
BE Guarda: Apresentação da Candidatura às próximas eleições legislativas – 2022
O Mais Beiras Informação recebeu uma nota de imprensa com o comunicado de Pedro Cardoso e Beatriz Realinho, 1º e 2ª candidata respetivamente, na conferência de imprensa de apresentação da candidatura do Bloco de Esquerda na Guarda às próximas eleições legislativas – 2022.
Intervenção de Pedro Cardoso na conferência de imprensa de apresentação da candidatura:
“Queria começar por agradecer a vossa presença, o convite que o Bloco de Esquerda da Guarda na pessoa do seu coordenador Jorge Mendes me endereçou. Agradecer à Emília Rodrigues por ter aceite o convite de ser a nossa mandatária. E à Beatriz Realinho e ao Tiago Silva por terem aceite integrar esta candidatura.
Esta candidatura tem como referência o 25 de Abril de 1974, o processo revolucionário que se seguiu e as extraordinárias realizações alcançadas pelo povo português nesses anos e posteriores.
Opomo-nos ao processo de declínio e retrocesso lento em que estamos inseridos nestas últimas décadas, fruto de opções politicas de sucessivos governos (CDS-PSD-PS) e da integração num projeto europeu neoliberal, que retirou aos Estados importantes instrumentos de política. O problema não é o socialismo como alguns dizem, o problema foi terem colocado o socialismo na gaveta! O distrito da Guarda é muito afetado por este processo de declínio em curso.
As prioridades que o Bloco de Esquerda definiu para o país aplicam-se no distrito da Guarda:
1ª Prioridade: investir no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e na valorização das carreiras dos profissionais de saúde, de modo a melhorar as condições de trabalho, aumentar o número e fixar médicos e enfermeiros no distrito da Guarda.
2ª Prioridade: salários, pensões e trabalho. É necessária uma mudança nas leis laborais aprovadas no tempo da troika e que o governo do PS nestes últimos 6 anos manteve. Acreditamos que o emprego público é fundamental no Interior para fazer face aos desafios que enfrentamos, assim como é necessário apoiar projetos inovadores de criação de emprego que se baseiem na cooperação entre trabalhadores e não na exploração do trabalho.
3ª Prioridade: resposta à emergência climática. É urgente democratizar o sistema energético e investir numa transição energética que aposte na eficiência e poupança energética ao mesmo tempo que acabe com a pobreza energética de parte da sociedade. Para isso consideramos que entre outras medidas a aposta nos transportes públicos gratuitos seria importante. Rejeitamos as falsas soluções, onde incluímos os projetos de mineração previstos para a nossa região. Também é necessário preparar o distrito para condições climáticas mais adversas e aí devemos prestar atenção a dois fenómenos que tendem a agravar-se com o tempo: falta de água e incêndios florestais.
Convidamos as pessoas a apoiarem-nos, a votarem em nós e a contribuírem para a mudança. Pelo futuro do distrito da Guarda!”
Intervenção de Beatriz Realinho na conferência de imprensa de apresentação da candidatura:
“Bom dia a todas e a todos os presentes. Agradecer em primeiro lugar à comunicação social por aqui estar, pois tem uma enorme importância no transmitir da informação que permite que a população local esteja informada. Estamos aqui hoje para assumir um compromisso, um compromisso de luta de quem está lado a lado das suas pessoas, das suas terras e com respeito às suas origens.
O círculo da Guarda não tem nenhum deputado eleito a nível nacional que seja do Bloco de Esquerda, e ao longo dos anos temos vindo a notar a falta que isso faz ao interior, neste caso específico ao distrito da Guarda. Porque continuamos a ser incompreendidos pelo litoral quando falamos de pilares da nossa democracia, de valores que abril nos trouxe e que aqui parecem ter sido esquecidos.
O interior está cada vez mais envelhecido e desabitado, não existe uma política de investimento real, e aquilo que temos vindo a ver ao longo das últimas legislaturas dá para constatar que não tem sido dada importância suficiente à resolução das crises que nos afetam aqui! Falamos da crise vivida na saúde, no acesso à mesma! E encontramos estes obstáculos devido à falta de vagas para médicos e médicas especializadas, à falta de condições para enfermeiros, auxiliares de saúde e técnicos de diagnóstico.
A falta de projetos de investigação, bons recursos materiais, melhores condições de habitação e de vida na cidade fazem com que os profissionais não queiram vir para cá, uma vez que não existe mais nada para além do trabalho e por isso mesmo escolhem outras regiões.
O Sistema Nacional de Saúde carece no interior. Um SNS que carece de cuidados não consegue cuidar das pessoas, e Abril é SNS.
A mobilidade e acessos é outra das nossas prioridades. São necessários investimentos no acesso rodoviário e nos transportes públicos, porque não existe uma linha de transportes coletivos que esteja adaptada às populações residentes. Que ligue o mundo rural ao urbano e o interior ao litoral, permitindo a mobilidade de toda a gente.
A Acessibilidade é imperativa para ligar as pessoas umas às outras, para unir culturas e regiões.
A maior luta das nossas vidas e da minha geração em particular é a crise climática e o interior pode e deve estar na linha da frente da mesma, sendo para isso preciso repensar os espaços verdes, as águas, os solos, os nossos recursos naturais e combater a existência de mais minas a céu aberto. Acreditem, não há Interior B. Apenas existe este, e é por ele que vamos à luta nestas eleições.
Porque não temos medo, não nos conformamos com a ideia de que não há nada a fazer. queremos falar sobre clima, sobre saúde, sobre trabalho, e sobre mobilidade. Queremos também falar sobre a abertura de mentalidades, para que as próximas gerações não tenham medo de falar de feminismo, para que o ser-se LGBTQIAP+ não seja mais um tabu, que o género, a orientação sexual, a cor da pele não nos faça ser discriminadas numa casa que é nossa. Que este distrito seja mesmo uma zona livre LGBTQIAP+ como foi aprovado após o Bloco em Assembleia Municipal.
Mais do falar é preciso fazer-se, ir à luta, resistir, construir um interior que seja para todas e para todos, que não nos obrigue a sair e a não querer voltar, e acreditem quando vos digo que apenas com a força do Bloco de Esquerda a representar a Guarda é que isso será realmente possível, pois a nossa garra faz a diferença. Não desistimos, continuamos aqui, sempre estivemos, e estamos prontas para ir com tudo, para começar de novo.
Obrigada.”