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Diretor: Paulo Menano

Até 21 de setembro, Viseu recebe uma das suas maiores marcas: a Feira de São Mateus


Passados dois anos, a Feira de São Mateus está de volta, naquela que é considerada a maior edição de sempre.

Pedro Alves, presidente da Viseu Marca, acredita que “tendo em conta a notoriedade da Feira de São Mateus, serão poucos os portugueses que não a visitaram e menos os que nunca ouviram falar nela”.

De 4 de agosto a 21 de setembro vão estar presentes centenas de expositores e feirantes representando todos os setores de atividade. Serão 49 dias de muita animação, espetáculos, gastronomia, comércio e cultura que dão vida às pequenas ruas que se constroem ao longo do recinto.

O certame cumpre este ano a sua 630ª edição e o Presente da República Macelo Rebelo de Sousa esteve presente na sua inauguração a 4 de agosto, onde foi recebido por um mar de gente, embalado com muitos beijos e selfies com miúdos e graúdos.

Esperando que a Feira Franca “bata todos os recordes” e que ultrapasse o 1,2 milhões de visitantes, o Presidente da República prometeu voltar, a 20 ou 27 de agosto, “a uma hora imprevisível”.

Desde a sua primeira edição, há 630 anos, que a Feira de São Mateus se realiza no mesmo recinto e nos 75 mil metros quadrados do evento vão estar cerca de 300 expositores.

Há mais de 70 anos a fazer as delícias dos viseenses, as Farturas Família Oliveira, voltaram para mais uma edição da Feira de São Mateus. O cheiro das farturas e dos churros não passa despercebido ao andar pela feira. As Farturas Família Oliveira são já uma casa de referência destas iguarias e este ano voltaram em força. “Toda a equipa estava ansiosa para voltar a uma Feira de São Mateus como antes, as nossas expectativas estão muito elevadas e até agora estão a corresponder ao esperado, temos tido muitos clientes” disse Matilde Pereira, representante da Família Oliveira.

Para Matilde as diferenças desta edição após uma paragem de dois anos são evidentes, “as pessoas estão muito mais motivadas, estávamos todos com o bichinho de voltar, da adrenalina de ter muitos clientes e não parar quase 12 horas seguidas”. Embora a venda das farturas seja o grande objetivo, Matilde Pereira confessa que a relação entre os colegas e clientes é muito mais do que isso. “Sentimo-nos como uma verdadeira família, os clientes já nos conhecem e continuam a vir ano após ano”, disse.

Manuela Santos é proprietária e gerente do espaço “O Tomarense” que se dedica ao fabrico e venda de pão artesanal em forno de lenha e é uma referência na Feira de São Mateus “há mais de três décadas”. “É pão feito na hora, pão que está sempre a sair quente e que sabe a tradição”, disse.

Apesar do negócio ter bastante aderência Manuela Santos confessou que a abertura da feira a 4 de agosto “não foi a melhor ideia” devido a outros eventos que estão a decorrer que interferiram na adesão da abertura da feira. “Estamos habituados a que venha uma enchente de gente no primeiro dia de abertura” e refere que ficou muito aquém do esperado. Para além disto considera que “o preço de vida triplicou” e viu-se obrigada a aumentar o preço dos seus produtos, algo que lhe “custou imenso” fazer para com os seus fiéis clientes.

Manuela mantém a atitude positiva e o que pretende é “inovar” a cada edição e espera que nos próximos dias de feira venham mais pessoas.

Já Pedro Costa do “adoçarte”, empresa familiar de gelados e doces, considera que a feira “teve um bom regresso e está a correr muito bem”, espera que o mês de setembro seja ainda melhor. Pedro Costa vem todos os anos do Porto para estar presente na Feira de São Mateus, com um negócio que já era do tempo do seu pai. A escolha da cidade de Viseu é óbvia “uma cidade bonita com uma feira que a nível nacional não há igual”.

Na restauração os valores do mercado fizeram-se sentir no aumento dos preços e consequentemente na menor adesão da clientela, como nos diz o proprietário do restaurante “O Delfim”. “As perspetivas não são muito boas, da maneira que tivemos de aumentar os preços a adesão deveria ser superior, mas a feira ainda está a começar e a expectativa é que as coisas melhorem” confessou Delfim Vaz.

Joaquim Matos e Maria de Fátima Costa tomam conta da “Barraca das Enguias” que confeciona uma das iguarias da feira franca, as famosas enguias da Murtosa. Maria de Fátima conta que “antigamente as pessoas traziam as suas próprias batatas cozidas de casa e só comiam as enguias e bebiam o pinguito”. Uma especialidade que “as pessoas mais antigas gostam de comer, mas que os mais novos não ligam tanto”.

Para além das enguias ainda fazem o delicioso Caldo Verde que não pode faltar a quem visita a feira. Diz que o segredo está na tora (chouriço) e no bom azeite.

Para Maria de Fátima “quem vem à Feira de São Mateus e não come enguias é como ir a Roma e não ver o Papa”. Deixa assim o convite para irem comer à Barraquinha das Enguias.

Diz-se que a Feira de São Mateus é o ponto de encontro de várias gerações, isto porque há diversão e atrações para todo o tipo de idades, à vontade do freguês.

O comércio varia desde o artesanato à venda de carros. É ainda possível adquirir uma grandiosa piscina de jardim ou fazer outras compras para a casa como lençóis, mobília, objetos de decoração, panelas e até tapetes. Como também há animais que esperam um novo dono e roupa e calçado para todas as idades.

O cartaz musical conta com muitos nomes nacionais e internacionais, entre os quais se destacam: Kevinho, a 12 de agosto; Álvaro de Luna, dia 14 de agosto; Luccas Neto, a 9 de setembro; Os Quatro e Meia; Diogo Piçarra, Barbara Bandeira; Mishlawi; DAMA; Fernando Daniel; Toy; Grupo Revelação; Moullinex Dj Set, entre variadíssimos outros artistas.

Para além da aposta e diversidade do cartaz, esta edição ganhou muito mais variedade, tanto de lojas de artesanato como de restauração. “Este ano temos comida mais variada, para além da comida portuguesa, há sushi, Ramen, comida vegan” conta-nos Bárbara Monteiro, representante da Câmara Municipal de Viseu na Feira de São Mateus.

Novidade este ano é a introdução de um novo meio de pagamento, as pulseiras cashless, que permitirão pagar tudo dentro do recinto, como já acontece noutras iniciativas culturais. “É algo que tem sido usado em grande eventos e cidades grandes, nem sempre é fácil ter sítios para levantar dinheiro e é também uma forma da camada mais jovem vir e os pais estarem mais tranquilos”, refere Bárbara.

Sendo algo tão digital, nem todos quiseram adquirir esta pulseira, “este ano nem todas as atrações e restaurantes quiseram adquirir a pulseira, as pessoas mais velhas não percebem tão bem o seu funcionamento, mas a grande maioria já aderiu”.

Para além da pulseira digital há pela primeira vez uma exposição do município, com fotos das iniciativas concretizadas pelo mesmo, desde obras a atividades de saúde.

A Feira de São Mateus é um convite para as pessoas se reunirem e aproveitarem o tempo em família, ir aos concertos e ainda fazer compras.

Entre os mais de 130 eventos programados, haverá ainda humor, teatro, cinema, exposições, um desfile de moda e um concurso de vestidos de chita.