Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

“AS PESSOAS TÊM QUE ACREDITAR QUE SÃO CAPAZES E PERCEBER QUE QUANDO PRECISAREM DE ALGUMA AJUDA NÓS ESTAMOS AQUI”


O noticias de Fornos de Algodres vai continuar a dedicar especial relevo às instituições do concelho, bem como a programas associados às mesmas.

Com esta ideia pretendemos divulgar o que de melhor se faz, todas as suas atividades e projetos, bem como que a comunidade fornense conheça o que de bom se faz em Fornos de Algodres. Desta vez decidimos dar a conhecer o programa CLDS 3G – Servir Fornos de Algodres.

Assim fomos ao encontro de Fernando Ribeiro, Coordenador Geral do Programa, Teresa Pinto, Coordenadora do Eixo 1 e Patrícia Almeida, Coordenadora do Eixo 2, que nos falaram da importância deste programa.

No dia 2 de dezembro de 2016, iniciou funções, no concelho de Fornos de Algodres, o novo contrato local de Desenvolvimento Social 3ª Geração – CLDS 3G, tendo a duração de 36 meses.

A Entidade Coordenadora Local de Parceria do projeto é a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Fornos de Algodres.

“O CLDS 3G foi agora aprovado e está ligado à Santa Casa da Misericórdia, tendo já existido outro CLDS que estava ligado à Associação de Promoção de Fornos de Algodres”, salienta Teresa Pinto.

O CLDS 3G foi criado com a finalidade de promover a inclusão social dos cidadãos e o envelhecimento ativo, combater situações críticas de pobreza, contribuir para o aumento da empregabilidade e revitalizar as associações.

“OS CLDS se destinam a zonas do país com alguns problemas sociais, nomeadamente, territórios problemáticos por baixa densidade, por população com grande percentagem de idosos e população com um rendimento per capita baixo. Infelizmente Fornos de Algodres está nos três critérios”, menciona Fernando Ribeiro.

O coordenador geral consigna que os objetivos do CLDS – 3G Servir Fornos de Algodres são concretizados através de ações, a executar em parceria, que se repartem, essencialmente em três eixos de intervenção:

Eixo 1: Emprego, formação e qualificação:

                – Gabinete de Apoio ao Emprego e ao Empreendedorismo;

                – Gabinete de Apoio à Promoção Agrícola;

                – Empreendedorismo na Escola;

                – Circuitos de Divulgação e Comercialização de Produtos Endógenos e Locais.

Eixo 2: Intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil:

                – Intervenção familiar e Comunitária;

                – Projeto partilha Solidária;

                – Promoção de Estilos de Vida Saudável;

                – Programa de Educação para a Cidadania;

                – Programa de Envelhecimento Ativo;

                – Combate à pobreza.

Eixo 3: Capacitação da Comunidade e das Instituições:

                – Gabinete de Apoio ao Associativismo;

                – Participação em Feiras.

Como referido pelo Coordenador Geral do programa, “O CLDS é um programa nacional, existe não só em Fornos, aqui no distrito da Guarda temos, Fornos, Gouveia, Seia, Sabugal, Almeida. No qual posteriormente de acordo com o nível de carências são mais ao menos aprovados. Também as verbas envolvidas se baseiam na dimensão do concelho, no qual Fornos de Algodres é o que dispõe do menos valor, apesar de ser o que mais respeita as condições de candidatura”.

Verificam-se atualmente no nosso concelho situações sociais graves, no qual já se encontram sinalizadas, que medidas estão a ser tomadas por parte do CLDS 3G – Servir Fornos de Algodres?

Os CLDS não podem intervir diretamente nas famílias, o que devem é criar condições através de ações de monitorização e campanhas de sensibilização, por um lado na área dos rendimentos, criar por exemplo ações em que as famílias aprendam a gerir melhor o seu orçamento e na área da violência doméstica alertar para o ato negativo da violência doméstica. Não podemos ajudar diretamente a família.

Teresa Pinto: Nós nas famílias o que fazemos é promover as competências, tentar fazer ações de formação para desenvolver as aptidões familiares.

Patrícia Almeida: Nós não trabalhamos com casos, o nosso principal objetivo é trabalhar na prevenção.

Quais os avanços no que respeito diz ao campo do empreendedorismo?

Fernando Ribeiro: Temos tido uma grande interação com a Escola C+S de Fornos de Algodres, porque a área do empreendedorismo é agora uma das novas áreas de atuação em Portugal, em que criar a apetência para os Jovens arriscarem, para criarem projetos, para empreenderem. Nós não podemos pegar no aluno x ou y, o que temos realizado é ações que abranjem a comunidade escolar e aí a escola é essencial porque escolhe os cursos, as turmas onde pudemos atuar, sendo que o CLDS não tem atuações personalizadas ou individualizadas.

De que forma é que o CLDS 3G Servir Fornos de Algodres tem contribuído para o desenvolvimento do concelho?

Teresa Pinto: Quando nós implementamos os programas de Literacia Financeira, na escola, em que se vai na rua e nos reconhecem porque fomos nós que lhes ensinámos a poupar, ou que já sabe poupar, é uma mais valia e esses conselhos que nós começamos agora a ensinar aos meninos desde a primária até ao 12º ano, acho que vão ter algum reflexo e nesse aspeto este projeto do CLDS torna-se uma mais valia.

A outros níveis, temos a parte do emprego, em que existe um gabinete, que as pessoas não aproveitam, ao nível da criação do próprio emprego. Temos estado a marcar reuniões, uma por cada freguesia, com o intuito de dar a conhecer todos os programas que existem ao nível de candidaturas e apoios.

Fernando Ribeiro: Há uma coisa que nós temos feito desde inicio, que é o dar-mos a conhecer quer no nosso site, quer no nosso Facebook, todas as medidas de incentivo ao apoio à criação de emprego, no qual estamos sistematicamente a publicar o tipo de apoios que há, as medidas que aparecem e as ofertas de emprego existentes. É esse o nosso contributo para o desenvolvimento da terra.

Teresa Pinto: Temos feito algumas sessões de Coaching, em que preparamos melhor as pessoas, sendo que se tornam mais valias e contributos positivos para o concelho. No final deste ano letivo proporcionámos aos nossos alunos um Coaching motivacional, dado pelo DR. Pedro Marinho, que foi um sucesso. São estas pequenas coisas que vão contribuir para um futuro melhor para os jovens e para a população.

Patrícia Almeida: Começando pelas crianças temos tido uma grande aceitação, trabalha-mos em parceria com a escola, no qual tem sido uma parceira muito importante, uma vez que já abordamos temas como, bowling, educação sexual, a violência no namora, apresentando-se como temas muito importantes e esse trabalho tem que ser feito em conjunto com a CPCJ e o Centro de Saúde.

Temos proporcionado às crianças outras oportunidades, que sem o nosso apoio teriam mais dificuldade em conseguir atingi-las, como por exemplo a ida à Kidzania, que foi um momento extraordinário para as crianças, sendo que também só conseguimos com a colaboração do município.

Um projeto interessante foi também os rastreios à comunidade, onde passamos por todas as freguesias com um rastreio que envolvia a área da saúde, da psicologia e a social.

Trabalhamos também com a população idosa, pois temos uma população bastante envelhecida, mas que é uma população que merece ser trabalhada, é uma população com vontade de atividades, de disponibilidade. Decorreu o ultimo parlamento sénior tendo sido uma ação conjunta com o município e julgo ter sido das atividades mais originais, pois é algo que não se ouve falar a nível nacional, tendo proporcionado aos idosos ter uma voz ativa em relação aquilo que consideram que está a correr menos bem no concelho.

Fernando Ribeiro: Uma ação muito interessante, embora que pouco impactante, pois Fornos tem uma dimensão reduzida, foi realização de um levantamento nos serviços públicos das necessidades de acessibilidade para deficientes, bem como propostas de melhorias a serem implementadas, no qual foram entregues às entidades competentes. São essas áreas que o CLDS tem vindo a intervir.

Que mensagem gostariam de deixar aos fornenses de forma a que vos procurem?

Fernando Ribeiro: As pessoas têm que acreditar que são capazes e têm que perceber que quando precisarem de alguma ajuda nós estamos aqui para ajudar.

Teresa Pinto: Estamos cá de coração aberto para os receber.

Patrícia Almeida: Nós não somos estranhos, nós somos fornenses para fornenses.