetivo de elevar o nome do clube a melhores resultados e lugares.
Dos elementos do plantel até agora apresentados, vemos que traz consigo alguns elementos do Soito. É importante manter um grupo que conhece e em que confia?
Sim do plantel do ano passado, para já dois o Pedro e o Diogo (e foi daqueles que esteve até à última para ficar no Soito), o Vicente época passada não jogou, mas o último clube foi o Soito sim. Claro que gostava de ter mais malta que já conhece as minhas ideias, mas também é desafiante ter um plantel renovado e começar um trabalho do zero.
Qual é a importância de jogadores como o Luís Maio num plantel e num balneário, verdadeiros símbolos do clube?
O Maio foi daqueles jogadores que coloquei como uma “condição” para eu assinar, um verdadeiro líder, um jogador que este ano não o vi ao nível dele, mas que sinto grande motivação este ano para uma grande época! Um verdadeiro Guardense que sente o clube como ninguém, e no Balneário tanto como homem como jogador super importante, como o resto dos capitães tanto o Caramelo como o Zezito, serão os três importantes no Balneário e no Campo.
Quais são os principais objetivos para a próxima temporada?
Os objetivos é criar uma ideia de jogo atrativa, futebol apoiado, ter os jogadores motivados e enquadrados nessa ideia de jogo, e cativados pelos novos métodos de treino e depois a consequência disto tudo, os resultados o jogo, a Vitória. O jogar bem faz com que a equipa esteja mais perto da Vitória, que os adeptos sintam e vejam que a Guarda FC sabe o que faz dentro de campo e nada é feito ao acaso. Projetar o clube a todos os níveis tanto no campeonato como na taça de Honra. Outro objetivo é ter homens de H grande no plantel, que tenham vontade de estar connosco e não aqueles que dizem hoje uma coisa e amanhã outra, esses têm a porta fechada comigo.
Fernando Gil Teixeira