Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

Autárquicas 21: Entrevista a João Azevedo, candidato do PS à Câmara de Viseu


Após quatro anos de mandato, retomam agora as eleições para as Autárquicas 2021 e o Mais Beiras Informação decidiu ir ao encontro dos candidatos, colocando-lhes algumas questões, para que possam partilhar a sua visão e planos para o futuro do Município a que se candidatam. João Azevedo é o candidato do PS à Câmara de Viseu.

Quais os motivos da sua candidatura a estas Autárquicas?

A minha motivação prende-se com o saber que Viseu pode e deve ser mais do que é atualmente, na região e no país. Mas, para isso, é preciso unir Viseu. Temos de mobilizar o melhor do concelho para podermos liderar. É essa liderança que nos vai permitir inovar, integrar, captar investimento, criar emprego. Ou seja, voltar a estar no radar dos centros de decisão.
E eu, com a equipa que me acompanha, de mulheres e homens com origens ideológicas muito variadas, com experiências diversas e de setores diferentes, reúno as condições necessárias para dar a Viseu outro futuro.

O que considera ter de diferente dos outros candidatos, para se candidatar a este mandato?

A energia, o dinamismo e a força de trabalho que me caracterizam. Mas também toda a experiência acumulada, quer enquanto autarca, quer nas funções que tenho desempenhado junto dos diferentes centros de decisão.

Estou muito confiante. Desde logo, ao assistir a tamanha mobilização. Sou abordado diariamente por Viseenses de vários quadrantes ideológicos, alguns que nunca tiveram qualquer participação na política ou na gestão da comunidade, que querem dar o seu contributo porque acreditam que é possível adotar uma gestão diferente, com o foco nas pessoas. Uma gestão capaz de colocar Viseu no lugar que merece.

Esta candidatura é feita de proximidade, compromisso e ambição para um novo ciclo que se aproxima. E as pessoas percebem isso, que chega de divisão, desânimo, abandono e crítica. Sentem a energia positiva que transmitimos e que imprimimos àquilo que fazemos.

Quais os setores que considera importantes impulsionar ou melhorar na região?

Há cinco eixos essenciais, nos quais assenta o nosso projeto para Viseu: saúde, industrialização, mobilidade rodoviária, ferrovia e habitação.

Precisamos de melhorar o acesso dos Viseenses aos cuidados de saúde. O novo Centro de Ambulatório e Radioterapia, a renovação do Hospital Psiquiátrico e o reforço dos Cuidados de Saúde Primários vão ser fundamentais para melhorar a resposta do Serviço Nacional de Saúde aos Viseenses.

A mobilidade rodoviária é outro eixo, que se concretiza sobretudo na consolidação do IP3. Conheço bem este dossiê. Tenho-o acompanhado, desde o primeiro momento. E posso garantir que a sua transformação é uma realidade. Aguardamos apenas um estudo de impacto ambiental para poder duplicar as vias entre Viseu e Coimbra, dotando este troço o mais possível de perfil de autoestrada. É uma obra há muito desejada e que vai permitir melhorar as condições de segurança de circulação, bem como aumentar a capacidade de um eixo de extrema importância para a mobilidade de pessoas e bens, inserido na Rede Rodoviária Transeuropeia.

Trazer de novo o comboio para o coração de Viseu é outra das minhas apostas. Temos de colocar Viseu no mapa ferroviário nacional e internacional. Se queremos atrair pessoas, empresas e indústria, temos de garantir acessos que nos tornem mais competitivos.

Estes eixos que referi vão permitir alavancar um outro: a industrialização. Para captarmos empresas e indústrias, temos de oferecer condições competitivas. Mas temos também de desburocratizar e agilizar processos. Caso contrário, continuaremos a ver as empresas a escolher municípios vizinhos para se instalarem. E não é isso que queremos. Queremos mais emprego e mais pessoas em Viseu.

E aqui, ao falar da atração de pessoas, chegamos ao quinto eixo: a habitação. Vamos dar continuidade à Estratégia Local de Habitação. Queremos promover a habitação jovem e a preços mais reduzidos para arrendamento ou para compra, no quadro dos apoios centrais existentes. Mas também criar um sistema de incentivos à recuperação e construção de habitação e à instalação de lojas-âncora que dinamizem a presença de consumidores.

Outro aspeto muito relevante é sabermos valorizar, em Viseu, o Porto Seco intermodal que vai ser instalado na Guarda. É o primeiro do país e, pela proximidade geográfica, será essencial tirar partido dele.

Portanto, a minha visão é de futuro e de desenvolvimento. Quero Viseu com o merecido destaque no país, na Europa e no mundo.

 

Nestes quatro anos que passaram, o que faria de diferente relativamente ao executivo Camarário vigente?

O que vejo é que perdemos liderança. Preocupa-me que Viseu seja menos do que pode e deve ser porque houve muitas oportunidades desperdiçadas. Por outro lado, há necessidade de uma gestão autárquica mais próxima, humilde e sintonizada com o que as pessoas e o território. Portanto, há muita competência, energia e contributos que podem ser mobilizados para fazer Viseu maior e melhor. É essa a nossa aposta: assegurar condições no presente para ter uma futuro melhor, construído em conjunto, com Viseu no lugar certo. Viseu tem de se afirmar junto do Governo, das instituições regionais e supramunicipais, ou seja, tem de liderar na região.

Acredita que os recursos de que dispõe a Câmara são suficientes para fazer face às necessidades dos cidadãos que aqui residem?

Além do orçamento do município, há que ter capacidade para captar investimento privado. E isso faz-se criando condições que nos tornem um território apetecível. Por outro lado, e igualmente importante, é conseguir as melhores oportunidades de financiamento que decorrem do PT 2020, do PT 2030 e do PRR. Comigo, seremos líderes na captação de investimento através de fundos comunitários.

 

Sendo um concelho situado no Interior, que políticas acredita serem necessárias implementar pelo Governo para diminuir o despovoamento e desertificação?

Para termos verdadeiras estratégias de combate ao despovoamento e desertificação precisamos de alianças fortes entre o poder central e o poder local. Ou seja, de políticas comuns que permitam, por um lado, criar condições no território, de forma que o mesmo seja atrativo para quem cá vive ou quer viver e para quem cá tem, ou pretende vir a ter, empresas e indústrias. Por outro, continuar a apostar em políticas de incentivo a quem escolhe o interior para se instalar.

Que medidas pretende implementar para captar investidores para o concelho?

Desde logo, temos de desburocratizar a caixa administrativa. Precisamos de um município moderno, ágil, de resposta pronta aos Viseenses e a todos aqueles que queremos atrair para o nosso concelho. Além disso, é urgente também que nos afirmemos a nível nacional e internacional. Temos vivido fechados em nós mesmos. Isso deixou de ser possível há muito tempo. Viseu precisa de se abrir ao mundo. Ainda estes dias fui abordado por uma empresa que tem um projeto na área das indústrias limpas e que pretende investir na região, criando centenas de postos de trabalho.

Ora, estas são oportunidades que têm de ser agarradas.

 

Como acha que deve a Câmara proceder, para procurar fazer face ao desemprego crescente na região?
Impulsionando o desenvolvimento do concelho. Se conseguirmos atrair empresas e indústrias, se garantirmos boas acessibilidades, se mantivermos a saúde, a educação, a cultura e o desporto como áreas prioritárias, conseguiremos robustecer economicamente o concelho e, consequentemente, criar emprego. Viseu tem de ser um verdadeiro polo de atração.

Que conselho daria a um deslocado em busca de novas oportunidades no Interior?

Diria que Viseu vai mudar muito em breve. Já estamos a trabalhar para o futuro do concelho. Estamos a uni-lo e a mobilizá-lo. Estou certo de que Viseu será, dentro de pouco tempo, um concelho inovador, moderno, vibrante, sustentável e inclusivo. Um concelho onde vai apetecer viver e trabalhar.