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Força Aérea responsabiliza Proteção Civil por falha na localização dos meios aéreos de combate a incêndios


A Força Aérea Portuguesa (FAP) responsabilizou esta sexta-feira a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) pela decisão sobre a localização dos meios aéreos destinados ao combate aos incêndios florestais, depois de vários municípios alentejanos denunciarem a ausência de aeronaves em zonas críticas da região.

Segundo esclarecimento oficial, a FAP afirma que a sua missão se limita à contratação e operação dos meios aéreos, cabendo à ANEPC definir a sua distribuição geográfica. “A Força Aérea não é responsável pela decisão sobre onde são colocados os meios aéreos, nem pela gestão das operações de combate a incêndios”, pode ler-se na nota divulgada.

A polémica surge após os municípios de Grândola, Ourique e Moura terem alertado publicamente para o facto de, apesar de estarem previstos no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) de junho, os respetivos Centros de Meios Aéreos (CMA) continuarem sem qualquer helicóptero destacado.

De acordo com o previsto na Diretiva Operacional Nacional para o mês de junho, correspondente ao nível de prontidão “Charlie”, deveriam estar operacionais 76 meios aéreos. No entanto, a Força Aérea confirmou que apenas 67 estavam em atividade no início desta semana. Dos 69 contratados até agora, dois helicópteros ligeiros encontravam-se em manutenção e indisponíveis para operação.

A Força Aérea adiantou ainda que espera incorporar, até ao final do mês, mais dois aviões ligeiros, elevando o número de aeronaves ativas para 71. A 1 de julho, com a entrada na fase “Delta” do DECIR, está prevista a ativação de 79 meios aéreos.

Apesar das explicações, o descontentamento entre autarcas alentejanos é evidente, tendo em conta o aumento das temperaturas e a escalada do risco de incêndio em várias zonas do interior sul do país. Vários presidentes de câmara têm apelado a uma resposta célere, alertando para a falta de cobertura aérea numa altura considerada crítica.

O Ministério da Administração Interna, do qual depende a ANEPC, ainda não se pronunciou sobre as críticas.