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Beiras e Serra da Estrela lamenta que preocupações sobre lítio não tenham sido ouvidas


O presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), Luís Tadeu, lamentou hoje que as preocupações dos autarcas da região não tenham sido ouvidas na avaliação ambiental de áreas de potencial exploração de lítio.

A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) em oito áreas com potencial de existência de lítio concluiu pela exclusão de Arga e Segura, e viabilizou a pesquisa e prospeção daquele mineral em seis zonas, propondo nessas “uma redução de área inicial para metade”, divulgou o Ministério do Ambiente e Ação Climática.

Em declarações o presidente da CIM-BSE, lamentou a decisão e disse que as preocupações se mantêm, porque as áreas previstas no território “na sua globalidade, na sua maior expressão, continuam presentes”.

“Temos de continuar com a nossa ação de sensibilização das nossas populações e também de insistência junto do Governo para que as nossas preocupações, que são as preocupações das nossas populações, sejam acuteladas e que as coisas sejam vistas como devem ser”, afirmou.

Referiu que as populações “estão muito preocupadas” porque, no estudo de impacto, que motivou o protesto da CIM-BSE e dos municípios, “as manchas abrangiam praticamente aldeias e vilas completas”.

O responsável esperava que “houvesse, agora, um detalhamento das áreas que efetivamente vão ser objeto de possível intervenção”, para que houvesse uma reação “mais assertiva”.

O presidente da CIM-BSE disse que se mantêm as áreas de possível prospeção e as preocupações “não têm razão nenhuma para se alterar”.

Luís Tadeu lamenta que as preocupações manifestadas não tenham sido tidas em conta e os autarcas têm de “voltar a insistir” com os argumentos, junto das entidades responsáveis pelo processo, para que os interesses das populações sejam salvaguardados.

A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) em oito áreas com potencial de existência de lítio concluiu pela exclusão de Arga e Segura, e viabilizou a pesquisa e prospeção daquele mineral em seis zonas.

Em comunicado, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC) adiantou que “nos seis locais viáveis é proposta uma redução de área inicial para metade”.

De acordo com a AAE, promovida pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), “foram excluídas zonas de maior densidade urbana, funcional e demográfica, tendo ocorrido uma redução de 49% da área total”, inicialmente analisada.

A AAE viabilizou as áreas denominadas “Seixoso-vieiros”, que abrange os concelhos de Fafe, Celorico de Basto, Guimarães, Felgueiras, Amarante e Mondim de Basto, “Massueime”, que atinge os municípios de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Trancoso e Meda, “Guarda-Mangualde C  (Blocos N e S)”, que inclui Belmonte, Covilhã, Fundão e Guarda, “Guarda-Mangualde E”, que abrange Almeida, Belmonte, Guarda e Sabugal, “GUARDA-MANGUALDE W”, que inclui Mangualde, Gouveia, Seia, Penalva do Castelo, Fornos de Algodres e Celorico da Beira, bem como “Guarda-Mangualde NW”, área que inclui os municípios de Viseu, Satão, Penalva do Castelo, Mangualde, Seia e Nelas.

A CIM-BSE, com sede na cidade da Guarda, é constituída por 15 municípios, sendo 12 do distrito da Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso) e três do distrito de Castelo Branco (Belmonte, Covilhã e Fundão).

 

Fonte: Lusa