Mais Beiras Informação

Diretor: Paulo Menano

AE Fornos de Algodres é pioneiro em projeto que ensina programação do 1º ao 9º ano


Decorreu durante a manhã desta terça-feira, no Auditório do Agrupamento de Escolas de Fornos de Algodres, a disseminação do projeto Erasmus + Codelnnova, juntamente com os parceiros do projeto, professores da Croáca, Finlândia e Polónia.

Este projeto que tem vindo a ser desenvolvido desde 2019, destina-se a ensinar programação do 1º aos 9º anos, com planos de aula, que já foram aplicados, testados e reformulados, bem como a produção de manuais digitais.

O MaisBeiras Informação falou com Boguslawa Denys, representante da Associação Zamojskie Towarzystwo, na Polónia, que é a principal coordenadora do projeto Erasmus+ Codelnnova e que nos falou um pouco do programa, o qual passamos a traduzir “a ideia do programa é ensinar programação nas escolas primárias, estavamos à procura de algo novo, inovador, quisemos introduzir novas metodologias no programa de ensino, acreditamos que estamos a fazer algo que ajuda os alunos e professores a nível internacional, os nossos materiais vão ser traduzidos para todas as línguas das instituições que fazem parte do projeto, por isso estão disponíveis não só em inglês, mas também em polaco, croata, em português e finlandês.

Maria José Rodrigues, Coordenadora dos projetos Erasmus da Escola, explica que a escolha da programação se deve ao rápido desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação e de ser já uma realidade no nosso dia a dia, “nós de alguma forma já utilizamos a programação nas nossas vidas, nós em casa temos o micro-ondas que pode ser programado, a máquina de lavar a loiça e a roupa”, tornou-se lógico tentarem ajudar os mais novos a evoluir da mesma forma nesta era digital “pensámos de que forma podíamos ajudar os mais pequenos desde logo, a programar, para que possam ser cidadãos mais digitais e corresponder melhor a esta sociedade”.

Embora muito novos, os alunos rapidamente se adaptaram à nova disciplina de programação e mostraram o seu entusiasmo, “quando começámos a implementar o projeto, desde o 1º ano até ao 9º ano, apercebemo-nos que os alunos reagiam bem à gamificação, sentiam-se mais motivados para a aprendizagem e tornaram-se digitalmente mais competentes, mesmo no 1º ano, sem saberem escrever, os guiões ajudaram a que se utilizassem símbolos ou cores para fazerem a respetiva correspondência”, refere Maria José Rodrigues.

Uma das maiores preocupações sentidas entre os professores é a falta de espírito crítico por parte dos alunos e a programação ajuda a colmatar esse problema, “há um conjunto de passos que os alunos devem executar, desde logo não adianta saltar fases, porque não resulta, a partir do 7º ano, principalmente, os jovens tem tendência de saltar etapas porque acham que vai resultar na mesma e não resulta, neste sentido, ajudou-os a trabalhar colaborativamente para encontrarem a solução”.

A forma como os alunos encararam a nova disciplina foi muito positiva, “quando são mais novos, eles (alunos) têm uma capacidade enorme de aprenderem uma língua nova, com a programação sentimos que também foi assim”. Embora no início estivessem um pouco receosos por ser novo e diferente, quando lhes foi pedido o feedback, os alunos desejaram continuar a ter programação no ano seguinte, “tinham gostado imenso dos desafios e tinham aprendido e isso mantêm-se ao longo de todos os anos”, disse.

Foram algumas as dificuldades sentidas ao longo da implementação do projeto, numa altura em que se entrou em confinamento, explica Maria José Rodrigues, “quando começámos a implementar o projeto, passado pouco tempo entrámos em confinamento, tivemos de ensinar programação à distância tendo sido mais complicado no 1º e 2º ano porque precisam de um apoio muito próximo”.

Para Maria José Rodrigues a implementação deste projeto “é sentir que contribuí de alguma forma para a inovação, sentir que somos um munícipio do interior, mas que estivemos à frente de muitas escolas a nível nacional e até escolas a nível internacional, é um sentimento muito bom ver o nome do Agrupamento de Escolas de Fornos de Algodres como pioneiro em algumas vertentes”.

São muitos os alunos do Agrupamento de Escolas de Fornos de Algodres que já deram e dão provas das suas capacidades e preparação quando chegam à universidade. Foram vários os alunos que confidenciaram o seu receio por acharem, ao início, que sabiam menos do que os alunos vindos de cidades maiores, mas rapidamente se aperceberam que as suas competências superavam ou estavam ao mesmo nível dos alunos das grandes cidades, isto para mim é o maior reconhecimento que se pode ter, confessou Maria José Rodrigues.

São cinco os parceiros envolvidos neste projeto, a Universidade Polaca, a Escola Portuguesa, a Escola Polaca, a Escola Croata e a editora.