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Diretor: Paulo Menano

Opinião: Expectativas para o Mundial de Futsal


A Seleção Portuguesa de Futsal vai disputar o Mundial na Lituânia entre os dias 12 de setembro e 3 de outubro e acarta muitas esperanças naquilo que será a presença no pódio. Primeiro que tudo, uma novidade, o facto do Selecionador Jorge Braz (que tanto admiro pelo trabalho e visão) poder convocar 16 jogadores o que irá permitir fazer uma melhor gestão do esforço em tão curto espaço de tempo, assim como, utilizar diferentes jogadores para diferentes planos de preparação/atuação. Outro ponto positivo prende-se com o facto de o período de preparação ser longo (a equipa está concentrada desde o dia 8 de agosto e estará junta cerca de 2 meses, algo inédito), desta forma podem trabalhar com uma distribuição de conteúdos menos concentrada procurando mais o pormenor, para além disso os jogadores apenas estão focados nos processos da Seleção. Olhando agora para os elementos que constituem a convocatória podemos observar: 1) a presença de 5 jogadores esquerdinos o que permite ter pelo menos 1 ou 2 jogadores sempre presente no campo permitindo variabilidade na construção e penetração; 2) 7 jogadores que pertencem aos quadros do Sporting CP e 3 que na temporada anterior jogaram no SL Benfica, o que possibilita ao Treinador utilizar “quartetos” com mais rotinas de clubes; 3) como ponto negativo, poderá ser a presença de apenas um pivô (Zicky) apesar do Erick ir assumindo, por vezes, a profundidade do jogo. Assim, limita o lado estratégico ainda para mais se surgir algum contratempo. Acredito que iremos encontrar uma seleção a jogar de 4:0 com muita mobilidade e em alguns momentos a arriscar as ações de 1×1 na ala quando o adversário não tiver cobertura defensiva; 4) apesar de alguma juventude, existe muita experiência. Falamos de um plantel com média de idade situada nos 29 anos em que 9 jogadores já estiveram presentes em pelo menos 2 fases finais. Portanto poderemos esperar uma seleção menos ansiosa e com níveis emocionais mais estáveis até porque já viveram várias vezes estes contextos; 5) não podemos descurar o facto de poder vir a ser a última aparição do Ricardinho na seleção, o melhor do mundo que muitas vezes “desbloqueia problemas”.

No entanto Portugal tem de estar em alerta e é importante estar preparado para todas as dificuldades. Está inserido no grupo da Tailândia, Ilhas Salomão e Marrocos e apesar de poder existir alguma heterogeneidade (eventualmente as Ilhas Salomão são a seleção com menos recursos) vai defrontar 2 seleções que nos seus Continentes presenciam fases finais. Falo da Tailândia que se intromete sempre na luta pelo título na Ásia e de Marrocos que é o atual campeão Africano. Posto isto, é importante Portugal dominar a fase de grupos para depois estar mais disponível física e mentalmente para a fase a eliminar. Os Portugueses têm por hábito de não se dar bem a assumir determinados objetivos ambiciosos eventualmente com medo das consequências do insucesso. Que seja um virar de mentalidade, que assumam que têm que estar no pódio e que dignifiquem e honrem Portugal!

 

Dário Gaspar