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Diretor: Paulo Menano

“Temos sido um grande motor ao nível do desenvolvimento do concelho”


A afirmação é feita por Susana Carrola, Diretora Técnica Local do Pólo da Diferença da Associação de Promoção Social, Cultural e Desportiva de Fornos de Algodres (APSCDFA), a Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) com mais expressão no concelho e que presta serviços tão abrangente que vão desde creche à terceira idade.

Nesta edição, fomos conhecer as valências da Associação e alguns projetos sociais que lhes permitem dar mais e melhores respostas sociais às necessidades da população. Integram esta equipa 84 profissionais, número que faz desta instituição a maior entidade empregadora privada a nível concelhio. 

O que é a Associação de Promoção Social, Cultural e Desportiva de Fornos de Algodres (APSCDFA)?
Fundada em 1987, é uma IPSS com sede em Fornos de Algodres, mas que presta serviços também a pessoas de outros concelhos, nomeadamente ao nível da formação e GIP. Em 2002, a instituição sofreu um reajustamento às necessidades do concelho e passou a abranger vários pólos que asseguram todas as faixas etárias, desde creche à terceira idade, não esquecendo as pessoas portadores de deficiência.

Que valências possuem e que tipo de respostas dão à comunidade?
A Associação é composta por várias valências ou pólos. Temos o pólo da Juventude, composto por Creche e Centro de Atividades para Tempos Livres; o pólo da Terceira Idade, composto por Serviço de Apoio Domiciliário, Centros de Dia (de Algodres, Fornos e Queiriz), Centros de Noite (da Muxagata e Queiriz) e o Lar de Santa Teresa.
Depois temos também a Universidade Sénior; o pólo da Diferença, que engloba o Centro de Atividades Ocupacionais e o Centro de Recursos para a Inclusão. Existe ainda o pólo da Formação, actualmente com 30 formandos; a Rede Local de Inserção Social, com gabinete em Fornos de Algodres e Celorico da Beira, e o Programa Operacional de Ajuda Alimentar que, através do programa POAMPC, permite a distribuição de produtos alimentares a famílias carenciadas do concelho.

De que forma a Associação possui ou angaria verbas para dinamizar tantos pólos em simultâneo?
Uma vez que somos uma IPSS, contamos com os apoios normais da Segurança Social, No entanto, queremos sempre ir mais além e, para o conseguirmos, temos de estar muito atentos a novos projectos, investimentos e novos serviços. Nesse sentido, temos vindo a fazer algumas candidaturas a programas do Estado, algumas já aprovadas, outras ainda a aguardar aprovação. Posso dizer-lhe que muitos destes pólos estão abrangidos por apoios e só assim é possível dinamizar tantas atividades e prestar um apoio tão vasto.

 APSCDFA foi recentemente elegível ao programa BPI Solidário 18. Em que se baseou essa atribuição, que projecto foi apresentado e qual o montante atribuído?
Em junho fomos, de fato, elegíveis ao programa BPI Solidário com o projecto “Dar Asas” e foi-nos atribuído o montante de 30 mil euros para implementação do mesmo. O projecto vai ser posto em prática brevemente e consiste na prestação de apoio a cinco jovens vindos de um contexto social desfavorecido, com idades compreendidas entre os 20 e os 30 anos, durante três anos num apartamento autónomo a funcionar dentro das nossas instalações. Os jovens estavam já sinalizados, agora vão ser sujeitos a formação e vamos prestar-lhe todo o tipo de apoio, social, emocional e financeiro para que possam constituir um projecto de vida autónomo. Posteriormente, serão encaminhados para o GIP para inserção no mercado de trabalho.

Que outras candidaturas a APSCDFA apresentou e em que áreas?
Uma vez que somos uma Organização Não Governamental para Pessoas com Deficiência, esta área é para nós uma das mais importantes e exigentes. Nesse sentido, apresentamos recentemente uma candidatura aos Modelos de Apoio à Vida Independente (MAVI) com o projecto “Vida Plena”, que está em fase de aprovação. Este é um projecto-piloto que nos obrigou a ser previamente acreditados como Centro de Apoio à Vida Ativa (CAVI), que nos permite prestar o serviço de assistente pessoal. A sermos contemplados, será um projecto inovador em Fornos de Algodres que vai criar novos postos de trabalho para pessoas portadoras de deficiência.
Em Setembro obtivemos também aprovação do projeto “Mais Desporto – Mais Saúde” que nos vai permitir promover a actividade física em todas as faixas etárias. Com esta candidatura foi-nos atribuído o montante de 10 mil euros que será investido na modernização de equipamentos desportivos.
Candidatamo-nos ainda a nova fase do GIP, cujo actual protocolo vigora até 31 de dezembro, e tencionamos renovar. A par destes, estamos ainda a preparar mais sete projetos.

Ao nível da área da deficiência, quantas pessoas apoiam e de que concelhos?
O pólo da Diferença engloba o Centro de Atividades Ocupacionais, actualmente com 53 utentes, e o Centro de Recursos para a Inclusão, destinado a crianças com necessidades educativas especiais, actualmente com 52 crianças vindas dos Agrupamentos de Escolas de Mangualde, Penalva do Castelo, Fornos de Algodres e Celorico da Beira. Temos ainda 10 jovens do Agrupamento de Escolas de Mangualde a frequentar um Plano Integrado de Transição Para a Vida Ativa, ou seja, são jovens, que deixam de estar em idade escolar e precisam de apoio para ingressar no mercado de trabalho e, nesse sentido, os técnicos trabalham áreas que lhes sejam motivantes, nomeadamente culinária, fotografia, informática, carpintaria, mecânica. Paralelamente, temos cerca de 30 pessoas portadoras de deficiência a frequentar planos de formação. No total, prestamos apoio a cerca de 150 pessoas neste pólo.

Ao nível da Universidade Sénior, qual a importância deste organismo e de que forma contribui para uma melhor qualidade de vida dos seus alunos?
A Universidade Sénior está em funcionamento desde 2011 e, no último ano, adquiriu uma nova dinâmica. Actualmente conta com cerca de 70 alunos, o que demonstra a importância que tem vindo a ganhar na vida das pessoas que a frequentam.
Este pólo tem duas vertentes: a vertente em sala, com informática, cálculo mental, culinária, trabalhos manuais, hidroginástica; e a vertente de exterior com passeios e saídas programadas. Ultimamente temos vindo a alargar actividade deste pólo a todas as freguesias do concelho através da organização de várias iniciativas e visitas guiadas. Recentemente fizemos uma visita a Armamar, Algodres, um workshop de saúde em Infias, um passeio por Figueiró da Granja, e iremos no final deste mês a Pinhel.
A grande vantagem desta estrutura para os seniores passa, em primeiro lugar por mantê-los ocupados e sentirem-se úteis, e em segundo lugar, dar-lhes a conhecer um pouco do património do concelho.

São a segunda entidade empregadora a nível local, a primeira a nível privado. Quantas pessoas empregam actualmente?
De fato, temos sido um grande motor ao nível do desenvolvimento do concelho e a nível privado somos a maior entidade empregadora do concelho. Atualmente temos 84 funcionários em todas as valências e prestamos apoio a cerca de 300 pessoas diariamente nas diversas respostas sociais.